A Justiça Federal do Ceará decidiu nesta segunda-feira anular 13 questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) que vazaram para alunos do colégio Christus antes da prova. O Ministério Público Federal queria a suspensão do exame nacional em todo o país ou a anulação das 13 questões. Já o MEC (Ministério da Educação) queria nova prova apenas para os 639 concluintes do ensino médio do colégio Christus, de Fortaleza.Ainda cabe recurso da decisão.
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Justiça anula 13 questões do ENEM para todo o Brasil. 13 é homenagem à incompetência do Haddad e do PT.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011 às 21:14:00
Serra pergunta: a presidente manda ou não manda?
às 20:29:00
Novo artigo de José Serra, em seu blog:
"A crítica ao loteamento político desenfreado dos cargos federais foi um ponto que repisei bastante na última campanha eleitoral. A necessidade de alianças para obter maioria parlamentar acabou gerando no Brasil um desdobramento nefasto: a partilha da máquina estatal por grupos políticos interessados apenas em se servir dela, e não em servir ao povo. O caso do Ministério do Esporte foi o mais recente e emblemático. Dia após dia, as notícias brotaram, trazendo exemplos de iniciativas nas áreas que receberam o dinheiro, mas nada fizeram. Ou fizeram muito menos do que os recursos permitiriam fazer.
O problema não é monopólio de um partido ou de uma orientação ideológica. Da direita à esquerda, passando pelo centro e também por quem não chega a ter ideologia, a coisa se repete como um script pré-ensaiado. A turma instala-se na máquina e passa a ordenhá-la em benefício próprio. A versão supostamente benigna diz que é para turbinar campanhas eleitorais, mas será legítimo desconfiar. É provável, como, aliás, o noticiário também começou a mostrar, que os desvios de conduta estejam a abastecer o patrimônio privado dos envolvidos. Ou, então, talvez estejamos diante de um modelo misto. Uma parte para a legenda e outra para quem coloca a mão na massa. Leia mais aqui. "
Para os "blogueiros do imundo", os EUA censuram a internet em Cuba. Como é que conseguem mentir deste jeito?
às 20:23:00
Neste final de semana, um grupelho chamado "blogueiros do mundo" tiveram um encontro em Foz do Iguaçu, pago sabe-se lá com que dinheiro. Além da estatização dos meios de comunicação, para que sigamos o mesmo rumo da Venezuela, Equador, Bolívia e Argentina, as ratazanas também atacaram, pasmem!, a censura dos Estados Unidos à internet em Cuba. É exatamente o oposto e quem acompanha o blog e o twitter de Yoani Sanchez tem uma prova diária do bloqueio que o governo repressor e assassino da ilha-prisão impõe aos cidadãos. Leia aqui.
Dilma elogia Orlando, publicamente. Um sinal de que tudo será abafado.
às 17:54:00
Após empossar o ministro Aldo Rebelo no Ministério do Esporte, em substituição ao ministro Orlando Silva, que deixou a pasta acusado de envolvimento em irregularidades em convênios com ONGs, a presidente Dilma Roussef reconheceu, em seu discurso que "esta cerimônia não estava nos meus planos e nem nos planos do governo" e fez questão de defender o ministro que estava saindo. "Orlando Silva não perde meu respeito", declarou a presidente no discurso, ao lembrar que ele fez um "excepcional trabalho na liderança do Ministério do Esporte", do qual ela foi testemunha. "Ele ganha plena liberdade para restituir a verdade e preservar, assim, a sua biografia", acentuou Dilma, ao comentar que ele saiu para se defender e desejando-lhe "muito sucesso em sua cruzada pela verdade".
Em seguida, Dilma fez elogios ao PCdoB. "Perco um colaborador, mas preservo o apoio de um partido cuja presença no meu governo considero fundamental", declarou Dilma, que passou a falar da bem-sucedida trajetória política de Aldo Rebelo, a quem, erroneamente, chamou de Aldo Rabelo. "Experiente, sério, qualificado, líder reconhecido e sem sombra de dúvida reconhecido como defensor corajoso de opiniões fortes dos interesses nacionais, e cidadão respeitado por seus pares, independente do partido", enumerou Dilma. "Estou certa que como novo ministro do Esporte, saberá empreender, realizar e, quando for o caso, negociar busca de soluções em que todos ganhem, principalmente e especialmente o Brasil e o povo brasileiro", comentou a presidente, reiterando, subliminarmente, o recado que já havia dado à Fifa de que as leis brasileiras, como a meia-entrada para idosos, terão de ser respeitadas na Copa do Mundo de 2014.
Segundo a presidente, Aldo Rebelo "tem plenas condições de dar continuidade política do ministério e estabelecer desde logo relações claras com todos os entes envolvidos com a preparação da Copa e Jogos Olímpicos", "sem que a ninguém seja imposto abdicar de princípios e de direitos legais e vigor no País".A plateia era eclética e reunia desde Pelé, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, governadores como Eduardo Campos, de Pernambuco, e Teotônio Vilela, de Alagoas, do PSDB, mas que é do Estado de Aldo Rebelo. Em sua fala, a presidente recorreu a metáforas com o futebol, tradicionalmente usadas por Lula. "Como ministro, eu tenho certeza que o ministro Aldo será um titular, um titular em nosso time", disse Dilma. E encerrou seu discurso afirmando que: "Hoje, colocamos a bola no chão. Reiniciamos o jogo e vamos para o ataque, por um Brasil mais justo e mais desenvolvido, esta será a vitória de todos nós".(Do Estadão)
DNIT, organizado para fraudar.
às 12:52:00
O principal programa de computação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), usado para gerenciar R$ 25 bilhões em contratos de obras em andamento no país, está contaminado por uma infinidade de falhas e riscos banais de tecnologia, situação que põe em xeque a segurança das informações e abre as portas da autarquia para todo tipo de fraude. Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou indícios, por exemplo, de que 52 ex-funcionários ainda estavam com seus perfis ativos no sistema, com liberdade para realizar uma série de operações. Um deles fez lançamentos e aprovou medições e pagamentos. A falha também ocorre com ex-terceirizados.
O principal programa de computação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), usado para gerenciar R$ 25 bilhões em contratos de obras em andamento pelo país, é um software contaminado por uma infinidade de falhas e riscos banais de tecnologia, situação que coloca em xeque a segurança das informações e abre as portas da autarquia para todo tipo de fraude. A precariedade tecnológica do Sistema de Acompanhamentos de Contratos (Siac), como é conhecido o software do Dnit, consta de relatório que acaba de ser concluído por auditores do Tribunal de Contas da União (TCU). Os problemas encontrados durante a varredura incluem erros básicos, como a ausência absoluta de regras de perfil de usuário para acessar e realizar transações no software, que, segundo o departamento, é vital para o seu funcionamento. Os auditores encontraram indícios de que 52 funcionários desligados da autarquia ainda estavam com seus perfis ativos no sistema, com liberdade para realizar uma série de operações. A falha também ocorre com empregados terceirizados, que já não prestam mais serviços à autarquia. Leia mais aqui.
O problema está nas ONGS de "capacitação".
