Pesquisas do PT indicam Dilma com 33% e presidente convoca cadeia nacional para fazer propaganda eleitoral criminosa.

A oposição sinalizou na noite desta quarta-feira (30) que vai entrar com representação na Justiça Eleitoral contra a presidente Dilma Rousseff por propaganda política antecipada. Líderes do PSDB, do PSB e do DEM classificaram o "pacote de bondades" e a defesa da Petrobras apresentados pela petista em pronunciamento pelo 1º de Maio, em cadeia de rádio e televisão, como plataforma para a campanha nas eleições de outubro. Entre as medidas estão reajuste de 10% no Bolsa Família e correção na tabela do Imposto de Renda.

Para o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), o PT está privatizando e transformando em horário eleitoral os pronunciamentos oficiais da Presidência. "O PT está privatizando os pronunciamentos e utilizando recursos públicos a favor de sua candidata. É o vale tudo eleitoral", disse.

Um dos principais interlocutores do presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE), o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), afirmou que a pauta apresentada por Dilma é uma antiga reivindicação da sociedade e que neste momento cheira a "lorota eleitoral". "As contas públicas desequilibradas do jeito que estão e a presidente fala neste momento nessa pauta só pode cheirar a lorota eleitoral. Essa agenda é uma antiga reivindicação da sociedade, mas é uma pena que o governo tenha caído nas pesquisas para ser tocado o que deixa em véspera de eleições todos nos perplexos porque está cheirando mais a interesse eleitoral", afirmou.

"O governo está muito preocupado com a queda da popularidade da presidente, isso os levou ao desespero e uso da máquina em seu favor", reforçou o líder do PSB, senador Rodrigo Rollemberg (DF).

Para o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), o PT tem repetido a estratégia de usar os pronunciamentos para fazer campanha antecipada, mas isso não tem surtido efeito. Ele afirmou que Dilma recorreu a esse mecanismo para anunciar a redução da tarifa de energia e dos juros, que também são vitrines eleitorais, mas que não se concretizaram. "Ela tem usado muito isso, afrontando a legislação eleitoral, mas isso não tem produzido resultado até porque a população percebe que as medidas não se concretizam.

Em nota, o pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse que o pronunciamento de Dilma mostra "o desespero de um governo acossado por sucessivas denúncias de corrupção e uma presidente da República fragilizada pelo boicote da sua própria base, protagonizando um dos mais patéticos episódios já vistos na política brasileira." Aécio diz ser lamentável que a presidente use a TV para "fazer campanha política e atacar os adversários".

"Certamente orientada por seu marqueteiro, a presidente tenta, como se fosse possível, encarnar o atual sentimento de mudança existente no país. Ela ainda não percebeu, mas perceberá, que a mudança pela qual clamam mais de 70% da população brasileira não inclui a sua permanência no poder."


Presidente do DEM, o senador José Agripino Maia (RN) disse que Dilma deve responder judicialmente pela prática de campanha eleitoral antecipada. "Os partidos não hesitarão em entrar com uma ação judicial. São atitudes típicas de caráter eleitoreiro, de eficácia inexistente a essa altura do campeonato para um governo que peca na falta de credibilidade da palavra", disse. (Folha Poder)

O pronunciamento de Aécio Neves sobre o uso criminoso da máquina pública por parte da Presidente Dilma Rousseff

O pronunciamento presidencial que foi ao ar nesta quarta-feira, em cadeia de rádio e TV, representa o desespero de um governo acossado por sucessivas denúncias de corrupção e uma presidente da República fragilizada pelo boicote da sua própria base, protagonizando um dos mais patéticos episódios já vistos na política brasileira.

É lamentável que a primeira mandatária do país abdique, uma vez mais, da necessária compostura que deveria ter ao utilizar um instrumento de Estado, como a cadeia de rádio e televisão, para fazer campanha política e atacar os adversários.

Dilma Rousseff fala de um país que não é o nosso, onde a inflação é obra do acaso e não dos desacertos do seu governo. Da mesma forma, debita a perda de credibilidade da Petrobras à fiscalização e cobranças das oposições e não como resultado da ação daqueles que transformaram a maior empresa brasileira em um balcão de negócios, sob grave suspeição.

Certamente orientada por seu marqueteiro, a presidente tenta, como se fosse possível, encarnar o atual sentimento de mudança existente no País. Ela ainda não percebeu, mas perceberá, que a mudança pela qual clamam mais de 70% da população brasileira não inclui a sua permanência no poder.

Aécio promete ser o Presidente do Agro.

Fotos:Orlando Brito

O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), pré-candidato a presidente da República, disse nesta quarta-feira, ao chegar à Agrishow, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, que se autointitula "o candidato do agronegócio". A declaração ocorre após uma série de críticas de líderes do setor ao governo federal e à presidente Dilma Rousseff (PT), pré-candidata à reeleição, e da cobrança de projetos efetivos por parte dos candidatos à sucessão.

"Eu tenho muito orgulho de me intitular o candidato do agronegócio, o agronegócio produtivo que gera renda, empregos, divisas ao Brasil", disse Aécio, que foi aplaudido por vários líderes do setor ao chegar à feira em Ribeirão Preto. De acordo com o senador, a Agrishow é um retrato do País "que dá certo, do Brasil que empreende, que sustenta outros setores".

Na avaliação de Aécio, o Brasil, mesmo com indicadores extremamente baixos, ainda cresce com vigor do agronegócio. O tucano repetiu que os setores agrícola e pecuário no Brasil são extremamente eficientes da porteira para dentro, mas sofrem com os problemas logísticos, além da tributação e do seguro rural "ineficiente".

Ele defendeu a execução de uma política externa mais ousada que abra novos mercados. O presidenciável citou ainda a crise no setor produtivo de açúcar e etanol, o qual, segundo ele, foi "desmontado" pelo atual governo, com o fechamento de dezenas de usinas.

Por fim, Aécio ironizou a ausência de Dilma na Agrishow - ela esteve apenas como pré-candidata em 2010 - e prometeu que, se eventualmente for eleito presidente, estará na feira todos os anos. A ironia se estendeu ainda à provável ida de Dilma no sábado à Expozebu, em Uberaba, Minas Gerais, Estado que foi governado por Aécio. "Desde que se apresentou como pré-candidata ela voltou a ir a Minas e lá será bem recebida com a hospitalidade tradicional", concluiu. (Estadão)

Arrogante e blasé, Dilma abre guerra com a base aliada: " não havendo apoio, a gente toca em frente".

Em entrevista a rádios da Bahia nesta quarta-feira (30), a presidente Dilma Rousseff disse que tocará sua candidatura à reeleição com ou sem o apoio dos partidos de sua base aliada. E afirmou que não irá se importar com as manifestações do "volta, Lula".

"Gostaria muito que, quando eu for candidata, eu tivesse o apoio da minha base, da minha própria base. Agora, não havendo esse apoio, a gente vai tocar em frente", disse a presidente, dois dias após parte da bancada do PR, partido da base do governo, ter pedido a substituição de Dilma pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na segunda-feira (28), o PR afirmou, em carta: "Certos de que nossos compromissos não se esgotam na obra de um governo, entendemos que o país precisa do reencontro com os princípios daquela aliança de 2002". O trecho fez destaque às eleições em que o PR foi importante na viabilização da eleição de Lula para seu primeiro mandato.

Sobre essas manifestações pela candidatura de Lula, Dilma disse hoje às rádios baianas: "Sempre, por trás de todas as coisas, existem outras explicações. Não vou me importar com isso." A seguir, afirmou que "gosta" de ser presidente do país.

Em jantar com jornalistas esportivos no Palácio da Alvorada na segunda-feira (28), a presidente Dilma procurou afastar rumores de que será substituída por seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, na candidatura do PT à Presidência da República. "Nada me separa dele e nada o separa de mim. Sei da lealdade dele a mim, e ele da minha lealdade a ele", disse Dilma. A presidente afirmou que não há fato que possa romper sua aliança com Lula, de quem foi ministra por dois mandatos.

A cúpula da campanha dilmista espera que o Encontro Nacional do PT, que será realizada na próxima sexta-feira (2), crie fato político para espantar o "volta, Lula", movimento que conta com apoio de políticos de partidos aliados e empresários.

