Código Florestal: a caneta verde-amarela.

Como senadora da República e representante de uma entidade que congrega milhões de pequenos, médios e grandes produtores rurais, busco sempre na ciência e na academia, com humildade, os conhecimentos que não possuo. Sou, antes de tudo, uma dedicada aluna, pautando minha atuação pelo respeito aos técnicos e aos pesquisadores em geral e, de forma muito especial, aos parceiros da Embrapa, da Agência Nacional das Águas (ANA), do Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa) e das universidades do agronegócio.

Com a Embrapa, estamos desenvolvendo o Projeto Biomas, buscando o melhor da ciência para desenvolver modelos de recuperação ambiental para o cerrado, o pampa, a caatinga, a Mata Atlântica, a Amazônia e o Pantanal. Com a empresa e a ANA, vamos lançar a APP Mundial na Rio+20, um programa para levar ao mundo o apelo e a luta do Brasil para que todos os países adotem os mesmos princípios de preservação das matas ciliares e nascentes vigentes no país.


Com o Mapa, construímos e lançamos a maior Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA) do mundo, que centraliza em um banco de dados único toda a informação setorial, podendo, no futuro, hospedar até mesmo o Cadastro Ambiental Rural previsto no novo Código Florestal.


Esse posicionamento de andar pari e passu com o conhecimento e a pesquisa permitiu que a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) levasse à opinião pública um conjunto de dados desconhecidos sobre a biodiversidade do Brasil e sobre a importância social e econômica da nossa agropecuária.


O debate do setor agropecuário com a sociedade e com o Congresso, durante as discussões democráticas para a construção do novo Código Florestal, foi pautado por dados oficiais e não por projeções absurdas como as do aquecimento global, recentemente desmentidas pelo próprio criador. Aos defensores do ambientalismo utópico, sempre faço a mesma pergunta: é racional abrir mão de 33 milhões de hectares da área de produção de alimentos, que representam quase 14% da área plantada, para aumentar em somente 3,8 pontos percentuais a área de vegetação nativa do país? Nesta hora, os “ambientalistas” bondosos que atacam os “ruralistas” malvados desaparecem, sem resposta.


Da mesma forma, respeitando a velha lei da oferta e da procura, venho alertando para o alto risco de aumento no preço dos alimentos sem um ganho equivalente na preservação ambiental, pois reduzir 33 milhões de hectares nas áreas de produção agropecuária significa anular, todos os anos, cerca de R$ 130 bilhões do PIB.


A verdade é que não há argumento científico, justificativa econômica ou imperativo social que sustentem esse golpe contra uma agropecuária que, até abril, exportou US$ 26 bilhões, gerando superavit de US$ 20,8 bilhões. Que alcançou esses resultados espetaculares usando tão somente 27,7% do território, preservando 61% da nossa vegetação nativa.


Escamoteando da opinião pública os resultados sociais, econômicos e ambientais, pois nenhum país produz e preserva de forma tão bem-sucedida, os arautos da catástrofe ambiental movem uma virulenta campanha contra a democracia brasileira, contra as instituições, contra o estado de direito. A pressão de organizações não governamentais chegou a tal ponto que usam de todos os momentos, meios e representantes para constranger a presidente da República.


A criação alucinada de factoides para atacar uma lei democraticamente construída obedece a uma bem elaborada estratégia de marketing, comandada lá de fora. Até mesmo um abaixo-assinado contra o Código Florestal está sendo construído no exterior, atendendo a interesses não explícitos, mas óbvios: o Brasil é concorrente imbatível, temível, que, na visão do agronegócio internacional, deve ser impedido de continuar produzindo o melhor, mais barato e mais competitivo alimento do mundo. E eles já deixaram claro que querem florestas aqui para poder ter fazendas lá, nos países deles.


Repito o que venho afirmando desde o início dos debates do Código Florestal: não é justo condenar milhões à miséria hoje em troca de supostos benefícios para o futuro. Aliás, essa lógica do sacrifício no presente em troca de um paraíso no futuro nos faz lembrar tristemente das utopias totalitárias que pregavam a mesma coisa e acabaram devastando o século 20. A nossa presidente, imune a pressões, deve decidir o que é melhor para sermos um país rico, um país sem miséria, que é a grande meta da gestão dela. Queiram ou não os radicais, a tinta da caneta presidencial é verde-amarela.

Artigo publicado hoje no Correio Braziliense pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.

13 comentários

Johnnie Walker mod

A senadora deu um banho.

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Palmas! De pé!

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Cel.

Sensacional o texto desta grande Katia Abreu !!!!

Também espero que a caneta presidencial seja verde-amarela para o bem do Brasil.

Chris/SP

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Sr Coronel:


KATIA ABREU 2014
Simples assim
Saudações



Ps Quando se tem escrúpulo,ética,honra
as coisa se tornem mais fáceis

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Coronel,

Historinha mal contada hein!!!... caneta com tinta isto e aquilo!!!????