às 05:56:00
A medida publicada hoje no Diário Oficial, onde a Presidência da República congela por trinta dias o pagamento às ONGS com irregularidades, é pura demagogia. Tanto é que um dos programas que será preservado, segundo o noticiário, é o Pronatec, que simplesmente não existe, já que a sua oficialização ocorreu na última quarta-feira.O que o governo federal deveria fazer é acabar com qualquer programa de capacitação realizado por ministérios, inclusive o MEC, pois aí é que está o grande rombo, a grande roubalheira. Foram nos programas de treinamento que surgiram os roubos no Turismo, no Esporte, no Trabalho, em vários ministérios. O país possui o Sistema S, que é duramente fiscalizado pela AGU e outros órgãos, que pode cumprir este papel com eficiência, eficácia e efetividade. O problema é que ele é gerido por empresários e não por políticos. Não há como meter a mão na grana. O Pronatec terá a participação do Sistema S. Este sim, é um bom começo. O resto é conversa para boi dormir.
Trem-bala não sai do lugar.
às 05:45:00
Mais um atraso no cronograma e uma parcela maior de risco na conta do governo. Esse é o retrato atual do projeto do trem de alta velocidade que ligará São Paulo ao Rio de Janeiro. Na melhor das hipóteses, o trem começará a circular em 2017 e a um custo maior para os cofres públicos. Só o projeto executivo custará R$ 600 milhões. A rodada de conversa com os candidatos a operar o negócio e oferecer a tecnologia do trem levou o governo a estudar assumir uma demanda mínima de passageiros. Se o número de usuários ficar abaixo do estimado, o governo compensará a operadora. Além disso, os candidatos querem um seguro contra eventuais atrasos na obra, adiantou ao Estado o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo. O leilão deverá ser realizado em julho. Leia aqui a entrevista desanimada, publicada pelo Estadão.
Perguntas sobre mais um ENEM fraudado irritam o pré-candidato Haddad.
às 05:29:00
A presidente do Inep (órgão do MEC responsável pelo Enem), Malvina Tuttman, se reúne hoje em Fortaleza com o juiz federal Luiz Praxedes Vieira da Silva para defender que o exame não seja anulado em todo o país.O MEC quer que apenas os 639 concluintes do ensino médio do colégio Christus refaçam o exame. O ministro da Educação, Fernando Haddad, voltou a dizer ontem, em evento político em São Paulo, que "basta aplicar uma nova prova aos alunos que foram, inadvertidamente, beneficiados".
Haddad amenizou o vazamento das questões. "Sempre haverá tentativas de burlar o sistema de segurança." Disse também que somente o inquérito da Polícia Federal irá esclarecer como as questões do Enem vazaram. A Justiça Federal no Ceará deu prazo até hoje para o Inep se manifestar sobre o pedido do Ministério Público Federal, que quer cancelar o exame nacionalmente. Outra alternativa proposta pela Procuradoria é a anulação de 14 questões do Enem entregues a alunos do Christus antes da prova. A direção do Christus nega irregularidades. Segundo o colégio, as questões estavam no banco de dados da escola e podem ter sido inseridas ali por alunos que fizeram o pré-teste, sem a escola saber.
Uma aluna do pré-vestibular do Christus, que não está no grupo que teve a prova cancelada, disse à Folha que também recebeu as questões. O assessor especial do ministro, Nunzio Briguglio Filho, disse que não há nenhuma evidência de que os alunos do pré-vestibular tenham recebido as questões, mas, se isso ficar comprovado, eles podem ter de refazer o teste.
O ministro participou ontem de novo evento político na capital onde pretende concorrer à prefeitura em 2012. Ele se irritou quando questionado sobre como encontra tempo para dedicar-se a esse tipo de reunião em meio a uma crise do Enem. "Isso está me tirando duas horas. Não posso visitar minha família? Não posso conversar com meus amigos?"
Um dos cinco ministros caídos é indiciado como "líder de organização criminosa".
às 05:11:00
Relatório de 40 páginas da Polícia Federal descreve o modus operandi do ex-ministro Wagner Rossi (Agricultura), apontado como "líder da organização criminosa" que teria arquitetado fraude no Programa Anual de Educação Continuada (Paec) - capacitação de servidores - para desvio de R$ 2,72 milhões. A PF vai indiciá-lo criminalmente nesta semana, imputando a ele formação de quadrilha, peculato e fraude à Lei de Licitações.
Segundo o relatório, a investigação descobriu "verdadeira organização criminosa enraizada no seio do Ministério da Agricultura". A PF sustenta que "os investigados, muitos travestidos de servidores públicos, atuavam no âmbito de uma estrutura complexa e bem definida, agindo com o firme propósito de desviar recursos da União". Rossi foi o quarto ministro do governo Dilma Rousseff a perder o cargo. Ele caiu em agosto, após denúncias de tráfico de influência, falsificação de documento público, falsidade ideológica, corrupção ativa e distribuição de propinas a funcionários que teriam participado do procedimento administrativo que ensejou a contratação da Fundação São Paulo (Fundasp), mantenedora da PUC-SP.
O relatório é subscrito pelo delegado Leo Garrido de Salles Meira. Além do ex-ministro, ele decidiu indiciar outros oito investigados, inclusive o ex-chefe de gabinete Milton Elias Ortolan. A PF confirmou denúncia da revista Veja, que revelou que o lobista Júlio César Fróes Fialho detinha poderes excepcionais na pasta, embora não tivesse vínculo formal com a pasta. "Toda a trama inicia-se com a associação do lobista com a cúpula do Ministério da Agricultura", assinala a PF. "O plano consistiria em direcionar a execução do programa de capacitação de servidores para determinada instituição de ensino, da qual seria exigida vultosa quantia." A PF destaca que Rossi, Ortolan e Fróes "dando prosseguimento à trama delituosa, associaram-se a dois professores da PUC".
O lobista teria exigido contrapartida de 28% do valor bruto do contrato. Segundo a PF, "a organização criminosa, quando se viu compelida pela consultoria jurídica a efetivar uma pesquisa de preço para dar respaldo à contratação da PUC-SP por dispensa de licitação, passou a forjar diversos documentos".Para a PF, os gestores da Fundasp "foram ludibriados". O plano falhou quando a servidora Joana Luiza Gonçalves da Silva exigiu apresentação de notas fiscais, o que teria provocado intervenção direta de Rossi. (Do Estadão)
Lula vai começar quimioterapia em 2 dias. Se fosse um Silva qualquer, esperaria 76,3 dias na fila do SUS.
domingo, 30 de outubro de 2011 às 17:36:00
Matéria publicada em O Globo, no último dia 25 de outubro:
O Ministério da Saúde, responsável pela política nacional de oncologia, tem fracassado nas ações para atender doentes de câncer, enquanto a doença avança no Brasil, com o envelhecimento da população. Conforme o tipo de tratamento, nem a metade dos pacientes que procuram o Sistema Único de Saúde (SUS) consegue assistência. E, num contexto em que o tempo é fundamental para a cura ou a sobrevida, a espera média pela primeira sessão de radioterapia chega a ser desesperadora: mais de três meses. Os dados constam de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU).
O Ministério da Saúde, responsável pela política nacional de oncologia, tem fracassado nas ações para atender doentes de câncer, enquanto a doença avança no Brasil, com o envelhecimento da população. Conforme o tipo de tratamento, nem a metade dos pacientes que procuram o Sistema Único de Saúde (SUS) consegue assistência. E, num contexto em que o tempo é fundamental para a cura ou a sobrevida, a espera média pela primeira sessão de radioterapia chega a ser desesperadora: mais de três meses. Os dados constam de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU).