PESQUISA ELEITORAL

Na terça-feira (29), a CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulgou pesquisa do instituto MDA. O levantamento mostra um recuo de 6,7 pontos percentuais nas intenções de voto, passando de 43,7% em fevereiro para 37% agora. Também indica uma fuga mais nítida de intenção de votos para a oposição em uma sondagem com margem de erro de 2,2 pontos.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) subiu de 17% em fevereiro para 21,6%. A pesquisa foi realizada dias depois de ir ao ar propagandas partidárias tendo o tucano como protagonista. Já o pré-candidato do PSB, Eduardo Campos, oscilou na margem, de 9,9% para 11,8%.

A pesquisa captou os efeitos da crise da Petrobras– 30,3% dos entrevistados disseram que têm acompanhado as notícias sobre o caso e outros 19,9% afirmaram ter ouvido falar sobre o assunto. Para 33,4% dos que tomaram conhecimento total ou parcial sobre o assunto, Dilma foi a responsável pela malfadada compra de uma refinaria nos Estados Unidos.

PRONUNCIAMENTO

Visando interromper a queda nas pesquisas, Dilma e o marqueteiro João Santana usarão amanhã o discurso do pronunciamento nacional por ocasião do 1º de Maio, Dia do Trabalho, para alfinetar os adversários. Segundo a Folha apurou, ela pretende explorar, sem citar nomes, a declaração de Aécio dada a empresários de que tomará, se preciso, "medidas impopulares", insinuando que isso significa achatamento salarial e aumento do desemprego. Será, como deseja Lula e o PT, um pronunciamento focado na "classe trabalhadora".

Sem citar a disputa eleitoral, mas em tom de campanha pela reeleição, a própria Dilma deu ontem, em evento na Bahia, pistas do seu discurso em rede nacional. "Tenho certeza que o povo brasileiro não vai retroagir, voltar atrás, desistir disso que conquistamos: a redução da desigualdade social, da maior criação de empregos que o Brasil teve", afirmou a petista, ressaltando que, "em governos conservadores", o peso da crise "recaía nas costas do trabalhador".

Os termos "retrocesso" e "voltar atrás", a propósito, serão vastamente usados pela candidata e sua legenda. A ordem é usar eventos do Planalto para falas de forte teor político daqui para frente. Sobre a Copa, Dilma afirmou ser possível agir com equilíbrio se houver protestos e que está tranquila em relação ao funcionamento dos aeroportos. (Folha Poder)

Se existe uma qualidade que Lula não tem é a lealdade que Dilma implora dele.

Dilma Rousseff está praticamente implorando a lealdade de Lula. Em queda nas pesquisas, apela para uma qualidade entre as tantas que o ex-presidente não tem, quando se trata de caráter. Vejam como Lula trata os companheiros mensaleiros, por exemplo. Acaba de declarar que eles não são da sua confiança. Não vai demorar muito para que faça o mesmo em relação à sua criatura. 

Segundo Dilma Rousseff, a sua relação com Luiz Inácio Lula da Silva é pautada pela "lealdade". Essa confiança mútua barraria, na avaliação de Dilma, qualquer chance de que Lula volte a se candidatar à Presidência em detrimento da atual ocupante do cargo, que pretende buscar a reeleição.

Enquanto o movimento "Volta, Lula"ganha força entre membros do PT e de partidos aliados, ela fez estas declarações, ontem, a cronistas esportivos, Reforçou, mesmo diante de todas as evidências, que não há fato que possa romper sua aliança com o antecessor. "Nada me separa dele e nada o separa de mim. Sei da lealdade dele [Lula] a mim, e ele da minha lealdade a ele", afirmou.

Dilma está completamente enganada, o que não é uma novidade. Só uma coisa pode frear Lula. O risco de, ao voltar, perder a eleição por ter mentido para a população mais pobre deste país, no qual ele é mestre em enganar, que acreditou quando ele disse que Lula era Dilma e Dilma era Lula. Lealdade? Pergunta para o José Dirceu, Dilma. 

Dilma e PT - com ajuda de Renan Calheiros - fazem últimas tentativas para melar investigação na Petrobras.

Comandada por Aécio Neves, a oposição pressiona Renan Calheiros pela instalação imediata da CPMI da Petrobras. Foto de Orlando Brito.

O STF determinou que a CPI da Petrobras, no Senado, deve ser exclusiva. No entanto, Renan Calheiros, o serviçal do PT na presidência da Casa, vai recorrer ao pleno do tribunal, apenas para ganhar tempo. A oposição quer uma CPI exclusiva mista, envolvendo a Câmara. Já o PT e Dilma, com medo de perder o controle para o blocão de deputados, luta para que a comissão funcione apenas no Senado, ontem tem folgada maioria. Renan Calheiros, com o objetivo de postergar o início dos trabalhos, quer fazer reunião de instalação apenas na próxima semana. A oposição força para que tudo seja resolvido ainda hoje. Ontem, a pesquisa CNT/MDA mostrou que a maioria do povo brasileiro quer acabar com a roubalheira na Petrobras. Parece que não foi o suficiente para convencer a Dilma, o PT e os serviçais do Senado.

Receita Federal tem o mapa do propinoduto da Petrobras.

Relatório da Receita Federal mostra como parte do dinheiro que saiu da Petrobras para pagamento ao Consórcio Nacional Camargo Correa para a construção da refinaria Abreu e Lima caiu em uma das contas da MO Consultoria, uma das empresas do doleiro Alberto Youssef. O documento aponta que o consórcio liderado pela Camargo Correa, uma das sete maiores empreiteiras do país, pagou R$ 26 milhões para a MO entre 2009 e 2013. Os pagamentos teriam sido feitos em operações triangulares com a Sanko Sider e a Sanko Serviços. Segundo a polícia, a MO é uma empresa fictícia e teria sido criada apenas para lavagem de dinheiro.

O relatório com o fluxograma do dinheiro serviu de base a uma das denúncias do Ministério Público Federal contra o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, contra Youssef e mais oito supostos cúmplices dos dois. Na semana passada, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba acolheu a denúncia e abriu processo contra os acusados. Na segunda etapa da investigação, a Polícia Federal deverá concentrar a apuração sobre a Camargo e outras empresas que fizeram repasses a MO.

De 2009 a 2013, a Camargo Correa e outras empresas vinculadas a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco repassaram R$ 90 milhões a MO de Youssef, conforme mostrou o GLOBO na edição de ontem. Pelo laudo da polícia, em 2009, a Petrobras pagou R$ 1.029 bilhão ao consórcio da Camargo Correa encarregada da execução de parte das obras da Abreu e Lima. A partir daí, a Camargo transferiu R$ 3,6 milhões para a Sanko Sider Com. Imp Exportação. Na sequência a Sanko repassou R$ 3,1 milhões para a MO.

Em 2010, a Petrobras repassou mais R$ 919 milhões para o consórcio da Camargo. O consórcio transferiu, então, R$ 8 milhões para Sanko Sides, que transferiu R$ 2,5 milhões para a MO. A Sanko Sider transferiu ainda mais R$ 935 mil para a empreiteira Rigidez e R$ 1,7 milhão para a Muranno Brasil Marketing, estas duas últimas empresas também suspeitas de serem ligadas a Youssef. Na continuidade dos repasses em em operações triangulares, a Petrobras pagou R$ 513 milhões a Camargo, que repassou R$ 16,3 milhões para a Sanko Sider e R$ 11,5 milhões para Sanko Serviços. Deste total, R$ 18,1 caíram na conta da MO.

Em 2012, a Petrobras desembolsou R$ 472 milhões. A Camargo repassou R$ 28,7 milhões para a Sanko Sider e R$ 2,9 milhões para a Sanko Serviços. A partir daí o dinheiro foi repartido : R$ R$ 5,1 milhões foram para a MO, R$ 1,6 milhão para a empreiteira Rigidez e R$ 3,27 milhões para a Muranno Brasil Marketing. Auditores do Tribunal de Contas da União identificaram superfaturamento de mais de R$ 650 milhões nas obras do consórcio. Os dados do TCU também estão sendo usados como base para acusação contra Youssef, Costa e outros suspeitos de envolvimento com desvios de dinheiro da Petrobras. Em resposta ao jornal, a Camargo nega que tenha repassado dinheiro à s empresas de Youssef.

Em resposta ao GLOBO, a Camargo e Correa afirmou que “o consórcio CNCC não pode se responsabilizar por repasses feitos por terceiros a quem quer que seja. Jamais fez negócios ou repasses às empresas ou pessoas citadas. Apenas efetuou pagamentos à Sanko Sider por tubos comprados de acordo com contratos e necessidades da obra e a Sanko Sider é uma empresa certificada pela Petrobras”, disse. (O Globo)

Doleiro Yousseff: promessa de cargos na polícia paulista "se Padilha ganhar".

