Único destaque da Indústria é a fabricação de caminhões. Porque carrega o sucesso do Agro.

Saíram novos números da indústria subsidiada do Brasil. Péssimos. E o PIB que começou em 4% já está previsto para menos de 3% em 2013. Como mulher de ongueiro ambientalista, a Miriam Leitão costuma levar a casa para o trabalho. É uma inimiga declarada do Agro. Mas a sua coluna de hoje, em O Globo, explicita muito bem o quadro da economia brasileira.
Filas e mais filas de caminhões enfrentando a péssima logística do país para exportar milhões de toneladas de grãos que ainda salvam a nossa balança comercial
 
Continua difícil contar com a indústria. Os economistas previam alta de 1,3% em março, mas a produção cresceu 0,7%. O trimestre fechou em 0,8% e o acumulado em 12 meses continua negativo, -2%. As projeções para um PIB de 3% no ano contam com uma alta forte do setor industrial, que ainda não aconteceu. Metade do investimento no trimestre é equipamento de transporte, com foco na produção de caminhões.
 
Os problemas da indústria não estão apenas na macroeconomia e no custo Brasil. Há causas específicas, que não são atacadas pelo governo. A política setorial é só uma forma de compensação: dá pequenos benefícios a quem está indo mal. Um por um, para onde se olha, há luz amarela. O setor de petróleo e gás ficou cinco anos sem rodadas de licitação. São cinco anos perdidos de investimentos e prospecção de novos campos, que fariam aumentar a produção agora. A mineração está travada porque o governo há dois anos fala em mudar o marco regulatório, mas o projeto não sai dos gabinetes de Brasília.
 
A construção civil cresceu muito rapidamente e está repensando seu modelo de negócios. Sofre com a falta de mão de obra e o aumento de custos. A siderurgia anda de lado desde a crise de 2008, que deixou uma ociosidade enorme no mundo em capacidade produtiva. As empresas de energia elétrica levaram um tombo com a MP 579. Perderam valor de mercado e vão perder receita. A indústria do etanol ficou sem competitividade com o congelamento do preço da gasolina.
 
Até setores que vinham andando bem agora estão tendo problemas. Um executivo do setor de bebidas disse que as vendas de cerveja caíram 7% no primeiro trimestre, com queda de 5% nos refrigerantes. O aumento da inflação está tirando renda das famílias, que também estão endividadas. Além disso, o governo tem um cronograma pesado de aumento de impostos sobre bebidas, para compensar a perda de caixa com as desonerações feitas a outros setores. A indústria de alimentos processados também sente o aumento dos preços. A produção caiu tanto em fevereiro quanto em março, acumulando perda de 4% no período.
 
Em março, a indústria como um todo cresceu 0,7%, mas houve alta em apenas 13 dos 27 setores. O crescimento foi mais uma vez concentrado no setor automotivo, que só cresce com a injeção bilionária de subsídios, via redução de IPI. Toda vez que se fala em voltar com o imposto, as vendas caem, e a produção, também. No mercado internacional, a indústria continua sem condições de competir. A balança comercial do setor industrial terminou o primeiro trimestre com déficit de US$ 16 bi. As exportações caíram 5%, mesmo com o real mais fraco, e as importações cresceram 3%.
 
 Produtos de alta tecnologia tiveram queda de 8%. O melhor dado de ontem foi a alta pelo terceiro mês seguido dos bens de capital. Mas, até aqui, há ressalvas. O ritmo começou em 9,2%, em janeiro, desacelerou para 1,6%, em fevereiro, e em março foi a 0,7%. No trimestre, houve alta de 9,8% em relação a 2012. Pelas contas de André Macedo, do IBGE, praticamente metade disso é produção de equipamentos de transporte, leia-se caminhões.
 
Olhando para frente, os primeiros números de abril mostram piora na expectativa dos empresários. O índice dos gerentes de compras PMI do banco HSBC caiu pelo terceiro mês seguido, para a menor taxa em seis meses. O Índice de Confiança da Indústria da FGV caiu 0,8% em abril e ficou abaixo da média histórica.
 