Conforme o relatório, as unidades públicas de saúde deveriam ter atendido em 2010 169,3 mil doentes que necessitavam radioterapia, mas só 111,5 mil foram contemplados (65%). No caso das cirurgias oncológicas, os números são ainda piores: de 152,4 mil pessoas, 71,2 mil ou 46% conseguiram passar pelo procedimento. No Rio, os dados são mais dramáticos: só 41% dos pacientes tiveram acesso à radio e 29% às cirurgias.
Quimioterapia vai além da demanda
No caso da quimioterapia, a situação é inversa. O número de procedimentos é maior que o necessário, fruto do excesso de prescrições. Mesmo quando as sessões não surtem mais efeito, segundo o Ministério da Saúde, os médicos as indicariam por "obstinação terapêutica". Mesmo assim, comparado aos parâmetros internacionais, é longa a espera pela assistência. Em países como Canadá e Reino Unido, a quase totalidade dos doentes aguarda no máximo 30 dias, a partir do diagnóstico, para iniciar o combate ao câncer. No SUS, a primeira quimioterapia é feita em 76,3 dias e a primeira radioterapia, em 113 dias.
O quadro resulta de uma cadeia de deficiências, fruto do baixo investimento público. Um estudo do Instituto Nacional do Câncer (Inca), citado na auditoria, diz que o SUS precisa de 375 centros de atendimento a doentes de câncer, mas tinha 264 em junho deste ano. Só para radioterapia, faltavam 135 serviços. "Essa carência de instalações aptas a atender a crescente demanda contribui com a intempestividade no diagnóstico da doença e no tratamento provido pelo SUS", escreveu o relator do caso no TCU, ministro José Jorge.
Ouvidos em pesquisa do TCU, 87% dos oncologistas consideraram a espera por uma cirurgia demorada ou muito demorada; na consulta sobre a radioterapia, o percentual foi de 74%. Oito em cada dez deles responderam que procedimentos importantes para tratamento e diagnóstico da doença não são custeados pelo sistema público. Soma-se a isso o despreparo da rede de atenção primária para detectar o câncer e encaminhar os doentes a unidades especializadas, citado por 84% dos médicos e 77% das associações de apoio aos pacientes.
O câncer é o segundo tipo de doença que mais mata no Brasil. Com a estrutura que propicia, 65,4% dos tumores diagnosticados pelo SUS já estão em estágio avançado. No caso das neoplasias de brônquios e pulmões, o percentual é de 87%. O TCU constatou que o Ministério da Saúde tem descumprido suas próprias normas e não divulga orientações de assistência oncológica. "Dentre os sete tipos de câncer com maior incidência no país (pele não melanoma, próstata, mama, cólon e reto, pulmão, estômago e colo do útero), somente cerca de 40% possuem protocolos clínicos e diretrizes diagnósticas e terapêuticas", dizem os auditores.
Procurado, o Ministério da Saúde reconheceu parte das deficiências e argumentou que, com o reforço das políticas de combate ao câncer, cujos investimentos previstos são de R$ 4,5 bilhões até 2015, a tendência é que a situação melhore. De qualquer forma, até lá os doentes terão de conviver com problemas de acesso. A supervisora do Departamento de Atenção Especializada da pasta, Maria Inez Gadelha, explica que há, sim, uma carência de atendimento nos serviços de radioterapia, mas que ela pode ser menor, já que os dados do TCU são estimativos e consideram uma produtividade mínima dos equipamentos à disposição do SUS.
- O tribunal, e nós também, considera dois turnos de trabalho. Há hospitais que trabalham em três, até quatro turnos - explica a supervisora, acrescentando que, de qualquer forma, nos próximos quatro anos mais 32 serviços devem ser abertos no país e 48 serão ampliados ou atualizados tecnologicamente. - O déficit está em torno de 30%, mas já foi de 45% - pondera. Maria Inez Gadelha nega que a carência por cirurgias de câncer seja tão grande, pois são feitos procedimentos em outras unidades, que não as oncológicas. Questionada sobre o tempo de espera por terapias, ela respondeu: - Isso ocorre e a gente tem trabalhado para melhorar. Realmente, é uma iniquidade.
Turma do Chapéu, militância jovem do PSDB mineiro, desmente matéria.
às 17:02:00
O jornal Hoje em Dia, de Minas Gerais, em matéria assinada por jornalista que foi contratada da campanha de Hélio Costa, candidato derrotado do PMDB ao governo do estado, em 2010, publicou matéria contra a Turma do Chapéu, liderada por Gabriel Azevedo desde muito antes assumir a subsecretaria da Juventude, no governo Anastasia. Hélio Costa moveu processo contra Grabriel Azevedo durante a campanha em que foi derrotado em primeiro turno. Aqui a matéria do jornal. Aqui o desmentido da Turma do Chapéu.
Meio a meio.
às 16:49:00
Não só civis se locupletaram das gordas indenizações pagas por "perseguições da ditadura". Dêem uma olhada no quadro abaixo. Militares também estão mamando nas sempre gordas tetas públicas. Clique na imagem para ampliar o resumo publicado hoje em O Globo.
Agora é a vez de Agnelo.
às 10:07:00
Estamos publicando a matéria "Agnelo na mira", sobre os novos episódios do escândalo que derrubou Orlando Silva e que teve origem no comunista que virou petista:
Orlando Silva perdeu o cargo de ministro do Esporte, na semana passada, abalado por denúncias de desvio de dinheiro. Seu substituto, Aldo Rebelo, também do PCdoB, recebeu do Palácio do Planalto a missão de moralizar a pasta. Para a Justiça, no entanto, a questão é outra. Nos próximos dias, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) receberá um processo com nove volumes e quatro apensos, que corre na 10ª Vara Federal, em Brasília. As informações, a que ÉPOCA teve acesso, mostram que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), antecessor de Silva, é suspeito de ter se beneficiado das fraudes.
O conjunto contém gravações, dados fiscais e bancários, perícias contábeis e relatórios de investigação. As peças da ação penal vistas por ÉPOCA incluem o relatório nº 45/2010, que contém os diálogos captados em interceptações telefônicas, com autorização judicial, feitas entre 25 de fevereiro e 11 de março do ano passado. As conversas mostram uma frenética movimentação de Agnelo Queiroz e do policial militar João Dias para se defender em um processo. Diretor de duas ONGs, Dias obteve R$ 2,9 milhões do programa Segundo Tempo para ministrar atividades esportivas a alunos de escolas públicas. Nas conversas, Dias quer ajuda para acobertar desvios de conduta e de dinheiro público. Ele busca documentos e notas fiscais para compor sua defesa em uma ação cível pública movida pelo Ministério Público Federal. O MPF cobra de Dias a devolução aos cofres públicos de R$ 3,2 milhões, em valores atualizados, desviados do Ministério do Esporte.