A Polícia Federal aponta “influência política” do doleiro Alberto Youssef – alvo maior da Operação Lava Jato – sobre o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT. A suspeita decorre de diálogo interceptado pela PF, entre Primo, como Youssef é conhecido, e a doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama, no dia 5 de março, através de um aplicativo de mensagem instantânea.

Ela questiona Youssef se ele “tem acesso atualmente” ao delegado-geral da Polícia Civil paulista e cita o nome Maurício Blazeck, que ocupa o cargo desde novembro de 2012. Nelma diz que “queria um cargo para um amigo” dela no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). “Se o Padilha ganhar o governo ajudo ele e muito”, respondeu o doleiro. Para a PF, o diálogo grampeado “indica possivelmente que (Youssef) tem influência política junto ao candidato ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha”. “Tá bom. Eu quero então acesso ao delegado geral de sp prá um cargo”, finalizou Nelma.

Em outro momento, ela solicita a Youssef que entre em contato através do skype e indica o contato: ‘joaquina_apazza”. A PF conclui que os dois “possivelmente passaram a conversar através deste dispositivo”.

Labogen. Padilha não é investigado pela Lava Jato, mas o nome dele é citado em outros documentos da PF. No relatório principal, que resultou na ordem de prisão de Youssef e seu grupo, os investigadores revelam o empenho do doleiro para emplacar o laboratório Labogen Química Fina em negócio milionário da Saúde, na gestão do petista. A PF juntou aos autos cópia do projeto de Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do ministério e anexou uma fotografia do ex-ministro em um evento.

Em um relatório, a PF transcreve diálogos entre o doleiro e o deputado André Vargas, que se desfiliou do PT na sexta feira. Numa conversa com Youssef, o parlamentar diz que foi Padilha quem indicou um ex-assessor na Saúde para ocupar cargo no Labogen.(Estadão)

A nova citação a Padilha consta de relatório complementar de monitoramento telemático número 8/14. O trecho em que Nelma indaga Youssef se ele tem acesso ao delegado a PF intitulou “influência governo São Paulo”. O grampo alcançou 512 mensagens entre Youssef, que se identifica por ‘Jaiminho’, e Nelma no período de 28 de fevereiro a 14 de março, no âmbito da Operação Dolce Vita, desdobramento da Lava Jato – foram quatro investigações simultâneas, cada uma relacionada a um grupo de doleiros.

Youssef foi preso no dia da deflagração da Lava Jato, 17 de março. Nelma foi capturada dois dias antes no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, quando tentava embarcar para Milão (Itália), com 200 mil escondidos na calcinha.

Multiconta.As interceptações revelam intensa atividade dos dois doleiros. No dia 28 de fevereiro, Youssef solicitou a Nelma “orçamento” para compra de US$ 80 mil. Ela pergunta se o pagamento “será feito em reais em espécie ou se através de transferência bancária”. Em 6 de março, ele diz que precisa comprar US$ 300 mil e pergunta se ela “tem alguma conta disponível na Europa”.

Nelma diz que tem uma conta na China que aceita depósito de euros. Youssef diz que o valor total é de 1,15 milhão. Ela sugere depositar 150 mil em conta sua na Itália e o restante em uma conta na China. “É uma multiconta, não tem problema depósito em euros”, ela diz.

A Justiça Federal abriu ação contra Nelma, “grande operadora do mercado negro de câmbio”. A soma da movimentação financeira de suas empresas de fachada atingiu R$ 103 milhões, entre 2012 e 2013, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf). A Procuradoria da República afirma que a doleira era “líder do grupo criminoso, mandante e executora dos crimes financeiros”.

O ex-ministro Alexandre Padilha (PT) afirmou, em nota enviada por sua assessoria à reportagem, que “não irá comentar diálogos de terceiros e reitera que irá interpelar judicialmente qualquer pessoa que utilizar indevidamente seu nome”. “O ex-ministro já protocolou na Polícia Federal o requerimento para obter o relatório na íntegra e tomar medidas legais.”

A assessoria informou que o advogado Marcelo Nobre, que representa Padilha, protocolou em cartório interpelação solicitando esclarecimentos ao deputado federal André Vargas (sem partido-PR) para que explique “o uso indevido do nome de Alexandre Padilha em mensagem escrita por ele, e interceptada pela Polícia Federal”. “As medidas são mais uma demonstração da seriedade e da transparência com que Alexandre Padilha tem tratado a questão do envolvimento indevido do seu nome na operação da PF, mesmo sem ter nenhuma acusação ou denúncia contra ele.”

O presidente do PT paulista, Emídio de Souza, afirmou ser “uma excrescência” chamar Padilha para responder sobre um diálogo entre doleiros tratando de cargos no Estado. O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Luiz Maurício Blazeck, disse, em nota “que não conhece nem teve contato com nenhum dos doleiros” (Estadão)

Zé Dirceu mora num flat na Papuda.

Nesta terça-feira, uma comissão de deputados federais de diferentes partidos fez uma visita ao mais influente detento da Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, o ex-ministro José Dirceu. O objetivo do grupo, formado majoritariamente por aliados do petista, era tentar atestar que o petista não detém regalias na cadeia e pressionar a Justiça a liberá-lo para trabalhar fora da Papuda durante o dia. Mas não foi o que ocorreu. Ao chegar ao presídio, os parlamentares encontraram o detento 95.413 em uma cela privilegiada, eufórico diante de uma televisão de plasma que exibia a vitória do Real Madrid sobre o Bayern de Munique pela Liga dos Campeões da Europa.

“Estou assistindo ao Real dar uma surra no Bayern”, disse o mensaleiro, sorridente, ao receber a comitiva em sua cela – o time espanhol goleou o rival alemão por 4 a 0.

Segundo relato do deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), a cela do petista é a maior do complexo, equipada com micro-ondas, chuveiro quente, televisão e uma cama diferente das demais. Dirceu foi colocado em um espaço de 23 m² no Centro de Internamento e Reeducação (CIR), cujas celas têm padrão de 15 m² e reúnem até quatro detentos. O local servia de cantina, mas passou por uma reforma para receber o ex-ministro.

“A cela do Dirceu é completamente diferente das outras que a gente viu, não há dúvidas. Vimos pessoas com deficiência física que deveriam ficar separadas porque os presos pegam parte da cadeira de rodas para fazer armas. Mas elas seguem misturadas, dormem em colchões piores e tomam banho em chuveiro frio”, afirmou a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), que é cadeirante.

Os deputados de oposição reclamaram que o coordenador-geral da Sesipe (Subsecretaria do Sistema Penitenciário), João Feitosa, impôs uma série de restrições durante a visita: "Ele queria nos mostrar a cantina, as melhores celas e que seguíssemos o roteiro definido por ele. Disse ainda que não poderíamos ir a outros setores por falta de acessibilidade para a deputada Mara", disse Jordy. Após a insistência, foram liberados três dos cinco parlamentares para visitar outras alas da penitenciária – inclusive a própria Mara Gabrilli, que negou ter enfrentado dificuldades durante o trajeto.

Além de Jordy e Mara Gabrilli, integraram a comitiva os deputados Nilmário Miranda (PT-MG), Luiza Erundina (PSB-SP) e Jean Wyllys (PSOL-RJ).

Podólogo – No mês passado, VEJA revelou uma série de mordomias de Dirceu na Papuda. O petista passa a maior parte do dia no interior de uma biblioteca onde poucos detentos têm autorização para entrar. Lá, ele gasta o tempo em animadas conversas, especialmente com seus companheiros do mensalão, e lê em ritmo frenético para transformar os livros em redações, o que lhe pode garantir dias a menos na cadeia. O ex-ministro só interrompe as sessões de leitura para receber visitas – incluindo um podólogo –, muitas delas fora do horário regulamentar e sem registro oficial algum, e para fazer suas refeições, especialmente preparadas para ele e os comparsas.

Comandada pelo PT, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara aprovou a diligência até a Papuda com o objetivo de negar a existência de benefícios aos condenados no julgamento do mensalão e, dessa forma, evitar sanções aos mensaleiros. Além de pressionar pela liberação do trabalho externo para Dirceu, petistas temem que seus companheiros sejam transferidos para uma penitenciária com regime mais duro.

