O ministro Guido Mantega (Fazenda) está sob pressão do governo e do
PT, mas não corre risco de demissão do cargo. Ano passado, Guido chegou
a pedir para sair, em virtude de problemas de saúde na família, mas a
presidente Dilma Rousseff não deixou. Era oportunidade rara para se
desfazer de um ministro da Fazenda, pois o motivo seria facilmente
compreendido no mercado. Agora, a saída do ministro seria atribuída às
pressões, inclusive externas.
"Algumas [pressões] reais", reconheceram dirigentes do PT em
conversa ontem com o Valor, e outras da oposição - categoria em que os
petistas colocam não só PSDB e DEM, mas também partes do Ministério
Público, do Judiciário e do "capital financeiro associado com a mídia". A pressão do governo e do PT não é para Guido Mantega sair. É na
realidade uma cobrança pelas metas para 2012 prometidas mas não
cumpridas.
Segundo o PT, se o ministro da Fazenda falasse que a economia
continuaria crescendo e que o nível de emprego seria mantido, não teria
agora que explicar por que os índices ficaram muito abaixo do
prometido. "O problema é que ele fixou meta para o PIB, "vai crescer
3,5%, 4%". e no fim dá 1%". A oposição vai se aproveitar,
evidentemente". Ainda em janeiro Dilma tem novo encontro previsto com o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas ao contrário das reuniões
anteriores, segundo apurou o Valor PRO, serviço em tempo real do Valor,
este será um "encontro especial".
O PT entende que a campanha eleitoral já começou e pretende
sincronizar as agendas - a do partido, que começa agora com a
comemoração dos 10 anos de governo petista, e a da presidente. Mas
Dilma pode considerar que em 2013 a prioridade do governo seja
"destravar" os gargalos do desenvolvimento e só em 2014 entrar na
campanha. A visita que ela fará ao Piauí, amanhã, pode ser um
indicativo.
"Ela está vasculhando o funcionamento geral do governo para
localizar e desmontar essas coisas", disse o dirigente petista. "Neste
ano [2013] ela tem que fazer isso [destravar o desenvolvimento]. Este é
o ano da decisão. Ela está todo esse período fazendo isso. Mas o ideal
seria que conseguíssemos sincronizar as agendas do PT, do Lula e da
Dilma".
Na avaliação de conjuntura feita pelo PT, há no momento "questões
reais" e muita conversa da oposição e de "insatisfeitos" que têm um
discurso em público e outro em particular. Isso estaria ocorrendo
especialmente no setor elétrico. A Confederação Nacional da Indústria
(CNI) e as federações, por exemplo, defenderam as mudanças determinadas
por Dilma no setor. Mas nas duas entidades haveria empresários que se
sentiram prejudicados com as medidas. Nos bancos também: parte do setor
financeiro estaria contando que as regras continuariam as mesmas com o
vencimento das concessões. Como isso não ocorreu, eles foram engrossar
o discurso das oposições.
Para o PT não existe "descontentamento geral" nem fuga de capitais,
como noticiado. Há gargalos "que não são necessariamente decorrentes de
má gestão". Exageros na questão ambiental são citados como exemplo
entre os dirigentes que participam ativamente do esforço para
consolidar o terceiro e decisivo ano do governo Dilma.
Outro gargalo localizado, e não apenas na esfera federal: a
"intimidação" do Ministério Público. Hoje os burocratas pensariam dez
vezes antes de assinar um documento, abrir uma licitação ou fazer um
pregão. Se o Ministério Público abre um processo, a ação demorará anos.
"Aí você já não é da máquina e passa a pagar advogados para se
defender de coisas que às vezes são absurdas. Você responde por atos
pretéritos sem ter mais o direito de a instituição te defender. O
pessoal do segundo escalão bota na gaveta. "Por que eu vou assinar essa
proposta que depois vai me dar processo?" Esse é um fenômeno
generalizado. Paralisa", resumiu o dirigente.
O que o PT não conta é o que Dilma pretende fazer para "destravar"
esse gargalo: se modifica atribuições do Ministério Público ou vira de
ponta cabeça a Lei das Licitações, mais conhecida por 8666.Na avaliação do PT, a oposição já está em campanha por 2014. Como o
mensalão não deu votos, em geral, o discurso mudou para a má gestão, a
volta da inflação e para a desconstrução da imagem de Dilma como
gestora. "Essa é a pauta que está sendo antecipada pela oposição. Nós
não vamos botar ela na rua fazendo campanha, nem o Lula. Mas nós temos
que cuidar de alguns assuntos, sabendo que a campanha está em curso",
conta a fonte petista.
