Eduardo Cunha põe o bode Everaldo na sala.

Pastor Everaldo e Eduardo Cunha: muito mais do que um dízimo para desistir da candidatura em favor de algum outro candidato.

Todos sabem que quem manda no PMDB não é Michel Temer ou Renan Calheiros. Quem manda é o deputado federal Eduardo Cunha (RJ), que tem na sua mão, além do peemedebismo fisiológico, boa parte do baixo clero dos demais partidos. É o rei da Câmara. É evangélico e vai usar o Pastor Everaldo Dias Pereira para pressionar o PMDB e o PT para levar vantagens para a sua turma. Leia abaixo matéria da Folha de São Paulo.
 
Em duas semanas, Everaldo Dias Pereira, 57 anos, vai voar 11 mil quilômetros pelo Brasil, passando por nove capitais. Pastor da Assembleia de Deus, maior denominação evangélica do país, ele diz estar decidido a ser presidente do Brasil em 2015. "Acredito em milagre. Mas Deus não faz milagre sem a gente trabalhar. E a gente trabalha", diz o vice-presidente do PSC (Partido Social Cristão), partido que controla.
 
Com discurso focado em temas conservadores como proteção à família "de homem e mulher", contra a liberação das drogas e do aborto e a favor da redução da maioridade penal, pastor Everaldo tenta ocupar um espaço vazio na política brasileira. Muitos apostam que ele pode ser a surpresa da eleição e o fator que pode levá-la ao segundo turno. Em levantamentos internos de alguns partidos, seu nome chega à casa dos 5% de intenção de voto. "Nunca vi candidato que não acredita que vai ganhar. Eu vou subir a rampa em 2015", diz o pastor.
 
Everaldo é desconhecido da maioria, mas não é exatamente novidade na política. Ao contrário. Nascido em Acari, subúrbio do Rio, está desde a década de 1980 apoiando campanhas. Formado em Ciências Atuariais e sócio de uma corretora de seguros (após começar como office-boy no setor), foi cabo eleitoral de Leonel Brizola em 1982 e não parou mais. "Em 1989 eu organizei o último ato do Lula no segundo turno, lá na Baixada Fluminense", lembra Everaldo.
 
Sua entrada na política de fato se deu em 1999, pelas mãos da então vice-governadora Benedita da Silva (PT) no primeiro governo de Anthony Garotinho (então no PSB), ambos políticos evangélicos. Como subsecretário no governo, cuidou do Cheque Cidadão, programa de distribuição de recursos diretos. Na época, começaram também as acusações de uso indevido da máquina pública. A maioria dos beneficiários do programa era evangélica. "Por que esse pastor Everaldo tem o controle sobre a distribuição dos cheques? O cheque do pastor é dinheiro público", disse Brizola em entrevista em março de 2000.
 
NAS SOMBRAS
 
Everaldo saiu do governo e passou a trabalhar no projeto presidencial de Garotinho. Só se afastou do ex-governador quando a pré-campanha dele, em 2006, acabou em um escândalo de corrupção envolvendo ONGs fantasmas. Everaldo e seu ex-sócio, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), começaram juntos nessa época um roteiro que está desembocando em sua possível candidatura. Um político do PMDB fluminense diz que eles são "um só".
 
Cunha tornou-se um dos principais nomes da Câmara e ajudou o partido do amigo a crescer. O PSC quase dobrou sua bancada entre 2006 e 2010 e conseguiu a polêmica eleição do pastor Marco Feliciano (SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos. Sobre Everaldo, Cunha reconhece a amizade, mas nega que atuem juntos. "Tentei convencê-lo a não ser candidato, mas não tive sucesso. [A candidatura] é irreversível", diz Cunha, que vê chances de o amigo crescer na campanha. "A bandeira que ele defende está solta". O PSC é o maior dos pequenos partidos dispostos a ingressar na corrida presidencial. Elegeu 17 deputados e um senador em 2010, o que lhe dará cerca de 1min20 de TV na propaganda eleitoral.
 
BLEFE
 
Para alguns políticos, Everaldo está blefando. Em 2010, havia anunciado acordo com o PSDB para apoiar o nome de José Serra à Presidência. Dias antes de o prazo para estabelecimento de alianças ser fechado, o pastor pulou para o lado do PT e apoiou Dilma. Em troca, o PSC recebeu R$ 4,7 milhões, a maior doação petista fora do partido. O grande beneficiário desses recursos foi Filipe Pereira, candidato a deputado federal (RJ) e terceiro filho de Everaldo no primeiro de seus três casamentos.

5 comentários

A política brasileira é lixo só. Só jogo de interesses. Um balcão de negócios. Em 2014 é hora do povo que tem acesso a estes blogs que mostram as sujeiras, fazer uma campanha acirrada contra estes partidos PT e aliados.

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Acho que uma parte do PMDB deve desembarcar do PT. E talvez o Everaldo com a ajuda do Eduardo Cunha pode ser uma boa alternativa para contrapor ao PT. Não será para ganhar a eleição mas para dividir o bloco governista. E isto é muito bom porque além de levar a disputa para 2o turno e havendo este certamente irá apoiar o Aécio. Não tenho certeza mas acho que o Aécio deve estar trabalhando nos bastidores para que ocorra outras candidaturas já que a de Marina não se viabilizou.

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O pastor pode ser o SERRA DA DILMA e atrapalhar o projeto petralha porque os pobres são "petralhas de direita" apoiam o direito à propriedade, até o MST quer a PROPRIEDADE DA TERRA AOS PEQUENOS AGRICULTORES se conquistarem a terra, não querem sovkozes ou as cooperativas cubanas, os comunistas os usam como cavalo-de-tróia para se manterem no poder.
O PASTOR TEM CRENÇAS MORAIS E RELIGIOSAS MUITO SEMELHANTES AO "ZÉ POVINHO DA PERIFERIA", ninguém quer o comunismo mas adoram o BOLSA VAGABUNDAGEM E BOLSA-COCAÍNA.
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** Auxílio reclusão = Auxilio cocaína ( ou outras drogas) pois as mulheres deles levam o dinheiro ao cárcere e lá compram a droga.

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Coronel,
com o barco da petralhada afundando, o salve-se quem puder e as ações para se cacifar junto a quem dá mais ou tem maiores chances, começou cedo. Quero ver o velhaco ter coragem de sair candidato no lugar da Anta II.

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Mais um traíra do povo. Devemos ficar atentos.

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