Dirceu está sendo investigado pela Justiça por ter usado um celular dentro da cadeia do secretário da Indústria, Comércio e Mineração do governo da Bahia, James Correia, no dia 6 de janeiro. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, cobrou investigações sobre essa e outras regalias de Dirceu e aguarda um parecer para decidir sobre a autorização para ele trabalhar em um escritório de advocacia. (Veja)

Pesquisa CNT: mercado comemora e ações das estatais sobem na Bolsa junto com Aécio.

A pesquisa eleitoral CNT/MDA e o noticiário corporativo garantiram alta à Bovespa nesta terça-feira. Depois de uma certa euforia dos investidores pela manhã, as ações das estatais e do Santander reduziram o ganhos à tarde, levando o Ibovespa a encerrar um pouco abaixo da linha dos 52 mil pontos.

A pesquisa mostrou uma queda significativa na preferência do eleitorado por Dilma Rousseff, de 43% para 37%, o que animou os investidores que apostam na derrota da atual presidente, pois consideram seu perfil excessivamente intervencionista.

As ações de estatais, que já haviam avançado forte ontem, voltaram a subir hoje. Petrobras PN ganhou 0,78%, para R$ 16,69, acompanhada de Petrobras ON (0,63%), Banco do Brasil ON (1,91%), Eletrobras ON (3,63%) e Eletrobras PNB (3,35%). (Valor Econômico)

Dilma: "médicos cubanos dão mais atenção aos pacientes do que os brasileiros". Se eu fosse médico...

Os 400.000 médicos brasileiros, ofendidos por Dilma Rousseff, deveriam ler este post, publicado em 15 de outubro de 2013, aqui no Blog. Se existe uma categoria que pode correr o PT do poder, esta categoria veste branco. Clique aqui e compartilhe no facebook. Mande para o seu médico ou para um médico que  você conheça.

Dilma desaba.

Uma coleção de más notícias para Dilma Rousseff na Pesquisa CNT/MDA divulgada agora há pouco. Além da queda na intenção de voto e na constatação de que haverá segundo turno, outros indicadores corroboram que a presidente ruma celeremente para o abismo e para a derrota eleitoral em outubro próximo. Vejam abaixo.
  • 43,1% dos entrevistados não votariam em Dilma de jeito nenhum.
  • A avaliação negativa de 30,6% está praticamente igual à avaliação positiva de 32,9%
  • 46,1% dos entrevistados desaprovam o governo Dilma empatados com 47,9% que aprovam
  • 79,1% dos eleitores acham que o custo de vida aumentou
  • 70,8% dos entrevistados respondem que a alimentação foi o item que ficou mais caro
  • 68,7% dos inquiridos querem grandes mudanças ou mudança total na forma de governar
  • Apenas 6,9% dos eleitores querem a continuidade da forma de governar
  • 46,2% dos entrevistados acreditam que a inflação vai crescer muito e apenas 4,2% creem que vai diminuir
  • Dos 50,5% dos eleitores que já estão acompanhando os escândalos da Petrobras, 80,5% acham que houve irregularidades na compra de Pasadena.
  • 66,5% dos inquiridos sobre Pasadena afirmam que Dilma foi responsável pelo péssimo negócio
  • 30,6% dos entrevistados acham que Dilma não é uma boa gerente e apenas 22,3% acham que ela é.

Pesquisa CNT indica segundo turno entre Aécio e Dilma.

A margem de erro da Pesquisa CNT/MDA divulgada hoje é de 2,2%. A soma dos votos em Dilma alcança 36,4% e o total dos votos nos demais candidatos atinge  35,4%. Desta forma, está configurado o segundo turno entre Dilma e Aécio. É a primeira pesquisa que aponta claramente o fato.

Pesquisa CNT aponta queda de Dilma e crescimento de Aécio.

Pesquisa do instituto MDA encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada nesta terça-feira (29) mostra que, a menos de seis meses da eleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) registrou 37% das intenções de voto e se mantém na liderança da disputa. Na pesquisa anterior, de fevereiro, ela aparecia com 43,7%.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) é o segundo, com 21,6% (17% em fevereiro), e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), o terceiro, com 11,8% (9,9% na pesquisa anterior).

A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuias. O MDA ouviu 2.002 eleitores entre os dias 20 e 25 de abril em 137 municípios de 24 unidades da federação. Por ser ano eleitoral, a pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como determina a regra do processo eleitoral, sob o número BR00086/2014. (G1)

O DataCoronel acertou...

Pelo twitter, este blogueiro antecipou os resultados da pesquisa CNT/MDA. É por isso que eles gostam de mim...

Lava-Jato investiga empreiteiras que pagaram R$ 90 milhões em propinas por contratos superfaturados da Petrobras.

Na segunda etapa da Operação Lava-Jato, a Polícia Federal (PF) vai apertar o cerco sobre dirigentes de empresas, especialmente de empreiteiras contratadas pela Petrobras que fizeram pagamentos à MO Consultoria, do doleiro Alberto Youssef, preso desde 17 de março. Em denúncia apresentada à Justiça Federal semana passada, o Ministério Público Federal informa que as construtoras repassaram R$ 89,7 milhões para a MO, de janeiro de 2009 a junho do ano passado. De acordo com a investigação da PF, a MO é uma empresa fictícia e seria usada por Youssef para pagamentos de propina.

No centro dessa nova linha de investigação estão empresas ligadas à construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Entre as empreiteiras que fizeram pagamentos à MO estão OAS, Galvão Engenharia e Coesa Engenharia, entre outras grandes empresas. Pelas informações da força-tarefa de procuradores encarregada de atuar no caso, a OAS fez dois pagamentos no total de R$ 1,6 milhão, entre 8 de setembro de 2010 e janeiro de 2011; a Galvão Engenharia desembolsou R$ 1,5 milhão, entre abril e março de 2011; e a Coesa, R$ 435 mil, em 3 de janeiro de 2011.

Na lista de empresas a serem investigadas estão Jaraguá Equipamentos, Empreiteira Rigidez, Consórcio Sehab, Consório RNEST, JSM Engenharia e Unipar Participações, entre outras. A PF e o Ministério Público Federal suspeitam que empresas pagavam propina à MO, de Youssef, em troca de contratos com a Petrobras ou com empresas contratadas pela estatal a partir de negociações intermediadas por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. Costa também está preso em Curitiba.

Para MP, recursos vieram de propina

No topo da lista de empresas que fizeram os pagamentos mais volumosos à empresa supostamente fictícia de Youssef está a Camargo Corrêa, uma das sete maiores construtoras do país. Na denúncia, o Ministério Público informa à Justiça Federal que a empreiteira repassou R$ 26 milhões para a MO, por intermédio da Sanko Sider Comércio Importação e Exportação de Produtos Siderúrgicos e da Sanko Serviços. O nome da Camargo Corrêa, que lidera o consórcio de construção da Abreu e Lima, é um dos alvos da investigação desde o início da Lava-Jato.

“Vale reforçar que a MO Consultoria, com a finalidade única e exclusiva de dissimular a origem de recursos públicos desviados da obra da refinaria Abreu e Lima, recebeu recursos de diversas outras empresas que prestaram serviços para o Consórcio Nacional Camargo Corrêa”, sustentam os procuradores Januário Paludo, Andrey Borges de Mendonça e Adriana Aparecida Storoz Mathias dos Santos, integrantes da força-tarefa responsável por uma das seis denúncias apresentadas à Justiça Federal semana passada.

Segundo os procuradores, “todos os recursos repassados para a MO Consultoria são provenientes de propina (vantagem indevida), pelo fato de essa empresa existir apenas formalmente, sequer tendo empregados registrados e não apresentando declaração de Imposto de Renda”. Em depoimento à PF, o suposto dono da MO Consultoria, Waldomiro Oliveira, confessou que a empresa “não tinha qualquer atividade comercial, funcionando apenas para emitir notas fiscais por ordem do denunciado Alberto Youssef”.

Para a PF, os negócios de Youssef com prestadores de serviços de empresas envolvidas na construção da Abreu e Lima eram facilitados por Paulo Roberto Costa. Na denúncia, os procuradores citam relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as supostas fraudes nas obras da refinaria. Só em dois contratos, os auditores do TCU identificaram superfaturamento de mais de R$ 600 milhões. A denúncia contra Costa, Youssef e mais oito supostos cúmplices foi aceita pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, sexta-feira passada.