A política industrial não tem dado certo, e as previsões dos economistas estão errando o alvo. Os bancos previam forte alta da indústria. O Bradesco estimava 1,7%. Itaú, HSBC e Santander estavam com a média do mercado, em 1,3%. Deu 0,7%. Mesmo com grandes departamentos econômicos, eles não estão conseguindo medir o que está acontecendo com a economia. Gradual Investimentos e MB Associados chegaram próximos - 0,6% - mas estão entre as exceções.

9 comentários

Coronel,

Eu já trabalho, a 15 dias, com o dado de queda no consumo da "ceva" para análise do PIB 2013.

- Povão sem tostão pro cervejão!!(hoje é sábado!!)

Bancões estão "CEGADOS" pelo governo. BOFA, que chegou a pouco pela mão do Lulla, fez previsões HIPEROTIMISTAS.

Tente achar um dado consolidado da nossa balança comercial 2013 na imprensa. IMPOSSÍVEL!!!

Estão embaralhando tudo para não aparecer o ROMBO.

Industria TUPINIQUIM a pique com importações na estratosfera.

JulioK

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ter industria forte de que jeito, se o que mais impressionou a presidentA nos últimos tempos foi a invenção da caxirola?

a mulher ficou embasbacada com a "invenção"...

disse que era preciso ser muito inteligente para copiar, ops, criar um bagulho daqueles...

temos mesmo eh que viver de exportar matéria prima e importar tecnologia...

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É a Miriam Porcão começando a engolir o que tem vomitado, essa petralha de carteirinha ainda vai ter que se retratar muito e ver tudo o que ela admirou naufragar num mar de incompetência.
Sou empresário e sei das dificuldades de cada dia, os bancos nos ferram, os clientes nos espremem e os empregados se puderem nos arrancam até os últimos centavos.
Agora mesmo estou comprando um caminhãozinho e morrendo com juros de 2,10 ao mês, e ainda tenho que agradecer ao banco pelo favor que está me fazendo.
Ai vem a Mônica Vermelha Gorducha vomitar merdas nos nossos ouvidos.

2014 NOS ESPERA.

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o agronegocio tem uma PRESIDENTE, nao uma presidenta, ah,ah,ah

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Essa super-safra irá segurar um PIB próximo dos 3% para esse ano. Não fosse ela, teríamos outro rídiculo pibinho petista.

Não fosse a falta de infraestrutura capaz de estocar a safra com segurança e exporta-la rapidamente, não haveria necessidade dessa enorme quantia de caminhões.

O PT NÃO INVESTIU ABSOLUTAMENTE NADA EM REFORMAS E INFRAESTRUTURA NOS ÚLTIMOS DOZE ANOS!

Estamos vivendo a Era de Mediocridade, exatamente como diz Augusto Nunes.

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Coronel,
sempre falei que essa canalha está no poder por não termos uma oposição. Sim, e ajuda do Sr. FHC foi decisiva.

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Dizem que o mais prioritário é fazer a ferrovia oeste-leste para escoar a soja. Ledo engano. Vai ficar 100k caminhões no mesmo porto e se for para o norte vai ter que pagar pedágio e gasolina extra, o que encarece e diminui a competitivade, O melhor mesmo é duplicar as rodovias oeste-leste, já que o Brasil é menor nesse sentido, e fazer a ferrovia norte-sul para aliviar os portos mais cheios e também para os portos aumentarem sua eficiência e competirem entre si por preços mais baixos.

A ferrovia norte-sul também impulsiona a indústria brasileira, pois melhora a velocidade de circulação dos produtos e embaratece sobremaneira o frete. É como comparar uma internet de 56k e de 1MB.

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Empregos tecnico - engenheiros - pagando cada vez menos, menor prducao, menor numero de industrias. Isto tem nome - desendutrializacao. Nao quero reserva de nercado, quero um mercado aberto, onde uma empresa possa crescer sem q o governo lhe obrigue a pagar mais impostos. Quero uma economia onde um funcionario custe 16% mais que seu salario e nao 102%! Quero uma economia onde eu posso decidir onde me tratar e nao ser obrigado a utilizar o sistema de saude publico. Quero uma economia livre e um estado pequeno. Quero uma economia onde o povo, atraves de seus gastos e investimentos possa gerar as riquezas e nao onde o estado diz que gera riquezas.

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A próxima obra do governo central é desorganizar a agricultura, excelência do país, para acabar de vez com as famílias.

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