Privatização maquiada do PT fracassa, mesmo paga com dinheiro do BNDES.

 
Abaixo, coluna denominada "Concessões", publicada hoje na Folha de São Paulo, assinada por Aécio Neves, senador do PSDB por Minas Gerais e presidente do partido.
 
Na última semana, com o fracasso do leilão do primeiro lote de rodovias a serem concedidas à iniciativa privada --o trecho da BR-262 não teve sequer um interessado--, a gestão petista recebeu um duro recado: o mercado gosta de regras claras e desconfia do governo.Para quem estava prestes a celebrar o sucesso do primeiro dos muitos leilões previstos no setor de transportes, foi uma lição inesperada. A rendição do PT à realidade de uma governança pública mais responsável com os destinos do país requer ainda longo aprendizado.
 
Em entrevista publicada ontem no jornal "O Globo", o ministro Guido Mantega afirmou que os investimentos em infraestrutura vão alavancar o crescimento do país. A aposta no programa de concessões revela uma guinada e tanto no receituário do partido governista. Ao longo de sua história, o PT fez do combate ferrenho às privatizações uma de suas bandeiras mais ostensivas. Nos pleitos, vendeu ao eleitorado, com hipocrisia, a certeza de que as privatizações seriam um crime de lesa-pátria, uma entrega do patrimônio nacional a preços aviltantes.
 
Assumido o poder, a ação do partido se descolou do discurso. Agora, para assegurar o sucesso dos leilões, o governo não poupa esforços na concessão de incentivos. Grande parte dos financiamentos das obras virá do BNDES, com empréstimos concedidos a taxas subsidiadas pelo Tesouro Nacional.O grau de comprometimento do BNDES é tão elevado que o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore declarou ontem, nesta Folha, que "o leilão de Dilma visa mais o eleitor que a sociedade".
 
Mas o uso de tais anabolizantes não tem sido suficiente para sensibilizar o mercado como o governo gostaria. Armadilhas jurídicas e constantes mudanças de regras parecem também ameaçar as futuras concessões. A verdade é que pagamos um alto preço pela ineficiência dos últimos anos. Com a infraestrutura deteriorada, o país vem perdendo competitividade no cenário internacional. Por questões ideológicas, o PT impôs um calendário de atraso ao país.
 
É preciso agora correr contra o tempo. O programa de concessões para desenvolver o setor de infraestrutura parece ser a única carta que o governo tem nas mãos para mudar o rumo da economia. Mais uma carta, aliás, que o PT tomou de empréstimo ao programa do PSDB.
 
Não tenho dúvida de que a abertura ao investimento privado é o caminho certo para a recuperação da nossa combalida infraestrutura. É nessa trilha que o governo deve perseverar. Mas é necessário que o programa seja mais transparente, equilibrado e, sobretudo, livre de ideologia e preconceitos. Assim ele pode dar certo, como todos esperamos, e o país precisa.

4 comentários

Será que nenhum deputado ou senador da oposição. ou o Ministério Público (a parte que ainda não está podre) tomará a iniciativa de investigar o que foi feito com o dinheiro daquela operação tapa buracos do Lula? Foram milhões ou bilhões de reais em uma operação eleitoreira que deu em nada. O dinheiro sumiu e a operação foi uma maquiagem muito mal feita. Onde foi realizada, se é que foi realizada, os buracos voltavam nas primeiras chuvas.

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Problema adicional para os petralhas: Guido Manteiga contava com estas concessões para alavancar a economia.

Era o "plano" dele para reduzir o fracasso do Pibinho 2013... agora, já era!


Lanterna.

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Coronel,
quem confia nessa corja. Até seus cupinchas ficam ressabiados.

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este país não tem geito. A minha previsão é a cada dia o governo da petralhada fica mais curto.A roubalheira aliada a incompetência, dá o toque. Não motivo de preocupação: 0 PT não vai eternizar-se no governo. A sua incompetência fará a sua parte. 0 que é lamentável é que um país tão rico e com grandes possibilidades de crescer, está indo pro brejo. A produção do alcool é um sinal do que afirmo. E debacle na Petrobráz lhe faz companhia.

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