Na denúncia, os procuradores reafirmam que Costa e Youssef mantinham relações sólidas voltadas para a prática de crimes. Como indícios concretos dos vínculos entre o ex-diretor da Petrobras e o doleiro, os procuradores citam o carro de R$ 250 mil que Youssef comprou para Costa e trechos de papéis apreendidos, nos quais constam relatos sobre a abertura de offshores e compra de empresas pelos dois. Recortam partes de uma planilha em que Costa teria anotado valores recebidos de Youssef. As cifras, relativas a 2012 e 2013, somariam mais de R$ 1 milhão.

Os procuradores destacam ainda uma anotação encontrada na agenda de Costa, em que o ex-diretor da Petrobras debocharia de políticos que fazem discurso contra a corrupção. “Acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder (Millôr Fernandes)”, diz a mensagem. Para os procuradores, essa é uma amostra da “tônica utilizada por Paulo Roberto Costa para tratar as relações de poder”. Procuradas pelo GLOBO ontem à tarde, a OAS e a Galvão Engenharia não se manifestaram. Segundo a assessoria de imprensa da OAS, a empresa não iria responder às perguntas do jornal. O GLOBO perguntou se a OAS tinha contrato com a MO e quais os serviços prestados pela empresa de Youssef justificaram os pagamentos.

O jornal telefonou para um número que consta na página da Coesa na internet. Mas uma pessoa desligou o telefone quando indagada sobre o pagamento à MO. No início do caso, quando surgiu pela primeira vez o nome da Camargo Corrêa, sua assessoria de imprensa informou que a empresa não se manifestaria sobre o assunto. A Polícia Federal também fará um levantamento de empresas ou pessoas que receberam dinheiro da MO e da GFD, outra empresa de Youssef. As investigações da Operação Lava-Jato foram tornadas públicas no dia 17 do mês passado, quando Youssef e outros supostos cúmplices foram presos. (O GLOBO)

CPI da Petrobras: para esconder a corrupção na estatal, petistas querem investigar FHC. Ótimo! Hora da verdade!

O governo FHC fez muito mais pela produção de petróleo do que Lula e Dilma juntos. O problema é que os tucanos se encolheram na defesa do ex-presidente. Agora é a oportunidade para reescrever uma história de mentiras escritas pela máquina de assassinar reputações do PT. Clique aqui e compartilhe a figura acima no facebook.

Diante da determinação do Supremo Tribunal Federal para que o Congresso abra a CPI da Petrobrás, governo e oposição já começaram a preparar seus ataques. Do lado da base aliada, o objetivo é conseguir trazer problemas da gestão Fernando Henrique Cardoso para o debate, enquanto os oposicionistas querem centrar fogo nas disputas internas entre os grupos da presidente Dilma Rousseff e do seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva.

O discurso governista de que a oposição tem como interesse real a privatização da Petrobrás será permeado a ataques pontuais à gestão tucana. Além de martelar a tentativa de troca do nome para Petrobrax - projeto de 2000 que acabou enterrado após gerar polêmica -, os aliados do Planalto querem incluir na pauta da investigação o afundamento da maior plataforma petrolífera do mundo, a P-36, ocorrida em março de 2001.

Os governistas pretendem ainda explorar a negociação da estatal para a compra de ativos da espanhola Repsol na Argentina em troca de uma participação na Refinaria Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul, em episódio também de 2001.

A oposição, por sua vez, aposta que as disputas internas da companhia darão combustível para a investigação focar nos negócios suspeitos da gestão petista. Aliados dos pré-candidatos ao Planalto Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) já têm lotes de requerimentos prontos e atacarão inicialmente o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli, o ex-diretor internacional Nestor Cerveró e o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, que está preso desde o mês passado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal.

A CPI passou a ser defendida pela oposição após o Estado revelar o voto favorável de Dilma na operação de compra da refinaria de Pasadena, que trouxe um prejuízo de US$ 530 milhões já reconhecido pela Petrobrás. Dilma argumentou que tal decisão foi tomada com base em um resumo executivo "técnica e juridicamente falho" e com "informações incompletas". Gabrielli era o presidente da companhia na época do negócio; Cerveró, o responsável pelo parecer; e Paulo Roberto, o representante da estatal em um conselho de acionistas com a sócia belga Astra Oil. A oposição vai requerer quebras de sigilo também do doleiro Alberto Youssef, preso na Lava Jato e apontado como responsável por lavar recursos de negócios suspeitos na estatal.

Líderes da oposição na Câmara se reunirão nesta manhã para definir a estratégia para a investigação sobre a Petrobrás. Eles solicitaram audiência com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para cobrar dele a instalação da CPI mista - com a participação de senadores e deputados.

Renan deve anunciar hoje uma decisão sobre a instalação da CPI. Seus colegas de PMDB o pressionam para que não recorra a fim de tentar reverter a decisão do Supremo de mandar instalar já a investigação parlamentar. (Estadão)

COI intervém na Rio 2016: nunca houve tamanha desorganização numa Olimpíada.

John Coates, vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI)
Para Coates, a "situação é crítica".

O vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o australiano John Coates, afirmou nesta terça-feira que os preparativos para a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro são os "piores" que ele já viu na história recente dos jogos.

Coates afirmou que o COI foi obrigado a tomar medidas "sem precedentes" para assegurar que a competição vai acontecer, como o envio de peritos ao comitê organizador local. "A situação é crítica", definiu ele, durante participação em fórum olímpico em Sydney, na Austrália.

A declaração de Coates ocorre em um momento em que o Brasil corre contra o tempo para terminar as obras da Copa do Mundo, que começa daqui a 44 dias. "Ninguém é capaz de dar respostas neste momento", acrescentou. Coates, que acumula 40 anos de experiência em Jogos Olímpicos e foi chefe do comitê organizador local da Olimpíada de Sydney, em 2000, já fez seis viagens ao Rio como parte da comissão responsável pela supervisão dos preparativos.

Ele acrescentou que um dos peritos deslocados para o comitê local era um diretor de projetos de construção. "O COI adotou uma postura de 'mãos na massa', o que é sem precedentes (na história da instituição), mas não há plano B. Nós estamos indo para o Rio", afirmou Coates. "Acho que a situação é pior do que em Atenas (em 2004). Até agora, os preparativos da capital grega haviam sido os piores que eu já vi."

"Nós ficamos muito preocupados. Eles não estão prontos em muitas, muitas formas. Nós temos de fazer (esse evento) acontecer e essa é a decisão do COI. Não podemos simplesmente ignorar essa situação", acrescentou ele. Os preparativos para a Olimpíada de Atenas, em 2004, foram marcados por seguidos atrasos, mas os locais de competição e a infraestrutura dos Jogos foram entregues dentro do prazo.

Atraso

Organizadores dos Jogos Olímpicos de Atenas foram alertados inúmeras vezes pelo COI sobre o andamento dos preparativos. Em uma determinada ocasião, o então presidente da instituição, Juan Samaranch, chegou a ameaçar de tirar a Olimpíada da cidade. Coates afirmou que a construção nem começou em alguns locais no Rio, no que serão os primeiros Jogos Olímpicos na América do Sul, enquanto o cronograma de infraestrutura sofreu atrasos significativos e a a cidade possui "questões sociais que precisam ser resolvidas".

Ele acrescentou que o comitê organizador do Rio possui o mesmo número de funcionários – 600 – do que Londres (que sediou os Jogos de 2012), mas que, no entanto, não têm a mesma experiência. "Quanto tempo levará entre os locais de competição?", questionou. "Eles estão sendo iludidos. Ninguém é capaz de dar respostas neste momento", disse. (BBC)

Copa das Promessas: Gilberto Carvalho vaiado pelos "movimentos sociais" do Rio.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, foi recebido sob vaias e protestos na reunião em que esteve no Rio para falar a movimentos sociais e sindicatos sobre a realização da Copa do Mundo no Brasil. O encontro, que reuniu cerca de 200 pessoas no auditório do Sindicato dos Bancários, integra o "Diálogos Governo-Sociedade Civil". Criado para divulgar os benefícios trazidos pela Copa, o evento recebeu da plateia o mesmo tratamento da última edição, ocorrida em São Paulo, e chegou a ser interrompido por conta de uma confusão entre manifestantes contrários à Copa e estivadores ligados ao sindicato dos trabalhadores do porto do Rio.