É básico e contraria inclusive a tônica do blog... quem vai acreditar que o código está sendo combatido por estranhas forças internacionais etc.. etc.. etc...?????

É tão simples que dói: SE A DILMA VETAR O CÓDIGO SERÁ RESPONSÁVEL POR MILHÕES DE MORTE DE BRASILEIROS - QUE MORRERÃO DE FOME POR NÃO PODEREM PLANTAR.... E por ai vai.

Renato

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Nessa eu voto para Presidente, sabe o que fala.
O Brasil não se resume aos Atores comprados com dinheiro de ongs como marina da silva , camila pitanga , Z. de abreu e outros .
porque a CNA não entra na midia televisiva espondo aos Brasileiros os dados reais desses estudos ,fala pro pobre que vai faltar comida na sua mesa , e que o preço vai disparar pra ver se o povo entende.

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Pois é, Katia Abreu entende do assunto, defende com fervor e conhecimento de causa o Código Florestal, porque sabe do que está falando.
Daí, vemos uma Camila Pitanga, ignorante, limitada, que ganha a vida fazendo frescuras, firulas e outras coisas supérfluas na TV, se atrever a falar do alto da ignorância para Dilma(outra Anta) vetar o código florestal.

Devemos dar crédito a Katia Abreu ou para a songa Camila Pitanga?

Como o PT existe enquanto existir Lula, que parece estar no fim, por puco tempo mais teremos que aguentar essa corja vermelha estúpida, ignorante e incompetente atrapalhando a soberania, a dignidade e o desenvolvimento do Brasil.

Deixa de encher o saco e vai trabalhar sério petralhas safados.

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Coronel,
bem parecido com os "argumentos" do Minc Fumaça, da Camila que não deveria ser pitanga (fruta deliciosa do Nordeste)e dos demais velhacos que defendem o agronegócio, do exterior, é claro.

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É sempre bom perguntar, agora que até a turma do Chico Bento entrou na onda do veto. Os que acham o Novo Código Florestal ruim, acham que o atual é bom?
Nunca se ouve ninguém defendendo o atual código, mas, sim, só atacando o Novo Código Florestal, construído no Congresso.

O que querem afinal?

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Coronel,

Tenho duas considerações a fazer: a primeira é que a classe agropecuária e seus representantes são poucos contundentes e não usam devidamente os meios de comunicação par dar visibilidade à causa rural, que é de todos os brasileiros de bem.

Os fascistas tupiniquins, auxiliados fortemente pelas ONGs estrangeiras, estiveram incessantemente na mídia durante o debate do Código Florestal - claro, com a ajuda pusilânime dos jornalistas.

A causa ambiental foi amplamente divulgada, enquanto que a causa dos agropecuaristas ficou aquém do mínimo desejado, para que a população pudesse discernir sobre o debate.

Parece que todo este tempo, os representantes dos produtores rurais contavam somente com um Congresso favorável. Mas isso não foi suficiente, como bem se soube após a última votação na Câmara, pois o veto da governanta vai ser respaldado pela sociedade, que não sabe o que comeu ontem, que cospe no prato que come. Pois é.

Foi até agora uma luta desigual, mas por culpa dos agricultores, que sabendo que é da batalha, do jogo democrático, não souberam se armar.

Por mim, os agricultores deviam sair em passeata em TODAS as cidades - todas elas têm agricultores, não? Até São Paulo. Carro de som, planfetagem, cartazes. Por que não? O que se veria na Europa se quisessem implantar o Código Florestal por lá? Pois é!

Muito diferente de nós, os fascistas de esquerda - que incluem também os ambientalistas - nunca se dão por vencidos, são insistentes, batalhadores, usam de todos os meios para alcançarem seu objetivo. É invejável. Com um povo cretino como o nosso e com uma economia por enquanto sem sobressaltos, é claro que a grande maioria das causas nacionais serão vencidas pela vagabundagem. Não devemos contar com o Congresso. Até o STF legisla e decide favoravelmente às causas esquerdistas: Raposa Serra do Sol, casamento gay, cotas raciais...

Segundo comentário: a grande representante do Brasil que trabalha e produz, senadora Kátia Abreu, pouquíssimo apareceu na mídia televisiva para defender o Código; a vi somente uma vez, numa entrevista. Já a representante das OGNs ambientalistas internacionais - sim, aquela coisa repugnante - apareceu em tudo o que é lugar. Até neste domingo estava dando entrevista, com sua fala de lorde inglês.

Não sei como a presidanta vai votar o Código, vamos ver. Porém o Brasil já perdeu milhões de hectares, diminuindo sua competitividade para o agronegócio internacional.

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Coronel,

que essa frase:

"Queiram ou não os radicais, a tinta da caneta presidencial é verde-amarela"

se solidifique e que a presidente Dilma tenha esta atitude nobre em sua vida!

Flor Lilás

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Eu tenho quase certeza que a tinta é vermelha.

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Kátia de Abreu
Magnífica!
Um abraço de um pesquisador embrapiano aposentado.

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