Mais Médicos: programa mantém campo de concentração cubano no centro de São Paulo. Ou se preferirem, uma senzala.

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Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde, dando palestra para os médicos presos no Hotel Excelsior, em São Paulo. Fica mais do que provado que são submetidos a condições análogas a de escravidão.

Regidos por um contrato pouco transparente com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), médicos cubanos participantes do programa Mais Médicos, do governo federal, são submetidos, logo que chegam ao Brasil, a condições que remetem às que vivem na ilha. Além de receberem cerca de 30% do salário pago aos demais participantes do programa, eles estão sob permanente vigilância, conforme constatou O GLOBO em conversas nas últimas semanas com médicos do programa e pessoas que estão em contato direto com eles.

Mas também há, no momento, uma ofensiva de um grupo de pessoas de fora do programa para tentar localizar médicos insatisfeitos, com o intuito de oferecer-lhes asilo ou refúgio e um emprego. A iniciativa conta com o apoio da Associação Médica Brasileira (AMB), que critica o Mais Médicos, e criou um programa de suporte ao médico estrangeiro.

O objetivo não é convencer os cubanos a seguir o caminho de Ramona Rodriguez — que depois de deixar o programa se mudou para os Estados Unidos —, mas sugerir que vivam e trabalhem como médicos no Brasil, depois de passar por formação mais rigorosa e aulas de português. Quando ainda participava do programa, Ramona reclamava que se sentia vigiada e sem liberdade para viajar a outras cidades do país.

Na semana passada, O GLOBO se hospedou no Hotel Excelsior, do Centro de São Paulo, que serve como primeira moradia para boa parte dos médicos que chegam ao país, e constatou que a vigilância é realizada em caráter permanente. Desde o segundo semestre do ano passado, cubanos ocupam a maior parte dos quartos do hotel, localizado ao lado de um antigo cinema que foi transformado em auditório para que eles recebam aulas de português e sobre a organização do sistema de saúde brasileiro.

Aulas de manhã e de tarde

Até que sejam enviados para cidades escolhidas pelo Ministério da Saúde, os médicos ficam confinados no hotel, tendo aulas nos períodos da manhã e da tarde. Só saem de lá quando estão na companhia de professores ou agentes do programa. Costumam estender a jornada de estudos até altas horas da noite.

— O chefe deles fica o tempo todo em cima, e eles ficam o dia todo aí. É como se fosse uma prisão, né? Já chegam sabendo qual é a regra, não são de reclamar. Parece que no país deles é tudo muito rígido também — conta uma camareira do hotel, onde atualmente estão hospedados cerca de 550 médicos.

O “chefe” a que se refere a camareira é o médico Roilder Romero Frometa. Apresentado formalmente como consultor da Opas, Frometa já se encontrou com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, na condição de “representante dos médicos cubanos”. Em Cuba, ele já era influente. Em outubro de 2011, como diretor de Saúde no município de Guantánamo, foi entrevistado pelo jornal oficial do Partido Comunista na cidade. Segundo funcionários, desde o ano passado Frometa está hospedado no hotel.

Na semana passada, enquanto conversava como hóspede com os médicos, na recepção, o repórter do GLOBO foi interpelado diretamente por Frometa. Sem saber se tratar de um jornalista, o cubano quis saber o que ele havia conversado com os médicos do programa. Ao ser indagado pelo jornalista sobre qual papel desempenhava no local, Frometa tentou evitar ser fotografado e reagiu: — Você está mexendo com coisa perigosa.

Ele não é o único a monitorar os cubanos. O vai-e-vem de pessoas dentro e fora do prédio é acompanhado também por seguranças do hotel e por pessoas que usam crachás do programa, como observou o GLOBO no período em que esteve no local. Apesar de o hotel ser privado, Opas e Ministério da Saúde tiveram acesso à ficha cadastral preenchida pelo repórter ao se hospedar.

A Associação Médica Brasileira criou há dois meses um programa de apoio ao médico estrangeiro, cujo objetivo é atender médicos de Cuba e de outras nacionalidades insatisfeitos com as condições do Mais Médicos. Dos 22 profissionais que já procuraram a associação, 16 são cubanos.

— Todos que nos procuraram se queixaram da vigilância. Precisam dizer a todo momento para onde vão, com quem se relacionam. Cada grupo tem um superior hierárquico, a quem têm que dar satisfação — diz o presidente da AMB, Florentino Cardoso. Segundo ele, o objetivo do programa é “mostrar que não existe queixa ou trauma em relação à presença do médico estrangeiro no Brasil, desde que se cumpra a legislação”.

No início do ano, um grupo de cinco médicos insatisfeitos esteve reunido com um deputado da oposição para pedir ajuda para abandonar o programa federal. Reclamavam da baixa remuneração, de US$ 400 por mês no Brasil (outros U$ 600 eram depositados em Cuba), e da diferença de salário em relação ao recebido pelos médicos de outras nacionalidades, que recebem R$ 10,4 mil mensais. Duas semanas depois, o governo brasileiro anunciou um aumento no salário dos cubanos, para US$ 1.245 (R$ 2,9 mil), agora integralmente pagos no Brasil. Os cinco pediram, então, mais tempo para pensar sobre a deserção.

A saída do programa não é simples. Além do temor de serem deportados antes de conseguirem formalizar o pedido de asilo, os médicos temem eventuais represálias a seu familiares e consideram real o risco de nunca mais verem os filhos, os pais e os amigos que estão na ilha.