Personagem da crônica política de Brasília, João Dias ajudou, com suas declarações, a derrubar Orlando Silva na semana passada. Dias nem precisou apresentar provas de que Silva teria recebido pacotes de dinheiro na garagem do ministério. Suas acusações levaram à sexta baixa no primeiro escalão da equipe da presidente Dilma Rousseff. O pretexto para a demissão foi a abertura, na terça-feira, de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a acusação de Dias e denúncias de que o Ministério do Esporte se transformara num centro de arrecadação de dinheiro para o PCdoB. Com a queda de Orlando Silva, o foco se transfere para o governador Agnelo Queiroz, contra quem existem suspeitas ainda mais consistentes.
Os principais interlocutores nas conversas gravadas pela polícia são João Dias, Agnelo Queiroz, o advogado Michael de Farias (defensor do policial) e o professor Roldão Sales de Lima, então diretor da regional de ensino de Sobradinho – cidade-satélite de Brasília onde atuavam as duas ONGs de João Dias. Era com Lima que Dias tratava do cadastro das crianças carentes que deveriam ser beneficiadas pelo programa Segundo Tempo. Na ação cível há um dado impressionante: as ONGs de João Dias receberam recursos para fornecer lanches para 10 mil crianças. Mas só atenderam, de forma precária, 160.
Os principais interlocutores nas conversas gravadas pela polícia são João Dias, Agnelo Queiroz, o advogado Michael de Farias (defensor do policial) e o professor Roldão Sales de Lima, então diretor da regional de ensino de Sobradinho – cidade-satélite de Brasília onde atuavam as duas ONGs de João Dias. Era com Lima que Dias tratava do cadastro das crianças carentes que deveriam ser beneficiadas pelo programa Segundo Tempo. Na ação cível há um dado impressionante: as ONGs de João Dias receberam recursos para fornecer lanches para 10 mil crianças. Mas só atenderam, de forma precária, 160.
Pressionado pelo Ministério Público, Dias foi à luta para amealhar elementos capazes de justificar tamanho disparate. Às 12h36 do dia 4 de março de 2010, ele telefonou para Agnelo Queiroz, então diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Dias pediu a Agnelo para “dar um toque” em Lima e reforçar seu pedido de ajuda ao professor. Dias queria que Lima fornecesse documentos para sua defesa. Na gravação, ele avisa que vai marcar um encontro entre Agnelo e Lima, para que esse pedido seja feito pessoalmente. Menos de uma hora depois, Dias, que estava num restaurante com Lima, telefonou novamente a Agnelo. Entregou o celular para Lima falar com ele. De acordo com a transcrição dos diálogos, feita por peritos do Instituto de Criminalística do Distrito Federal, Agnelo diz a Lima que precisa de sua ajuda. Afirma que vai combinar com João Dias para os três conversarem, porque Roldão (Lima) “é peça-chave neste projeto”.
Qual seria o projeto? Segundo a investigação da polícia, trata-se de apresentar uma defesa à Justiça Federal capaz de livrar Dias da cobrança milionária. Pouco antes das 13 horas do dia 9 de março, o advogado Michael de Farias disse a Dias para ficar tranquilo, que tudo estaria pronto para ser entregue à Justiça três dias depois. Só faltaria, disse Michael, “agilizar a questão do Roldão (Lima)”. Na gravação, Michael afirma que eles “já vão confeccionar os documentos só para o Roldão assinar, já vai tudo pronto”. Dias diz que dessa forma fica melhor e, em seguida, liga para Agnelo e marca um encontro para uma conversa rápida e urgente. Cerca de duas horas depois, Dias volta a telefonar a Agnelo e adia o encontro.
No final da tarde do dia 9, Dias falou com Lima. O professor Lima disse que ficou até de madrugada numa reunião em que foram fechadas “as planilhas, os projetos”. De acordo com a polícia, Lima estava no escritório do advogado Michael. No dia seguinte à tarde, Michael disse a Dias que já havia “confeccionado a defesa e as cartas de Roldão (Lima)”. Até aquele momento, Lima não assinara nada. À noite, Dias ligou para dois celulares de Agnelo e deixou o mesmo recado nas secretárias eletrônicas: “O prazo máximo para apresentar a defesa é sexta-feira, preciso muito de sua ajuda”. Às 20h22, Dias finalmente consegue falar com Agnelo e avisa “que sexta-feira tem de apresentar o negócio lá”.
A polícia descobriu, pelas conversas grampeadas, onde Lima se encontraria com Dias para entregar os documentos a ser incorporados a sua defesa. O encontro ocorreu no Eixo Rodoviário Norte, uma das principais avenidas de Brasília, no começo da tarde da sexta-feira 12 de março. Dias parou seu Ford Fusion e ligou o pisca-alerta. Em seguida, Lima parou seu Fiat Strada atrás e entrou no automóvel de Dias. Eles não sabiam, mas tudo era fotografado por agentes da Divisão de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal. As imagens mostram que Lima carregava uma pasta laranja ao entrar no carro de Dias. Saiu do veículo sem ela. Três horas depois, os advogados de Dias entregaram sua defesa na Justiça Federal.
De nada adiantou todo esse esforço. Um laudo da PF constatou que havia documentos “inidôneos” na papelada apresentada pela defesa de Dias. Três semanas depois, ele e outras quatro pessoas foram presas por causa de fraudes e desvio de dinheiro público no Ministério do Esporte. Mesmo com todas as evidências registradas nas gravações de suas conversas, Dias nega ter recorrido a Agnelo para ajudá-lo em sua defesa. O professor Lima afirma que, nas conversas por telefone e nos encontros com Dias, só falava de política. Mas admite que, “num dos encontros, João Dias me passou o telefone para conversar com Agnelo”. Lima afirma não se lembrar da pasta laranja entregue no encontro.
As gravações telefônicas revelam também uma intimidade entre Agnelo Queiroz e João Dias, que os dois hoje insistem em esconder. A relação entre os dois envolveu a intensa participação do PM na campanha de Agnelo para o governo do Distrito Federal no ano passado. Eles afirmam que estiveram juntos apenas nas eleições de 2006, quando Agnelo concorreu ao Senado, e Dias a uma cadeira na Câmara Legislativa – ambos pelo PCdoB. Os diálogos em poder da Justiça mostram outra realidade. No dia 4 de março de 2010, Dias perguntou a Agnelo como estavam os preparativos para o dia 21 de março, data em que o PT de Brasília escolheria seu candidato ao governo. Agnelo disse que estavam bem, seus adversários estavam desesperados. Em resposta, Dias afirmou que ele e o major da PM Cirlândio Martins dos Santos trabalhavam para sua candidatura nas prévias do PT em várias cidades-satélite de Brasília. Na disputa, Agnelo derrotou Geraldo Magela, hoje secretário de Habitação do Distrito Federal.
Em outra gravação, Dias informa Agnelo sobre o resultado de uma pesquisa eleitoral em que ele ultrapassara o ex-governador Joaquim Roriz. ÉPOCA ouviu de integrantes da campanha de Agnelo que, mesmo depois de sua prisão, Dias teve papel importante nas eleições. A campanha de Weslian Roriz – mulher de Roriz, que o substituiu na disputa – mostrou na TV um dos delatores do envolvimento de Agnelo nas fraudes no Ministério do Esporte. Isso teve impacto na campanha do ex-ministro. Quem deu a solução foi Dias: com poder de persuasão, ele convenceu uma tia da testemunha a desqualificar seu depoimento na televisão. Mais tarde, a tia foi agraciada com um emprego no governo. No novo governo, Dias foi beneficiado. Indicou seu melhor amigo, Manoel Tavares, para a presidência da Corretora BRB, o banco do governo do Distrito Federal.