O ministro foi confrontado por parte do auditório. Houve reclamações sobre remoções de áreas urbanas, preconceito racial, violência contra os pobres, corrupção e falta de melhorias para educação e saúde. A primeira manifestação em repúdio à Copa aconteceu após um integrante do movimento de moradores da comunidade do Horto, que fica dentro do Jardim Botânico, cobrar do governo federal a resolução da situação de famílias que estão há cerca de dois anos vivendo sob a iminência de serem removidas. Em apoio à manifestante, a plateia entoou o coro "não vai ter Copa".

Constrangido, Carvalho respondeu que "as manifestações fazem parte da democracia", mas avisou que o governo federal trabalha com governos estaduais para evitar excessos da polícia durante protestos futuros. A reunião já havia começado quando manifestantes e índios que participaram da ocupação do antigo museu do índio estenderam uma faixa atrás do ministro com a frase "não vai ter Copa".

Carvalho chegou a se alterar quando, em certo ponto, alguns militantes debocharam de sua fala, segundo a qual "o encontro reafirmava a democracia". "Quem está debochando da democracia deve ser amante da ditadura militar", afirmou Carvalho, em tom elevado.

Para rebater os protestos contrários às desocupações, o ministro afirmou que em São Paulo houve oito remoções, citando o exemplo da desocupação da comunidade de Pinheirinho, em São José dos Campos, que aconteceu no ano passado em meio a conflitos entre policiais e moradores. "Os jovens do Rio tem mais dificuldade de ouvir", concluiu Carvalho. (Folha de São Paulo)

PR pede "volta, Lula" e PSD acena com "volta às origens".

Dois partidos que controlam ministérios e apoiam o governo no Congresso criaram constrangimento para a presidente Dilma Rousseff nos últimos dias, lançando dúvidas sobre sua capacidade manter a coalizão partidária montada para sustentar sua campanha à reeleição.

Ontem, a bancada do PR na Câmara lançou um manifesto com um apelo para que o ex-presidente Lula entre na corrida presidencial como candidato no lugar de Dilma, argumentando que ela não é preparada como ele para fazer a economia do país voltar a crescer com vigor. Durante entrevista coletiva, após ler uma carta aberta assinada por 20 dos 32 deputados do PR, o líder da bancada, deputado Bernardo Santana (MG), levantou-se e pendurou na parede um quadro com a fotografia oficial de Lula quando presidente.

Em São Paulo, o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), que em novembro declarou apoio à reeleição de Dilma, reuniu domingo num jantar em seu apartamento o pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), o ex-governador paulista José Serra, derrotado pelo PT em duas eleições presidenciais, e outras lideranças tucanas. O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) quer atrair Kassab para sua campanha à reeleição e também participou do evento. Ontem, Aécio afirmou que o jantar foi um "encontro de amigos" e disse que o PSD estará junto com os tucanos em Estados como Goiás e Minas Gerais.

Dilma espera ter 11 partidos a seu lado na campanha à reeleição e, com isso, dispor de cerca de 12 minutos em cada bloco de 25 minutos da propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Juntos, o PR e o PSD asseguram à petista 21% desse tempo. Na cúpula do PT, a movimentação dos dois partidos preocupa porque expõe a fragilidade da presidente e estimula os defensores da volta de Lula à disputa eleitoral, num momento em que a popularidade da presidente está em queda e a insegurança da população com os rumos da economia está crescendo.

Em entrevista a uma rede de televisão portuguesa, Lula reafirmou no fim de semana que apoia a reeleição de Dilma e não pretende disputar as eleições deste ano. Em dezembro, o PT pediu aos partidos aliados que formalizassem o quanto antes o apoio à reeleição, mas até agora só o PDT fez isso. A presidente foi pessoalmente ao escritório do PSD em Brasília em novembro, quando Kassab declarou apoio à sua reeleição.

O PR só deverá definir sua posição sobre a presidente na convenção do partido, provavelmente em junho. Os 20 deputados que apoiaram o manifesto divulgado ontem têm cerca de 75% dos delegados com poder de voto na convenção, segundo Santana. O manifesto afirma que somente o ex-presidente Lula pode "inaugurar um novo ciclo virtuoso de crescimento pela via da conciliação nacional". Santana disse que o partido apoiará Dilma se Lula não atender ao apelo dos deputados. "Não estamos contra a Dilma, nem vamos sair do governo", afirmou.

Santana é ligado ao grupo do ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP), que foi condenado à prisão no julgamento do mensalão e hoje cumpre pena em regime semiaberto em Brasília, trabalhando de dia num restaurante em que continua mantendo contatos políticos, como a Folha revelou em março. (Folha de São Paulo)

Joaquim Barbosa: declarações de Lula merecem "o mais veemente repúdio".

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, disse por meio de nota divulgada na noite desta segunda-feira (28) que a "desqualificação" do tribunal é um "fato grave que merece o mais veemente repúdio".

Ele fez a afirmação em referência à entrevista concedida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a uma emissora de televisão portuguesa na qual afirmou que o julgamento do mensalão teve "80% de decisão política e 20% de decisão jurídica". Na entrevista, Lula disse que não houve mensalão e que a história desse caso ainda "vai ser recontada" para se saber "o que realmente aconteceu".

"Lamento profundamente que um ex-presidente da República tenha escolhido um órgão da imprensa estrangeira para questionar a lisura do trabalho realizado pelos membros da mais alta Corte do país", afirmou na nota Joaquim Barbosa.

De acordo com o presidente do Supremo, a declaração de Lula "emite um sinal de desesperança para o cidadão comum, já indignado com a corrupção e a impunidade, e acuado pela violência". Para Barbosa, o julgamento foi conduzido de forma "absolutamente transparente" e justificou dizendo que "pela primeira vez na história do tribunal", todas as partes tiveram acesso simultâneo aos autos, todas as sessões do tribunal foram transmitidas ao vivo pela TV Justiça e os advogados dos réus puderam fazer todas as solicitações necessárias para assegurar o direito de defesa dos réus.

"O juízo de valor emitido pelo ex-chefe de Estado não encontra qualquer respaldo na realidade e revela pura e simplesmente sua dificuldade em compreender o extraordinário papel reservado a um Judiciário independente em uma democracia verdadeiramente digna desse nome", declarou Joaquim Barbosa.

Outros ministros

Antes de Barbosa, outros ministros já tinham criticado a fala de Lula e defenderam o caráter "técnico" do julgamento do mensalão. O ministro aposentado Ayres Britto, que presidiu o Supremo na primeira etapa do julgamento do mensalão, afirmou ao G1 que não se pode contestar a “legitimidade” da decisão da Corte."Pode-se concordar ou não concordar com a justiça material do julgamento, não, porém, com a legitimidade dele", afirmou

O ministro Marco Aurélio Mello disse que é preciso “relevar” as declarações de Lula, apesar de elas em “nada contribuírem” para o país. “É uma declaração de um integrante do PT, uma declaração que parte de um político e não de um técnico em direito", declarou.

Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.

Lamento profundamente que um ex-Presidente da República tenha escolhido um órgão da imprensa estrangeira para questionar a lisura do trabalho realizado pelos membros da mais alta Corte do País. A desqualificação do Supremo Tribunal Federal, pilar essencial da democracia brasileira, é um fato grave que merece o mais veemente repúdio. Essa iniciativa emite um sinal de desesperança para o cidadão comum, já indignado com a corrupção e a impunidade, e acuado pela violência. Os cidadãos brasileiros clamam por justiça.

A Ação Penal 470 foi conduzida de forma abasolutamente transparente. Pela primeira vez na história do Tribunal, todas as partes de um processo criminal puderam ter acesso simultaneamente aos autos, a partir de qualquer ponto do território nacional uma vez que toda a documentação fora digitalizada e estava disponível em rede. 

As cerca de 60 sessões do julgamento foram públicas, com transmissão ao vivo pela TV Justiça, além de terem recebido cobertura jornalística de mais de uma centena de profissionais de veículos nacionais e estrangeiros. Os advogados dos réus acompanharam, desde o primeiro dia, todos os passos do andamento do processo e puderam requerer todas as diligências e provas indispensáveis ao exercício do direito de defesa.

Acolhida a denúncia em agosto de 2007, o Ministério Público e os réus tiveram oportunidade de indicar testemunhas. Foram indicadas, no total, cerca de 600. Acusação e defesa dispuseram de mais de quatro anos para trazer ao conhecimento do Supremo Tribunal Federal as provas que eram do seu respectivo interesse.