“Não existe nenhum tipo de limitação”

De acordo com o governo brasileiro, atualmente estão no país 10.687 médicos vindos da ilha governada por Raúl Castro e ao menos sete deles já deixaram o programa. Há duas semanas o ministro da Saúde, Arthur Chioro, negou em audiência da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara que cubanos fossem perseguidos no Brasil. “Não posso dizer quanto à situação em Cuba, mas aqui eles estão livres”, afirmou, na ocasião. O Ministério Público Federal abriu um inquérito para apurar eventuais violações de direitos humanos, mas ainda não encontrou indícios.

Procurado, o Ministério da Saúde divulgou nota em que confirma haver um grupo de funcionários contratados pela Opas responsável pelo “acompanhamento” dos médicos cubanos: “O termo firmado com o governo brasileiro prevê que a organização internacional monte, para melhor gerenciamento do programa, equipe de apoio administrativo e logístico, responsável pelo acompanhamento aos médicos servidores do governo de Cuba que estão em missão internacional no Brasil”. É nesse grupo, segundo a pasta, que se encontra Roilder Frometa.

O ministério nega, no entanto, que haja qualquer restrição ou monitoramento direto dos cubanos: “Não existe nenhum tipo de limitação imposta pelo governo brasileiro aos participantes do programa, sejam brasileiros ou estrangeiros de qualquer nacionalidade. Todos os participantes estão sujeitos às leis do Brasil, não havendo qualquer tipo de restrição de ir e vir. (...) O termo firmado entre o governo brasileiro e a Opas não estabelece nenhum tipo de monitoramento, acompanhamento ou coerção aos médicos participantes, que recebem o mesmo tratamento que qualquer outro estrangeiro que obtenha visto de permanência no país em condições semelhantes”, diz a nota.


Atualmente, a venda de serviços médicos é a principal fonte de receita na economia cubana, rendendo US$ 6 bilhões ao ano (R$ 14 bilhões), seguida do turismo, que gera US$ 2,5 bilhões (R$ 5,8 bilhões), segundo dados oficiais. (O Globo)

16 comentários


Este superior hierárquico, a que se referiu o Presidente da AMB, com certeza é agente cubano encarregado de cercear-lhes a liberdade. Um escândalo ! Uma vergonha!!!

FORA PADILHA!
FORA PT!


Chris/SP

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Coronel,

A última coisa que esta "Programa" visa é a saúde dos brasileiros!!

É incocebível que o MPT ainda não tenha agido com mais vigor sobre este engodo.

Se o Hospital Albert Einstein resolve tratar seus médicos assim, estará FECHADO em uma semana!!

JulioK

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Despetralhando mod

o MPF e o MPT estão como porcos de cabeça baixa e orelhas caídas, para não ver o que está bem nas suas fuças.
É o aparelhamento neofascista das istituições que deveriam primar pela democracia e ser indepedentes.

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Nada custa investigar este hotel Excelsior. Onde tem petralha tem macacutaia ...

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Despetralhando. mod

É repulsivo e me faz corar de vergonha ver um MPT de joelho perante a corja petralha que comanda nesse desgoverno incompetente e corruPTo.

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Corona, e ai do médico que se rebelar, suicidam-no.

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Eis aí a liberdade e a democracia da latrina Cuba-PT, as mesmas dadas aos escravos; há ainda idiotas que votam nesse fumo para depois virar capacho do partido!
Tenha a paciência com esses trouxas!

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Não só importaram "médicos" mas também agentes do serviço de inteligência da ditadura cubana, o G2.

Cadê a PF? Provavelmente ajudando seus parcerios cubanos.

Saiam do país enquanto é tempo!

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Voces já tiveram a oportunidade de ver e ouvir uma palestra da Graça Salgueiro, proferida em 2012 sobre o FORO DE SÃO PAULO ?
É longa, duas horas e blau....ouvi ontem, ela detalha direitinho os motivos pelos quais Fidel e Lula fundaram o Foro e o que querem, além de nos alertar que estamos proximos de virar uma CUBA.

Assistam :https://www.youtube.com/watch?v=JMVd-5Aqy4A

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ditadura é foda

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"Na semana passada, enquanto conversava como hóspede com os médicos, na recepção, o repórter do GLOBO foi interpelado diretamente por Frometa. Sem saber se tratar de um jornalista, o cubano quis saber o que ele havia conversado com os médicos do programa. Ao ser indagado pelo jornalista sobre qual papel desempenhava no local, Frometa tentou evitar ser fotografado e reagiu: — Você está mexendo com coisa perigosa."




normal, né!!!!???!

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O MPT está aparelhado, o MPF está aparelhado, por isso nada fazem.
A filha da Dilma é Procuradora do Trabalho pelo RS (MPT) não sei desde quando. Certo que não vão fazer nada.
Esta reunião com os jalecos é terrível.
Que eu saiba, jalecos de médicos e de enfermagem ou laboratório são usados em trabalho e não como traje passeio ou de reunião em hotel, até para evitar a contaminação dos doentes. Aqui eles já descem do avião nos jalecos e acho que não podem tirar nem para dormir...

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esse programa eh pior q o assalto aaa petrobras.sao pessoas mal formadas,nao falam portuques,nao tem a menor condiçao de exercer a profissao.onde estao as pessoas que podem acabar com essa vergonha,essa enganaçao,programa criado p arrecadar dinheiro,colocando em risco a saude dos brasileiros.p os cubanos,mesmo vigiados,isso aqui eh uma maravilha..........

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4 de abril de 2014 12:41, eu não vou me curvar pra comunista pau mandado que nem é do meu país. que venham. vão sentir o sabor do aço.

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4 de abril de 2014 12:41, eu não vou me curvar pra comunista pau mandado que nem é do meu país. que venham. vão sentir o sabor do aço.

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Ééééé Coronel,
Antes era a Venezuela que pagava a conta, agora que quebraram também, sobrou pra nós. essa importação vem sendo gestada faz tempo...
Abs.

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