O governador e ex-ministro Agnelo Queiroz respondeu por escrito a 13 perguntas feitas por ÉPOCA. Ele afirma que o inquérito da Polícia Civil é montado. “O inquérito foi uma tentativa de produção de um dossiê para inviabilizar a (minha) candidatura”, diz Agnelo. “A origem do inquérito infelizmente foi direcionada por uma parte da Polícia Civil, ainda contaminada pelas forças políticas do passado. Uma farsa.” Agnelo diz que ele e João Dias eram “militantes da mesma agremiação partidária, ambiente em que surge o conhecimento” e que é “fantasiosa” a afirmação de que acolheu “indicação de João Dias para cargos no governo”.
Apesar de continuar na Polícia Militar, Dias tornou-se um próspero empresário. Em outro relatório da polícia em poder da Justiça Federal, de número 022/2010, gravações telefônicas mostram que Dias é o verdadeiro dono de academias de ginástica registradas em nome de laranjas. “Tal fato é um forte indício de que João Dias está utilizando as academias para ‘lavar’ o dinheiro oriundo de supostos desvios de verbas públicas”, diz o relatório policial. Dias tem quatro carros importados. O mais vistoso é um Camaro laranja, 2011, importado do Canadá em julho. Em entrevista a ÉPOCA, ele afirmou que adquiriu o Camaro numa transação comercial. O veículo está registrado em nome do motorista Célio Soares Pereira. Célio é o empregado de Dias que diz ter entregado dinheiro no carro do então ministro Orlando Silva na garagem do Ministério do Esporte.
Em depoimento à Polícia Federal, Dias mudou sua versão sobre a entrega de dinheiro a Silva. Ele disse que era “muito pouco provável que o ministro (Orlando Silva) não tivesse visto a entrega dos malotes (de dinheiro)”. Diferentemente de Dias, Geraldo Nascimento de Andrade – principal testemunha de acusação contra Agnelo Queiroz sobre desvio de dinheiro do Ministério do Esporte – confirmou, em todos os depoimentos, ter pessoalmente entregado R$ 256 mil a Agnelo. Em um vídeo a que ÉPOCA teve acesso, Andrade descreve com detalhes como fez dois saques no Banco de Brasília, transportou e entregou o dinheiro ao atual governador.
Andrade sabe mais. Na gravação, ele liga as fraudes no Esporte ao Ministério do Trabalho. Andrade afirma que notas frias foram usadas para justificar despesas fictícias em convênios do programa Primeiro Emprego. O maior convênio apontado por Andrade, de R$ 8,2 milhões, foi firmado com a Fundação Oscar Rudge, do Rio de Janeiro. Andrade, que morava em Brasília, afirma ter ido ao Rio de Janeiro para sacar dinheiro da conta de um fornecedor da fundação, uma empresa chamada JG. Ele diz que passava os valores para representantes da entidade. A presidente da fundação, Clemilce Carvalho, diz que a JG foi contratada por pregão e prestou os serviços. Filiada ao PDT, mesmo partido do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ela foi candidata a deputada federal em 2006. Lupi está ameaçado de perder o emprego na reforma ministerial, planejada para o início de 2012. Os ministérios do Esporte e do Trabalho têm, em comum, o fato de ser administrados há anos pelos mesmos partidos da base de apoio ao governo federal. O modelo dá sinais de que começa a ruir.
Ainda bem que a mídia pauta o governo.
às 09:52:00
A presidente Dilma Rousseff avisou que não se pautaria pela mídia. Dessa posição resoluta surgiu a ideia, estratégica, de bancar o ministro Orlando Silva quando ele já estava cheirando a queimado. Em reunião de emergência do estado-maior petista, Lula instruiu Dilma sobre o mais importante a fazer na crise do Ministério do Esporte: não deixar a imprensa demitir mais um ministro. Foi assim que se repetiu, pela quinta vez, o ritual que já é a marca do governo Dilma: ministro prestigiado, ministro elogiado, ministro demitido.
O sonho de consumo do PT é Cristina Kirchner. Ela é um fetiche muito mais eficiente que o do ex-operário no poder, e mesmo que o da “presidenta”. Cristina não é uma mulher no poder – é uma viúva trágica, que faz comício mostrando a foto do marido morto. Se o casal Kirchner já estava avançado em sua ligação direta com o povo, com o populismo ao quadrado da viúva é que a imprensa argentina vai ver o que é bom. O azar de Orlando Silva foi não ser ministro de Cristina Kirchner. É bem verdade que, no Brasil, o sujeito que comanda um ministério responsável pelo desvio de dezenas de milhões de reais em convênios piratas ainda pode, ao sair, apresentar-se como vítima de “linchamento”. Por outro lado, Orlando teve a sorte de não ser um ministro japonês. Nesse caso, se fosse descoberto favorecendo ONGs acusadas de fraude, em vez de se queixar contra “essa crise que foi criada”, ele poderia estar renunciando à vida.
Na Argentina não haveria nenhum desses problemas. Imprensa que fustiga o governo popular é tratada com mordaça. Até o índice de inflação já é fabricado no quintal da Casa Rosada, para evitar essa praga das notícias ruins. No reino dos Kirchners, o PCdoB poderia exercer à vontade seu comunismo mercantil, sem que jornalistas abelhudos e invejosos se metessem em seus negócios privados com o dinheiro público. Mesmo com a impertinência da imprensa brasileira, porém, o projeto do Ministério do Esporte S.A. está firme para a Copa.
O Brasil vai ao mundial desfalcado de Orlando Silva, mas os desfalques do ministério têm tudo para continuar em campo. Provando que a vida continua, no ato da saída do ministro, Dilma nomeou como interino o secretário executivo da pasta, braço direito de Orlando. A imprensa, que não tem mais o que fazer, logo mostrou que o ministro interino liberara verbas para entidades de fachada. Mas tudo bem, porque a cabeça do ministro rolou e a opinião pública está feliz com a “faxina”. Sinal verde para o partido vermelho.
E se repete o ritual do governo Dilma: ministro prestigiado, ministro elogiado, ministro demitido.
Quase simultaneamente ao anúncio da demissão de Orlando Silva, os depoimentos do PM e do motorista que o denunciaram, marcados para a Câmara dos Deputados, foram cancelados. Eles que são ex-sócios que se entendam. Desse acerto, pelo visto, o Brasil não vai participar. E o escândalo do Esporte seguirá o mesmo rumo das investigações do Dnit, da consultoria de Palocci e demais tramas da faxina de folhetim: das manchetes para o pé de página, e dali para debaixo do tapete, de onde todos sairão reabilitados, provavelmente como consultores.
A culpa é da imprensa, que não prende ninguém. No auge do caso Orlando Silva, com o cipoal de incertezas sobre a Copa do Mundo e a confusão instalada no primeiro escalão do governo, surge a manchete: “Dilma silencia sobre a crise”. Mais um erro da mídia. A manchete correta seria: “Afinal, quem é Dilma?”. Essa estadista aclamada por tudo o que não faz e não fala, cuja grande virtude é descansar os ouvidos da nação da verborragia de Lula, poderia dar ao menos uma pista de sua vocação de liderança – um prognóstico, um palpite, uma tirada, ou qualquer coisa além dos discursos de solenidade e frases ensaiadas.
