José Mentor, o petista que escapou do Mensalão, recebeu propina do Petrolão.

 
A dupla Mentor e Vargas, curtindo um  cafezinho e milhões do Petrolão.
 
Lembram que o escritório de José Mentor (PT-SP)recebeu R$ 120.000,00 da empresa de Marcos Valério no Mensalão? Espertíssimo, Mentor afirmou que este valor se referia a honorários de serviços prestados a um sócio de Marcos Valério. O deputado mandou carta a todos os deputados com cópias de seu depoimento, depoimentos de testemunhas e cópias das notas que justificam o recebimento de R$ 120 mil de Rogério Totentino. Pediu clemência, se colocou à disposição para mais esclarecimentos e foi absolvido pelos seus cúmplices na Câmara.

Pois hoje o Estadão informa que  o doleiro Alberto Youssef, peça central da Operação Lava Jato, declarou à Justiça Federal nesta quarta-feira, 24, que entregou ‘valores em espécie’, entre janeiro e fevereiro de 2014, para o deputado José Mentor (PT/SP) a pedido do ex-vice-presidente da Câmara, André Vargas (ex-PT/PR), cassado. A entrega ocorreu, segundo o doleiro, no escritório de Mentor, na praça da Árvore, em São Paulo. Quando fez delação perante a Procuradoria-Geral da Repúbica o doleiro afirmou que repassou R$ 380 mil a Mentor.

Segundo Youssef, que fez delação premiada nos autos da investigação sobre corrupção e cartel das grandes empreiteiras na Petrobrás, os R$ 380 mil são relativos a uma parcela de propina de R$ 2 milhões sobre contrato de uma empresa de tecnologia. Parte, disse o doleiro, foi entregue pessoalmente a Vargas em Brasília – agora ex-deputado, Vargas é réu da Lava Jato e está preso em caráter preventivo, sob acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Youssef depôs como testemunha de acusação no processo criminal contra Vargas, por corrupção e lavagem de dinheiro. Na audiência desta quarta-feira, 24, ele não citou o montante repassado a Vargas e a Mentor – mas, na delação perante a Procuradoria-Geral da Repúbica, Youssef relatou ter pago R$ 380 mil a Mentor.

A operação, segundo Youssef, havia sido acertada com um irmão de André Vargas, Leon Vargas, também alvo da Lava Jato em um esquema de desvios de verbas na área de publicidade com órgãos públicos. “Disponibilizei parte dos recursos em São Paulo e parte em Brasília para o sr., na época, deputado André Vargas”, disse o doleiro, que foi ouvido na Justiça Federal em Curitiba, base da Lava Jato. 

Ele disse que “em Brasília entregou diretamente à pessoa dele (Vargas) e em espécie”. “Em São Paulo, entreguei na Praça da Árvore no escritório do deputado José Mentor. O sr. André Vargas me pediu que entregasse esse valor, não estou lembrado agora, um valor no escritório do sr. José Mentor, na Praça da Árvore em São Paulo.”

Youssef confirmou ter recebido visita de Leon Vargas por 18 vezes, em seu escritório de São Paulo. “Ele (Leon) me pediu que recebesse uma empresa, emitisse umas notais fiscais e pudesse fazer reais para ele. E assim foi feito, em dezembro de 2013, senão me engano.”