Apesar das denúncias de irregularidades e das divisões dentro do
principal aliado, o PT mantém inalterado o apoio à candidatura do líder
do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), a presidente da Câmara dos
Deputados. "O PT é cumpridor de acordo e vai cumprir esse acordo", disse o
líder do PT, José Guimarães (CE). "Vamos até o fim com Alves. Não há a
menor hipótese da bancada não apoiá-lo. Chance zero. Temos um acordo e
vamos cumpri-lo", disse o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).
A avaliação geral na bancada e no partido é de que as denúncias de
favorecimento de recursos de emendas parlamentares e a de contratação de
empresa fantasma para prestar serviços ao seu gabinete não abalaram a
candidatura de Alves. Foram interpretadas apenas como decorrentes de
rachas internos do PMDB. Mas há outros fatores políticos que preponderam
sobre esses e colaboram para o partido manter e defender a eleição de
Alves.
Internamente, o grupo petista mais antipático a alianças com o PMDB e
que sempre cogitou lançar um petista contra ele na disputa pela
presidência da Casa se enfraqueceu nos últimos meses. Perdeu espaços na
bancada e deputados de peso. Com uma diferença de 11 votos, André
Vargas (PR) derrotou Paulo Teixeira (SP) no embate interno pela
indicação do PT a vice-presidência, em dezembro. Em outra frente, José
Guimarães (CE) assumiu a lideranças no lugar de Jilmar Tatto (SP), que
deixou Brasília para assumir a Secretaria de Transportes de São Paulo.
Outro possível foco de dissidência, o presidente da Câmara, Marco
Maia (RS), seguiu orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
e aderiu completamente à candidatura Alves. Com ele, cumpriu um
périplo com empresários e políticos nesta semana em Porto Alegre (ver
matéria abaixo). Restaria, assim, o líder do governo na Câmara, Arlindo
Chinaglia (SP), tentar se lançar, mas aparentemente não há muito
espaço nem tempo para manobras de última hora. Que, a rigor, poderiam
lhe custar o cargo, uma vez que a orientação da presidente Dilma
Rousseff continua a ser a de apoiar Alves. O máximo que Chinaglia fez
nesta semana, segundo petistas, foi telefonar a Rose de Freitas para
sondá-la do cenário político.
Dificulta também qualquer recuo a frente ampla de acordos costurados
por Alves para a disputa. Ele tem declarados os apoios das bancadas do
PT, PSDB, DEM, PP, PR, PSD, PCdoB, PPS, PSC, PRB, PTdoB, PRP, PHS,
PTC, PSL e PRTB além, claro, do PMDB. O que lhe dá, em tese, 85% dos
votos.
Além disso, as outras duas candidaturas colocadas, a da
vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES), e a do deputado
Júlio Delgado (PSB-MG), são consideradas pelo PT perigosas e de alto
risco ao governo. Delgado é correligionário do governador de Pernambuco
e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, já considerado pelo
petismo adversário de Dilma em 2014. Também incomoda o fato de ele ser
de Minas Gerais, mesmo Estado de outro presidenciável, Aécio Neves
(PSDB), e onde há focos oposicionistas no próprio PMDB. Já Rose de
Freitas é tida como imprevisível demais para assumir o cargo.
Os dois deputados, assim como Alves estão em plena campanha. Na
segunda-feira, Delgado esteve em Minas, onde se encontrou com o
governador Antonio Anastasia (PSDB). Ontem, o deputado foi a Manaus.
Rose de Freitas concentrou sua campanha em Brasília. (Valor Econômico om agências
noticiosas)
5 comentários
Não há agora a menor dúvida de que nosso congresso não tem nada de diferente do venezuelano.
ReplySr Coronel:
ReplyComo fica o psdb nesse embrulho?
Não fica.
Corrupção Já,Ampla,Geral e Irrestrita
Saudações
Ps Chegou a hora do psdb honrar acordos políticos,Corrupção Já,Ampla,Geral e Irrestrita.
Aproveitando,o seu jorge,aquele que gosta de dragões de fino trato,vai levar a rose para Cuba?
"Nós semus teu e tu és noçço".
Replycurioso mesmo eh o candidato psolento dizer que Renan representa "a volta" dos coronéis?
Replycomo assim "a volta"?
e o coroné atual nao conta?
"Você é nosso e nós somos teu".Ninguem vai ganhar do Vaccarezza essa frase.
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