Dizem que Dilma está “irritada” com a CBF, “furiosa” com a infraestrutura, “decidida”, “encantada”, “indignada”... Será que a presidente só existe em off? O que ela estará achando da tragédia anual do Enem? E dos feriados para compensar o colapso dos transportes nos jogos da Copa? Que projeto, afinal, esse governo tem para o Brasil, além da distribuição de bolsas e cargos? No fim das contas, Dilma poderia parodiar a canção de Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho, em agradecimento a quem vem salvando seu mandato do vazio existencial: “Não sou eu quem me governa, quem me governa é a mídia”.
Coluna de Guilherme Fiuza, na revista Época desta semana, intitulada "O Brasil vai ao Mundial desfalcado de Orlando Silva".
Prévias tucanas: o que os postulantes a prefeito pensam sobre aliança com PSD.
às 09:35:00
O Estadão entrevistou os quatro candidatos tucanos a serem candidatos à prefeitura de São Paulo. Segue uma síntese do que eles pensam sobre uma aliança com o PSD, do atual prefeito Gilberto Kassab:
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Andrea Matarazzo, secretário estadual de Cultura:
Mas o sr. não acha que seria melhor esperar uma definição no quadro de alianças?
Independentemente do resultado (das prévias), o partido sempre vai estar aberto a discutir as coligações até o momento da convenção. Defendo uma aliança ampla. Esta é uma decisão partidária, é preciso ver qual o interesse do partido. Neste momento, está se discutindo a questão das prévias.
O governador demonstrou internamente que pretende fazer uma aliança com o PSD.
Então seguirei a linha dele.
Inclusive negociando a cabeça de chapa?
Estamos discutindo nesse momento as prévias para definir o candidato do PSDB. Depois disso é outra conversa. A aliança depende do partido. Estou colocando minha candidatura porque acho que tenho ideias que precisam ser priorizadas e colocadas na pauta. A melhor forma de fazer isso é sendo candidato a prefeito. Estou discutindo com o partido. Não cabem posições individuais quando se está em um processo de prévias. É importante uma aliança ampla e boa para você ganhar a eleição e para poder administrar a cidade sem muito conflito.
Sem o PSD, do prefeito atual, é possível para o PSDB chegar ao 2º turno?
O PSDB irá para o 2.º turno pelo perfil do eleitor paulistano e pelo conhecimento que tem das gestões, além da popularidade do governador. Modéstia à parte, como acho que vou ganhar a prévia, acho que o candidato do PSDB será mais identificado com a cidade.
Mas em 2008, quando Kassab e PSDB foram separados para a eleição, o tucano ficou em 3º.
A situação em 2008 foi um pouco atípica. O candidato do PSDB ficou em 3.º, mas a gestão do PSDB ganhou a eleição.
Como avalia a gestão Kassab?
Está fazendo bastante coisa. Mas dá para fazer muito mais.
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Bruno Covas, secretário estadual do Meio-Ambiente:
O PSDB será obrigado a se aliar ao PSD na eleição do ano que vem? A reeleição do governador, em 2014, pode estar em jogo?
Faz parte do sistema eleitoral brasileiro a existência de coligações. Elas são necessárias para ampliar o campo político de uma candidatura. É natural que possamos conversar com outros partidos sobre essa possibilidade, mas isso não significa obrigatoriedade em relação a este ou aquele partido.
Se houver aliança, a cabeça de chapa estará na negociação? Ou o PSDB deve ter candidato próprio?
O PSDB tem bons nomes, credibilidade e força em São Paulo para ter candidato próprio.
Como o sr. avalia a gestão Kassab? Se for nomeado candidato, estaria disposto a defendê-la, em eventual aliança com o PSD?
Há pontos positivos como a Lei Cidade Limpa e o programa Mãe Paulistana, mas o prefeito poderia ter se dedicado menos às questões partidárias.
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José Aníbal, secretário estadual de Energia:
O sr. acha que o PSDB será obrigado a se aliar ao PSD?
Não vamos restringir ao PSD. O PSDB tem que fazer uma política de alianças ampla na capital. O PT já declarou que seu alvo é derrotar o PSDB e está construindo suas alianças para isso. Nós vamos construir as nossas. O DEM, do qual o PSD se originou, tem participação no governo Alckmin.
Mas o DEM já sugeriu que não quer estar na mesma aliança do PSD e anunciou apoio ao Gabriel Chalita (PMDB)...
Nós temos um histórico em relação ao DEM. Queremos estar com o DEM nas eleições municipais. Em relação ao PSD, se for possível convergirmos para uma aliança, vamos trabalhar nessa direção.
A negociação por alianças deve envolver a cabeça de chapa?
Seria absolutamente impróprio admitir negociação sobre cabeça de chapa, quando ainda nem definimos candidato.
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Rucardo Trípoli, deputado federal do PSDB
O PSDB vai ser obrigado a se render à aliança com o PSD?
Acho que não. O PSDB é um partido consolidado há muitos anos. As alianças se dão não em função de nomes, mas de um programa. O partido pode trabalhar um programa, discutir alianças. Não pode vincular a escolha do candidato à aliança com esse ou aquele partido.
Mas a cabeça de chapa não é parte de qualquer negociação?
O PSDB elegeu duas vezes o presidente da República, cinco vezes o governador de São Paulo e uma vez o prefeito. Não pode ser vice de um partido que nasceu há pouco tempo. Não vejo problema em coligação, mas não tem como o PSDB não ser cabeça de chapa.
Mas a eleição de 2012 não pode ter impacto na candidatura à reeleição do governador Geraldo Alckmin, em 2014, como sugeriu Kassab em entrevista ao Estado?
Ajuda, mas não é fator determinante para escolher candidaturas agora, imaginando que isso teria impacto numa eleição (futura). A eleição de prefeito diz respeito à cidade. Depois, são outras articulações.
A eleição de 2012 deverá ter PT, PSDB, PMDB e PSD. Um 2º turno se resumirá a um petista e um defensor de Kassab?
A tendência é uma disputa entre o PSDB e o PT.
Mas não foi assim em 2008.
Em 2008 houve uma questão interna no PSDB que complicou a situação. Mas ele governa os oito maiores Estados e o PT controla o governo federal. É difícil não haver polarização entre os dois.
Mas Kassab já sinalizou que, se não se aliar ao PSDB no 1.o turno, não haverá acordo no 2.o...
As alianças vão se dar a partir do momento em que houver convenções. No segundo turno, é outra eleição.
Como avalia a gestão Kassab?
Acho que temos muitas secretarias e pouca infraestrutura nas subprefeituras. A subprefeitura tem que ser o centro de discussão dos problemas locais. As pessoas não aguentam mais ir às subprefeituras e serem remetidas para as secretarias.
No caso de uma aliança com o PSD, o sr. estaria disposto, se ganhar as prévias e for o candidato tucano, a defender a gestão atual durante a campanha?
Prefiro fazer uma campanha voltada para o futuro e acho que é preciso levar em consideração todas as gestões anteriores. Elas devem ter coisas boas que se possa aproveitar. Nem Serra, nem Aécio: FHC. Agora vai!