Além da prova testemunhal, foram feitas inúmeras perícias, muitas delas realizadas por órgãos e entidades situadas na esfera de mando e influência do Presidente da República, tais como:

- Banco Central do Brasil;
- Banco do Brasil;
- Polícia Federal;
- COAF;

Também contribuíram para o resultado do julgamento provas resultantes de trabalhos técnicos elaborados por órgãos da Câmara dos Deputados, do Tribunal de Cotnas da União e por Comissão Parlamentar de Inquérito Mista do Congresso Nacional.

Portanto, o juízo de valor emitido pelo ex-chefe de Estado não encontra qualquer respaldo na realidade e revela pura e simplesmente sua dificuldade em compreender o extraordinário papel reservado a um Judiciário independente em uma democracia verdadeiramente digna desse nome.

Joaquim Barbosa

Presidente do Supremo Tribunal Federal 

Já pra Papuda, Genoino mensaleiro!

Médicos da Universidade de Brasília (UnB) que examinaram o ex-deputado federal José Genoino no dia 12 de abril concluíram que o quadro clínico do ex-parlamentar está "plenamente estabilizado" e não há gravidade. O laudo foi pedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que vai decidir se Genoino continuará a cumprir em casa a pena por envolvimento com o esquema do mensalão ou se deverá ser transferido para uma prisão.

"Assim, em bases estritamente objetivas e definidas, não se expressa no momento a presença de qualquer circunstância justificadora de excepcionalidade e diferenciada do habitual para a situação médica em questão, visando o acompanhamento e tratamento do paciente em apreço", concluíram os médicos. De acordo com eles, durante o exame, Genoino estava em "pleno gozo das suas faculdades mentais", "em ótimo aspecto físico" e caminhando normalmente sem restrições.

Condenado ao cumprimento em regime semiaberto à 4 anos e 8 meses por corrupção ativa, Genoino foi submetido a uma cirurgia para correção da artéria aorta em julho do ano passado. Preso em 15 de novembro, o ex-deputado ficou menos de uma semana no complexo penitenciário da Papuda. Ele foi transferido para um hospital depois de ter reclamado de problemas cardíacos e, em seguida foi para a prisão domiciliar. O ex-presidente do PT foi submetido a uma cirurgia cardíaca em junho do ano passado. (Estadão)   

Aécio critica Lula por atacar o Judiciário e a Democracia.

Covarde como sempre, Lula só dá entrevista sobre o Mensalão fora do país. E mente. Como sempre.

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), classificou de "infeliz" a declaração feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a uma emissora de TV de Portugal sobre o julgamento do mensalão. "É lamentável um ex-presidente da República fazer afirmações que depõem contra o poder Judiciário brasileiro, que é o esteio da democracia brasileira", afirmou Aécio nesta segunda-feira, 28, após palestra na Associação Comercial de São Paulo.

Na entrevista que concedeu à TV portuguesa, Lula disse que o tempo vai se encarregar de provar que o mensalão teve praticamente "80% de decisão política e 20% de decisão jurídica". Para Aécio, não se pode desrespeitar o Judiciário quando as decisões parecem ser desfavoráveis ao desejado. "Não podemos desrespeitar o Poder Judiciário. Pelo cargo que ocupou, (Lula) deveria ser o primeiro a zelar pelo respeito às nossas instituições. Foi uma declaração infeliz".

O senador mineiro participou nesta manhã de palestra na Associação Comercial de São Paulo. Em sua palestra, criticou o governo petista, dizendo que o País vive atualmente uma "herança perversa e perigosa" em razão da gestão, que, segundo ele, é marcada pela ameaça da volta da inflação e por baixos índices de crescimento.

Observação: fizeram coro a Aécio o Procurador Geral da República e vários ministros do STF.

Até agora Petrobras torrou R$ 4,3 bi em Pasadena. Rombo não para de crescer.

O gasto da Petrobras com a refinaria de Pasadena, no Texas, chega a US$ 1,934 bilhão, se somados todos os valores mencionados por gestores da estatal em apresentações internas obtidas pelo GLOBO. O montante equivale ao custo da compra do empreendimento, de US$ 1,249 bilhão, mais as despesas para manter o refino de petróleo numa unidade sucateada.

Em setembro de 2008, numa exposição de dados confidenciais à diretoria executiva da empresa, técnicos informaram que os gastos com a refinaria, até novembro daquele ano, somavam US$ 650 milhões, incluído o montante desembolsado para a compra dos primeiros 50% do empreendimento, de US$ 343 milhões. A segunda metade, depois de uma longa disputa judicial, saiu por US$ 820,5 milhões.

Mais US$ 275 milhões deveriam ser gastos em "sustentabilidade", entre 2009 e 2013, "qualquer que seja o cenário de continuidade da refinaria", conforme uma apresentação elaborada pela Petrobras America, subsidiária da estatal. O total de gastos atingiria, portanto, pelo menos US$ 1,74 bilhão. No entanto, dados repassados ao GLOBO pela própria Petrobras revelam que a conta total com a compra de Pasadena - que a estatal já admite ter sido um mau negócio - chega a US$ 1,934 bilhão.

A conclusão da compra da refinaria no Texas ocorreu após o fim da sociedade com a companhia belga Astra Oil. O valor final, de US$ 1,25 bilhão, passou a ser investigado pela Polícia Federal, pelo Ministério Público, pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria Geral da União (CGU). O que os novos documentos revelam são a continuidade e a extensão desses gastos, em razão das péssimas condições da refinaria adquirida pela estatal.

Desembolsos em segurança e meio ambiente

Durante todo o processo de aquisição e após a compra definitiva, em 2012, a empresa precisou continuar a fazer vultosos desembolsos em equipamentos de segurança, proteção do meio ambiente, melhoria da confiabilidade, paradas programadas do refino e adequação às normas norte-americanas. Conforme as apresentações elaboradas pela cúpula da estatal, esses gastos chegariam a quase US$ 500 milhões até 2013.

Os registros contábeis da refinaria, conforme dados levantados pela estatal em abril de 2013, mostram um valor de mercado bem inferior ao desembolsado para a compra. Um relatório diz que o "valor contábil de livro" em novembro de 2012 - ano do fim do litígio - era de US$ 573 milhões, enquanto o "valor presente líquido" da refinaria era ainda mais baixo, de US$ 352 milhões.

O GLOBO consultou a vice-presidente técnica do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Verônica Souto Maior, sobre o significado desses registros contábeis. O "valor contábil de livro" é o valor de Pasadena registrado na estatal - quanto a aquisição custou à empresa, conforme os registros contábeis. Trata-se, portanto, de menos da metade dos gastos totais feitos para comprar a refinaria. Um mau negócio, como admitiu a presidente da Petrobras, Graça Foster.

Já o "valor presente líquido" leva em conta as projeções de fluxo de caixa para os próximos 25 anos, segundo Verônica. Para trazer esse valor para o presente, a contabilidade faz um teste, chamado de "impairment". As perdas da refinaria de Pasadena, por conta desse teste, somavam US$ 221 milhões, o que resulta num valor real do empreendimento de US$ 352 milhões, segundo os dados da estatal de abril de 2013.

- Verificou-se que o valor de livro da refinaria é bem superior ao valor de mercado. Daí, a necessidade do reconhecimento da perda no resultado, em face da necessidade de demonstrar o referido ativo pelo seu valor de mercado - afirmou a vice-presidente técnica do CFC, após analisar os dados a pedido do GLOBO.

Os números não batem com os apresentados por Graça Foster em depoimento no Senado no último dia 15. Segundo a presidente da Petrobras, o teste de "impairment" levou a uma perda de US$ 530 milhões no valor de Pasadena. - A partir daí, temos um ativo de qualidade para o que se propõe hoje - disse ela, no Senado.

Boa parte da queda do valor presente de Pasadena se deve ao recuo do preço do petróleo e, por consequência, das margens de lucro das refinarias a partir de setembro de 2008, quando teve início a crise internacional. O preço do barril do petróleo despencou de um nível de mais de US$ 140 o barril para pouco mais de US$ 30, tendo voltado a valer mais de US$ 100 só três anos depois.

A apresentação da Petrobras America, de 2009, aponta que, "sob a ótica das margens projetadas pela Petrobras, só seria possível garantir a reversão do resultado operacional negativo a partir de 2013, após os investimentos requeridos (de US$ 275 milhões)".

Dados de auditoria contábil obtidos pelo GLOBO revelam que, de fato, a refinaria apresentou retorno líquido positivo nos anos de 2009 e 2010, mas houve prejuízo de quase US$ 100 milhões entre 2011 e 2012. Segundo a apresentação de Graça Foster no Senado, a refinaria voltou a apresentar lucro nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, num total de US$ 58 milhões, período no qual Pasadena voltou a refinar 100 mil barris por dia. (O Globo)

Aécio quer governo com ética e eficiência para "encerrar o ciclo perverso" do PT.

