A Justiça Federal em Goiânia condenou Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a 39 anos e oito meses de prisão e determinou sua volta para a cadeia, efetuada na tarde de ontem. Acusado de comandar esquema de jogos ilegais, o empresário deixara a prisão havia apenas 16 dias. A sentença é fruto da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Nela, o juiz Alderico Rocha Santos disse que Cachoeira cometeu crimes de corrupção ativa, peculato e formação de quadrilha.
Segundo a acusação, o esquema de jogo ilegal era centrado em Goiás e no Distrito Federal e atuava para conseguir contratos por meio de fraudes e cooptação de agentes públicos. Na sentença, o juiz diz que Cachoeira "colocou a seu serviço, como despachantes de luxo, vários parlamentares, inclusive federais". Segundo o juiz, "os crimes foram perpetuados, sobretudo, almejando auferir renda ilícita, reconhecimento político e social, garantindo-lhe condição de 'magnata'".
Para Alderico, Cachoeira controlou "quase por completo os órgãos integrantes da Segurança Pública de Goiás", ligando o esquema ao governo de Marconi Perillo (PSDB) e gestões anteriores. A decisão do magistrado afirma que Cachoeira "manipulou" várias licitações para "beneficiar uma das maiores construtoras do país, a Delta" e que constituiu empresas laranjas para receber 'comissão' da Delta". A sentença descreve como exemplo do poder de Cachoeira o fato de funcionários da Delta terem usado carros da Polícia Militar goiana.
Por conta disso, o juiz determinou nova prisão por dois anos, mesmo antes dos recursos de seus advogados, e determinou o pagamento de multa de quase R$ 4 milhões. Além disso, estipulou fiança de R$ 10 milhões, que só poderá ser paga após o cumprimento dos dois anos. Além de Cachoeira, foram condenados outras sete pessoas, dentre eles o ex-sargento Idalberto Matias, o Dadá, acusado de espionar ilegalmente para o grupo, e o ex-vereador Wladimir Garcez, apontado como um dos braços políticos da quadrilha.
A sentença, que absolve Cachoeira de algumas imputações, deve ser contestada por recursos das defesas. Esse é o mais novo capítulo do escândalo político que levou à criação de uma CPI no Congresso e à cassação do mandato do então senador Demóstenes Torres (ex-DEM).Além de Perillo, é citado nas investigações o governador Agnelo Queiroz (PT-DF), investigadas no Superior Tribunal de Justiça. Cachoeira foi preso em sua casa em Goiânia. A prisão anterior durou 266 dias. (Folha de São Paulo)
3 comentários
Que vão todos para a cadeia, corruptos e corruptores.
ReplyPode ser até um Bispo, Cardeal ou o Papa.
Basta de impunidade.
Os partidos que prestam que hajam corretamente e fação um expurgo nos seus quadros, só assim poderão abrir a boca e falar o que quiser.
É preciso reduzir ao máximo possível a corrupção que está imensa.
Tree
ele já já vai dar com a lingua nos dentes
ReplyPena que é só o Cachoeira ...
ReplyEstá pagando por todos os demais, mas não sendo trouxa, como não é, vamos aguardar os próximos lances.