às 09:13:00
Para evitar uma nova rodada de conflitos internos, o comando nacional do PSDB decidiu que nem Aécio Neves (MG) nem José Serra (SP) serão protagonistas nas inserções partidárias de 30 segundos que o partido veiculará em cadeia nacional de rádio e televisão em novembro. Estão sendo preparados cerca de 35 filmetes. A briga entre Aécio e Serra, com disputa por espaço no último programa partidário, provocou desgaste entre dirigentes e explicitou, mais uma vez, a falta de unidade da legenda para o projeto presidencial de 2014.
As inserções, segundo dirigentes do partido envolvidos nas negociações sobre o formato e conteúdo das peças, terão foco em três linhas de ação já exploradas no programa partidário que foi ao ar no último dia 13. A primeira é reforçar realizações do partido e o legado de Fernando Henrique Cardoso, com destaque para o Plano Real e o controle da inflação, a privatização das telecomunicações e a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal. A segunda é ressaltar ações dos governos estaduais do PSDB, cuja média de avaliação é positiva. Por último, o partido adotará o discurso de oposição ao atual governo, explorando as recentes crises de corrupção que abateram ministros.
Ainda que nem Aécio Neves nem José Serra tenham sido convocados a estrelar os comerciais, o mineiro certamente terá seus minutos de fama quando o partido abordar as gestões estaduais do PSDB. Aécio deixou o governo de Minas com uma das melhores avaliações do País, aprovado por mais de 70% da população. O PSDB encomendou pesquisas qualitativas para formular uma nova ação de marketing e surpreendeu-se com algumas constatações. A principal delas é que o eleitor tem pouco conhecimento do comportamento do partido na esfera estadual, apesar de as administrações tucanas serem bem aceitas pela população local. Outra revelação da pesquisa é que o partido não conseguiu fixar na cabeça do eleitorado uma linha histórica das realizações políticas do governo Fernando Henrique Cardoso.
A reconciliação com FHC é tamanha que não está descartada, por exemplo, a possibilidade de o ex-presidente aparecer nas inserções partidárias. Fernando Henrique Cardoso foi hostilizado pelo PSDB nas duas últimas campanhas eleitorais de 2006 e 2010. A avaliação era a de que o ex-presidente tinha alto índice de rejeição e poderia atrapalhar o desempenho dos candidatos - Geraldo Alckmin e José Serra, respectivamente.A propósito das brigas entre tucanos, cada vez mais declarada, inclusive via Twitter, o ex-presidente teria feito a seguinte confidência sarcástica em conversa recente com correligionários: 'Se eu fosse uns 10 anos mais novo, disputaria de novo a Presidência e evitaria essa confusão entre o Serra e o Aécio'. ( Do Estadão)
As inserções, segundo dirigentes do partido envolvidos nas negociações sobre o formato e conteúdo das peças, terão foco em três linhas de ação já exploradas no programa partidário que foi ao ar no último dia 13. A primeira é reforçar realizações do partido e o legado de Fernando Henrique Cardoso, com destaque para o Plano Real e o controle da inflação, a privatização das telecomunicações e a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal. A segunda é ressaltar ações dos governos estaduais do PSDB, cuja média de avaliação é positiva. Por último, o partido adotará o discurso de oposição ao atual governo, explorando as recentes crises de corrupção que abateram ministros.
Ainda que nem Aécio Neves nem José Serra tenham sido convocados a estrelar os comerciais, o mineiro certamente terá seus minutos de fama quando o partido abordar as gestões estaduais do PSDB. Aécio deixou o governo de Minas com uma das melhores avaliações do País, aprovado por mais de 70% da população. O PSDB encomendou pesquisas qualitativas para formular uma nova ação de marketing e surpreendeu-se com algumas constatações. A principal delas é que o eleitor tem pouco conhecimento do comportamento do partido na esfera estadual, apesar de as administrações tucanas serem bem aceitas pela população local. Outra revelação da pesquisa é que o partido não conseguiu fixar na cabeça do eleitorado uma linha histórica das realizações políticas do governo Fernando Henrique Cardoso.
A reconciliação com FHC é tamanha que não está descartada, por exemplo, a possibilidade de o ex-presidente aparecer nas inserções partidárias. Fernando Henrique Cardoso foi hostilizado pelo PSDB nas duas últimas campanhas eleitorais de 2006 e 2010. A avaliação era a de que o ex-presidente tinha alto índice de rejeição e poderia atrapalhar o desempenho dos candidatos - Geraldo Alckmin e José Serra, respectivamente.A propósito das brigas entre tucanos, cada vez mais declarada, inclusive via Twitter, o ex-presidente teria feito a seguinte confidência sarcástica em conversa recente com correligionários: 'Se eu fosse uns 10 anos mais novo, disputaria de novo a Presidência e evitaria essa confusão entre o Serra e o Aécio'. ( Do Estadão)
Chalita: um pote até aqui de mágoa.
às 09:07:00
O pré-candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, diz que foi "perseguido" pelo ex-governador José Serra e que, por isso, trocou o PSDB pelo PSB. Sempre conciliador, Chalita adota um tom mais duro quando vai se referir ao tucano, a quem atribui um suposto "retrocesso" nas políticas educacionais no Estado. "Senti que não havia mais espaço no PSDB para continuar o trabalho que eu estava desenvolvendo. Me senti perseguido por ele [Serra] e não queria apoiá-lo para a Presidência da República. Fui absolutamente autêntico e verdadeiro", declarou. Ele atribui a suposta perseguição ao fato de ter apoiado Geraldo Alckmin na disputa interna pela candidatura à Presidência, em 2006. "Todo o projeto educacional que a gente construiu em São Paulo, que era sólido, o Serra acabou com isso. Começou a perseguir professores, as greves voltaram, e eu ficava incomodado com isso."
O peemedebista reconhece que "é ruim" trocar de partido com tanta frequência: em três anos, ele passou por PSDB, PSB e PMDB. Mas diz que está feliz na nova sigla e assegura que sua pré-candidatura não será moeda de troca do partido numa negociação com o PT de Lula e Dilma. "São dois partidos que fazem parte de uma aliança nacional, comungam dos mesmos ideais, mas não há como pedir que o PMDB, que é o maior partido do Brasil, não tenha candidato na maior cidade do Brasil", afirmou. Para ele, o partido vive um novo momento: "No congresso do PMDB os dois destaques fomos o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e eu. Não vão puxar meu tapete", afirma.
Chalita também descartou a possibilidade de contar com o apoio velado do ex-governador Geraldo Alckmin, de quem foi secretário de Educação no governo passado. "Esse não é o perfil dele. Sinto que ele gosta de mim, tem carinho por mim. Eu também gosto dele, tenho muito carinho por ele. Mas na última eleição para governador eu não o apoiei", afirmou. Sobre o perfil semelhante ao do ministro Fernando Haddad (PT), Chalita diz que nenhum deles pode ser "monotemático" e só falar de educação. "Tanto ele quanto eu vamos ter de apresentar um programa para São Paulo. E aí o eleitor vai diferenciar." (Folha de São Paulo)
Para Haddad, o problema do ENEM foi localizado. Quem garante?