Aécio no Canal Livre, da Band. Clique aqui e assista à entrevista completa.

O pré-candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves (PSDB), em entrevista ao Canal Livre, não poupou críticas a Dilma Rousseff e disse que quer ser presidente para “encerrar o ciclo perverso do governo”. “Quero colocar ética e eficiência”, afirmou o tucano, que será oficializado candidato na convenção do partido, em 14 de junho, em São Paulo. “Tenho a esperança de ser vitorioso. O PSDB foi o partido das grandes reformas. O Brasil está sendo construído, mas as bases foram do governo do PSDB, como a estabilidade da moeda”.

Aécio também falou sobre as recentes manifestações e comentou sobre a rejeição dos jovens aos políticos. “É uma rejeição à política clássica, do mau comportamento”, declarou. “Tenho uma trajetória de 30 anos irretocáveis, do ponto de vista ético. Governei em Minas precisando fazer o que tinha que ser feito".

Aécio fez duras críticas ao crescente gasto do governo. Para o senador, uma nova forma de política deve ser adotada. “Acabaremos com a metade dos ministérios. Temos quase 40 ministérios e 25 mil cargos. É preciso cortar gastos do governo. Criarei apenas uma secretaria para simplificar o setor tributário. É possível em seis meses simplificar o sistema de impostos”.

O candidato tucano foi muito claro nos pilares que defende para melhorar a segurança pública.  Destacou a proposta do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) para combater a crescente violência. “É culpa do descaso do governo federal. 87% da verba da segurança é de responsabilidade dos Estados. Só 13% é da União. O governo não controla as fronteiras. Vou levar a proposta do senador Aloysio à frente. Não se trata em reduzir a maioridade penal. Mas o jovem de 16 anos que cometer um crime grave ou for reincidente, ouvido o Ministério Público, poderá ser punido como adulto”.

Aécio afirmou que o vice em sua chapa será definido apenas no início de junho. “Existem várias correntes que defendem um vice de São Paulo. Mas vamos conversar com o DEM e o Solidariedade antes da decisão. Se for o [José] Serra, é um grande nome. O Aloysio Nunes também é excelente”.  

PMDB desiste de impedir CPI da Petrobras.

Lideranças peemedebistas fecharam questão em torno da atuação na CPI da Petrobrás e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deve desistir de recorrer ao plenário do Supremo Tribunal Federal. Na avaliação da cúpula do partido, o desgaste de questionar a decisão da ministra Rosa Weber, que determinou a imediata instalação da comissão, foi empurrada para "a conta" do partido. O próprio PT, da presidente Dilma Rousseff, desistiu de apelar ao STF para tentar inviabilizar as investigações.

Em Roma desde a semana passada, onde acompanhou ao lado do vice-presidente Michel Temer a missa em ação de graças pela canonização do padre José de Anchieta, Renan conversou por telefone com nomes de peso do partido, insatisfeitos com sua iniciativa de recorrer, anunciada na quinta-feira.

A provável mudança de rota na estratégia de Renan vai de encontro ao que já havia sido acordado entre os correligionários, em uma sequência de jantares nas últimas semanas. "Entrar com recurso no pleno para quê?", questionou o líder peemedebista no Senado, Eunício Oliveira (CE), um dos que ligou para o presidente do Senado para lhe dizer que "ele havia se precipitado" ao distribuir a nota sobre o recurso.

Renan retorna hoje ao Brasil e amanhã, assim que reassumir os trabalhos no Senado, vai reunir os membros da Mesa Diretora para falar sobre a desistência do recurso. A reunião, contudo, visa evitar mais desgastes, tirando do presidente do Senado a responsabilidade integral e deixando a decisão para o colegiado.

Na avaliação de um líder peemedebista, embora Renan seja o citado pela liminar do Supremo, por ser o presidente do Senado, o custo político de questionar a instalação da CPI da Petrobrás seria compartilhado pelo PMDB como um todo.
Na semana passada, após receber a notícia de que Rosa Weber decidiu a favor da CPI para investigar exclusivamente as denúncias contra a Petrobrás, como defendia a oposição, o Palácio do Planalto acionou os líderes da base aliada. A orientação foi que o PT não recorreria. Pesquisas internas mostram que a avaliação de Dilma já sofre desgaste por causa da CPI. O recurso caberia a Renan, como presidente do Senado, numa tentativa de institucionalizar a manobra.

Copa. Para tentar blindar a presidente, os governistas vão dar prioridade à indicação de parlamentares fiéis ao Planalto. PT e PMDB têm direito cada um a 4 das 13 vagas da CPI, enquanto o PSDB terá 2 nomes e o DEM, 1. Além disso, a aposta é que a proximidade da Copa do Mundo, que começa em 12 de junho, reduzirá os holofotes sobre a investigação no Congresso.

A oposição agora quer tentar instalar uma CPI mista, incorporando deputados à investigação. "A CPMI tem um peso político novo. Não podemos desprezar o apoio de 230 deputados", justificou o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP).

Para tentar brecar a CPMI, mais ameaçadora ao governo, a base vai argumentar que a decisão de Rosa Weber se ateve ao processo no Senado. "O que foi decidido pelo Supremo foi a CPI do Senado. Não vamos aguardar o STF receber uma ação de CPMI. Vamos tocar essa que já está apresentada", disse o líder do PT, Humberto Costa (PE).

Tucanos e democratas vão destacar que a CPI mista já cumpriu os critérios regimentais exigidos e que não há argumento jurídico que impeça os deputados de participarem da investigação. A liderança do DEM na Câmara cogita levar a questão mais uma vez ao Supremo, caso Renan, que também é o presidente do Congresso, opte pela CPI restrita a 13 senadores.(Estadão)

Um ano depois de Pasadena, Dilma autorizou comprar Okinawa, com as mesmas cláusulas e problemas.

A compra da refinaria americana de Pasadena não foi o único negócio polêmico feito pela Petrobras no exterior. A aquisição da refinaria de Okinawa, no Japão, em 2007, um ano após a negociação de Pasadena, também tem um histórico de resultados frustrados e de promessas de produção que hoje, como admite a própria estatal, não têm como ser cumpridas.

A Petrobras comprou, por US$ 52 milhões, fatia de 87,5% do capital da refinaria japonesa Nansei Sekiyu, na ilha de Okinawa. A refinaria teria capacidade para produzir 100 mil barris por dia, a mesma de Pasadena, no Texas. Era essa capacidade que, teoricamente, justificava os investimentos e planos da Petrobras. Em abril de 2008, a estatal anunciou que a planta estava produzindo apenas 35 mil barris por dia, mas que iria "aumentar gradativamente a produção até a carga máxima, visando, além do mercado japonês, chegar a Cingapura, Vietnã e Malásia".

O problema é que, por causa de restrições ambientais e regras de segurança impostas pelo Japão, a Petrobras sabia que Okinawa não tinha permissão para atingir a capacidade plena. Essa condição acaba de ser reconhecida pela estatal. Questionada sobre o assunto, a empresa informou ao Valor que, "apesar da capacidade nominal da refinaria ser de 100 mil barris por dia, o processamento máximo é de 53 mil, em obediência aos limites definidos por legislação local relacionada a impactos ambientais (Energy law)".

A carga processada na refinaria confirma as limitações. Em 2009, a produção foi de 45 mil barris por dia. Em 2010, caiu para 41 mil. Nos três anos seguintes, produziu 47,5 mil, 50 mil e 39 mil barris por dia, respectivamente. 

A negociação de Okinawa passou pelo crivo dos mesmos executivos e conselheiros que aprovaram Pasadena, com José Sérgio Gabrielli na presidência e Dilma Rousseff, na época ministra da Casa Civil, como presidente do conselho. Como ocorreu em Pasadena, o contrato de Okinawa continha cláusula "put", com regras de saída do negócio. A sócia da Petrobras na refinaria, a trading Sumitomo, que tinha 12,5% da refinaria, exerceu o direito e vendeu sua participação por US$ 29 milhões. No total, Okinawa já custou US$ 192 milhões à Petrobras. (Valor Econômico)

No entanto, em 21 de setembro de 2012, a Petrobras emitiu uma nota dizendo que a refinaria havia produzido 95.000 barris, um recorde desde a sua aquisição.