A aliança da ex-senadora Marina Silva com o governador de Pernambuco, Eduardo
Campos (PSB), acirrou a disputa entre petistas e tucanos por aliados para a
eleição presidencial do próximo ano. Por recomendação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal
estrategista da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, o Palácio do
Planalto vai intensificar negociações para manter o PDT e o PP a seu lado e
tirar o recém-criado Solidariedade da órbita tucana.
Dilma planeja usar a reforma ministerial prevista para o fim deste ano para
amarrar suas alianças tanto no plano federal como nos Estados. Do lado do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) vai buscar o apoio do PPS, que
tentou sem sucesso atrair o ex-governador tucano José Serra e Marina para
lançá-los como candidatos à Presidência. Sem candidato a presidente, a avaliação é que a aliança natural do PPS é com
o PSDB, já que a legenda tem vários parlamentares que se elegeram em coligações
com os tucanos em seus Estados. "Se analisar o cenário de hoje, só tem ele [Aécio] e o Eduardo Campos", diz o
presidente do partido, o deputado federal Roberto Freire (SP).
O apoio desses partidos é disputado por causa do tempo a que eles têm direito
na propaganda eleitoral na TV. Em conversas reservadas, Aécio disse confiar que, apesar da estratégia do
Palácio do Planalto de atrair o apoio de deputados do Solidariedade, a cúpula da
nova sigla está fechada com seu projeto. Seu criador, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da
Força Sindical, tem o controle do partido, chamou Dilma de "inimiga" na semana
passada e já garantiu seu apoio a Aécio.
O PP será disputado pelo governo Dilma e pelo PSDB. Os articuladores
políticos do governo têm conversado com o senador Ciro Nogueira (PP-PI),
presidente da sigla, para garantir seu apoio a Dilma. O partido, liderado pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ), que é tio de
Aécio Neves, ficou neutro na campanha de 2010, mas hoje controla o Ministério
das Cidades.
A equipe de Dilma acredita que o apoio do PDT está garantido, especialmente
depois que a presidente decidiu manter no cargo o ministro do Trabalho, Manoel
Dias, apesar de suspeitas de irregularidades na sua pasta.
CHANCES
Ontem, um dia depois do anúncio da aliança de Campos com Marina, assessores
de Dilma avaliavam que suas chances de decidir a eleição no primeiro turno
cresceram, já que dois possíveis candidatos se tornaram apenas um. Além disso, a equipe da presidente tem dúvidas sobre a capacidade que Marina
terá de transferir seu eleitorado para Campos e acha possível até que parte dos
seus votos migre para o campo petista. De acordo com a mais recente pesquisa do Datafolha, concluída no início de
agosto, Dilma tinha 35% das intenções de voto. Marina aparecia com 26%, Aécio
estava com 13% e Eduardo Campos com 8%, em quarto lugar.
Os petistas querem reduzir ao máximo possível as traições nos Estados de seus
aliados no plano nacional. Eles vão trabalhar para evitar a repetição do que
ocorrerá na Bahia, onde o peemedebista Geddel Vieira Lima, mesmo com cargo no
governo federal, tende a apoiar um nome da oposição na campanha. Em dezembro, a presidente vai trocar boa parte de sua equipe porque vários
ministros vão disputar as eleições em 2014. Entre eles estão os petistas Gleisi
Hoffmann, da Casa Civil, que concorrerá ao governo do Paraná, e Fernando
Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que será candidato
ao governo de Minas Gerais. (Folha de São Paulo)
2 comentários
o baixo clero politico dessepaiz nunca esteve tao em alta...
Replyvão faturar horrores com o desespero dos petralhas por apoio...
mesmo que seja comprado, na cara dura...
Não podemos nos esquecer que em 2010 a candidata Marina Silva tinha um tempo ínfimo na TV e atrapalhou barbaridade com seus mais de 20 milhões de votos. Muitas vezes tempo muito grande atrapalha pois além de cansar o eleitor perde a consistência.
Reply