A começar de agora. Ainda sem uma data definida, mas breve, o PT dá a
largada na comemoração dos dez anos de governo petista. Aliás, a
Fundação Perseu Abramo, ligada ao partido, já tem o esboço do projeto. A
ideia é comparar indicadores de como era antes, nos governos do PSDB, e
como está agora; lançamento de livros e viagens de Lula pelo país, que
não devem ser confundidas com as caravanas da cidadania que o petista
fez no passado. "Vamos vender o nosso peixe. Não vamos vender fumaça,
vamos vender coisa real".
Duas as vertentes influem hoje no pensamento petista pós-mensalão. A
primeira dá mais "importância para o protocolo, para as conversas,
para a política". A outra acha que isso " pode ser feito, mas o
fundamental é manter o nível de emprego, o povo satisfeito, o consumo
correndo, isso é que define". O dirigente ouvido pelo Valor acha que o
ideal seria ter as duas coisas. Esse será o pano de fundo da conversa
entre Lula e Dilma. (Valor Econômico)
8 comentários
vai sair para, possivelmente, dar espaço para o dotô Mercadante...
Replyporque o desgoverno cambalacheiro tem que arrumar uma boquinha para o Chalitinha...
e ele só quer a Educação...
Coronel, o Mantega tem feito da economia manteiga derretida. O danado não entende de nada, e junto com a gerentona que dá palpites sem nada saber, estamos no melhor dos mundos. É como dizem, vamos para o vinagre marchando e cantando felizes o hino do PT. Creio que o povo brasileiro é um povo infeliz, mas disfarça esse aspecto com a tragédia e o sofrimento. Há outra explicação?
ReplySe nao arrancarmos esse PT da patria, quem sera demitido sera todos os brasileiros!
ReplyOposição? Quando? Onde? Até a Venezuela tem mais oposição que o Brasil!
ReplyA nossa oposicinha deveria seguir os conselhos de PT, quem sabe surtiria algum efeito.
Pra variar o PT vai cuidar de eleições! Já que não sabe fazer nada direito, além de meter a mão no dinheiro do povo, o negocio é fazer propaganda mentirosa e garantir as milhares de boquinhas no governo, e mão no cofre claro.
E vão continuar com as comparações com o PSDB! Que tal comparar o antes do PSDB, dos atuais aliados Sarney e Collor com as gestões de FHC também?
Medo do MP, kkkkkkkkkkk, lógico tudo que o PT faz tem rolo, são presas fáceis para o MP, eles deveriam é agradecer que nossa justiça não funciona pq se funcionasse Lulla, O Poderoso Chefão, estaria na cadeia antes de encerrar seu primeiro mandato, e teríamos que construir uma monte de presídios para por o resto dos petralhas país afora na cadeia.
Gino/SP
O que mais me deixa pasmo é a imensa vontade que tem muito brasileiro por aí, com muito estudo, que ainda acredita nesse papo da Dilma gerentona, competente, altamente técnica, etc. Uma coisa que eu aprendi sobre os brasileiros é: eles amam políticos, amam ser enganados. Brasileiro costuma ser muito trouxa. Não importa o quanto estude, é trouxa ao quadrado.
ReplyCoronel,
Replyinteressante é quando essa corja estava na oposição endeusava o Ministério Público e a Lei 8.666. Eita gentinha canalha da peste.
"Vamos vender o nosso peixe. Não vamos vender fumaça, vamos vender coisa real".
ReplyCOISA REAL é 0.96% DE CRESCIMENTO. Se se ignora as causas JAMAIS SE CONSIGUIRÁ A SOLUÇÃO!
eta partidinho de gente pretenciosa e ignorante!
Cel
ReplyOs petralhas não sabem fazer nada senão comparar o seu governo com o do FHC. Pô, este papo já cansou e só depõe contra os petralhas. A propaganda enganosa dos petralhas está chegando ao fim. Não adianta fazerem comícios falando do Brasil Maravilha quando este briga com o Brasil real.
Esther