às 08:38:00
O ministro da Educação Fernando Haddad descartou ontem a possibilidade do cancelamento de todas as provas do Enem, como pede a Procuradoria no Ceará. "Eu não tenho notícia nenhuma de uma tese estapafúrdia como essa", afirmou à Folha na tarde de ontem, durante um evento com pré-candidatos à prefeitura de São Paulo no Itaim Paulista, na zona leste da capital. A Justiça Federal no Ceará deu até amanhã para o Inep (órgão do MEC responsável pelo Enem) se manifestar sobre pedido do Ministério Público Federal, que quer a suspensão do exame nacional no país ou a anulação das questões vazadas em colégio de Fortaleza, Ceará.
Para Haddad, há apenas duas possibilidades em discussão: a anulação das 14 questões que foram apresentadas a alunos do colégio Christus e a reaplicação do exame para esses alunos. O MEC prefere a segunda por considerar que o problema se restringiu "a um grupo pequeno em universo de 4 milhões de candidatos". "Reaplique-se a prova. Não há necessidade de anular as questões", disse Haddad. O problema no Enem 2011 veio a público depois que alunos do colégio Christus escreveram em redes sociais que um simulado da escola antecipava questões iguais às aplicadas no exame nacional. Além das 14 questões, pelo menos uma outra também já era conhecida por alunos de Minas Gerais. Sobre esse caso, o ministro nega que tenha havido vazamento. "Foi feita análise técnica daquela suspeita e ela não se confirmou", disse. Segundo o ministro, a decisão não cabe ao MEC, mas à Justiça.(Da Folha de São Paulo)
Novas lendas sobre Lula.
às 08:10:00
Já começam a pipocar novas construções para fortalecer o mito Lula, subitamente acometido de um câncer na laringe. Por exemplo, que a noticia foi um choque para o país. Pode ter sido para os políticos e para a imprensa, mas o povo não está nem aí para estes fatos. Nem mesmo uma tag "Força Lula" conseguiu subir ao topo dos trends do twitter. Outra "forçação" de barra é dizer que foi Lula quem tomou a iniciativa de divulgar a doença, para não esconder o fato ao país, como se isso tivesse alguma importância. Ora, quem conhece Lula sabe que ele divulgou o fato porque ajuda a sua imagem de super-herói dos desdentados e o devolve para o centro do noticiário. Além do mais, não há como esconder um tratamento de quimioterapia, sabendo-se, por exemplo, que em breve teremos um Lula careca e sem barba desfilando por aí. Outra "lenda" é que o Brasil inteiro está torcendo pela recuperação de Lula, presente nas mensagens de políticos adversários e de jornalistas que, até ontem, eram inimigos ferrenhos do ex-presidente. Não é verdade e tem muito de falsamente humanitário e de politicamente correto nestas manifestações. Muita gente está desejando que Lula faça tratamento no SUS, por exemplo. No minimo. Não adianta os jornais, revistas e blogues censurarem as áreas de comentários, querendo tapar o sol com a peneira. Assim como existem pessoas que veneram Lula tem outras que acham que ele é o câncer do país, muito antes de ontem. Até porque estes comentaristas frios, calculistas e implacáveis conhecem Lula e sabem que ele vai transformar a doença em uma oportunidade para sair dizendo por aí: " companheiros, meu último desejo é ver este menino, o Haddad, prefeito de São Paulo. Depois disso posso morrer em paz". E não vai demorar muito. Lula só vai parar de fazer chantagem com o povo dentro de um caixão ou alguém consegue esquecer, da noite para o dia, o quanto ele já mentiu para este país? Repito: não desejo mal nenhum ao Lula. O mal que porventura lhe desejam é fruto dos seus atos e que ele arque com as consequências do que plantou para si.
Observação: acaba aqui a cobertura deste blog sobre o câncer do Lula. Não tem a mínima importância ele ter contraído uma doença que acomete mais de 200.000 pessoas por ano no Brasil, 99,9% sem a chance de ser tratada no Sírio-Libanês, a maioria delas penando até morrer na fila do SUS.
Observação: acaba aqui a cobertura deste blog sobre o câncer do Lula. Não tem a mínima importância ele ter contraído uma doença que acomete mais de 200.000 pessoas por ano no Brasil, 99,9% sem a chance de ser tratada no Sírio-Libanês, a maioria delas penando até morrer na fila do SUS.
Câncer de Lula altera palanques de 2012.
às 07:45:00
Ainda é cedo para estimar de que forma o recém-descoberto tumor na laringe afastará Lula das múltiplas atividades com as quais se comprometeu desde que deixou a Presidência. Num primeiro momento, porém, a tendência é que o ex-presidente deixe a linha de frente da articulação política para se recolher e se dedicar ao tratamento médico. O ex-presidente comanda a montagem da estratégia eleitoral do PT para as eleições municipais de 2012 em várias praças importantes, notadamente em São Paulo. Concebeu, tirou do papel e teve êxito em tornar viável a pré-candidatura do ministro Fernando Haddad (Educacação), um neófito na política que, a princípio, provocava ceticismo e desconfiança nas hostes petistas. Em poucos meses, graças a doses generosas de vitamina L, de Lula, não só se tornou viável como passou à condição de favorito na disputa interna petista.
Ontem, ainda perplexos com a notícia sobre a saúde de seu líder maior, os petistas começavam a questionar se Haddad já tem força suficiente para levar o projeto político até as prévias, marcadas para o fim de novembro, sem contar com essa presença constante de Lula. Sim, porque ninguém imagina, diante das primeiras informações divulgadas sobre o tumor -que dão conta de boas chances de cura total e um tratamento ambulatorial, segundo os médicos-, que o ex-presidente vá se recolher completamente.Atingido naquilo que os próprios médicos e seus amigos chamavam ontem de sua ferramenta principal de fazer política -a voz-, Lula pode até reduzir sua exposição pública, mas continuará ativo nos bastidores, na costura. No caso de Haddad, ainda estava no roteiro traçado pelo próprio Lula uma rodada de aparições conjuntas até as prévias de novembro. O ministro foi um dos poucos convidados para a festa de 66 anos do ex-presidente na última quinta-feira, num sinal da proximidade que estabeleceram. A depender das condições impostas pela equipe médica para o tratamento, talvez essa agenda pública tenha de ser reduzida.
Por outro lado, alguns analisavam que, com a saúde fragilizada, Lula, que já era quase à prova de questionamentos no PT, agora se tornará uma unanimidade. Isso poderia levar a que os petistas que insistem na tese das prévias, a despeito da discordância do ex-presidente, recuassem e aceitassem o seu desígnio.Além de afetar a montagem dos palanques municipais, a necessidade de se dedicar à sua saúde deve frear também a intensa agenda de viagens internacionais para palestras e homenagens que Lula vinha cumprindo. Por fim, a doença recém-descoberta terá o condão de aproximar ainda mais Lula e a presidente Dilma Rousseff -que já na primeira manifestação a respeito, na nota emitida ontem, lembrou o fato de já ter enfrentado um tumor e ter obtido sucesso na cura plena da da doença. (Folha de São Paulo)
Don't worry, be happy.
às 01:59:00
Desde que foi noticiado o câncer do Lula, a internet ficou cheia de pessoas endeusando ou demonizando o ex-presidente. Tudo certo, tudo normal. Uns desejando saúde, outros sofrimento, uns querendo pronto restabelecimento, outros uma lenta agonia. A internet é assim mesmo. Dia desses, Chico Buarque descobriu que nem todo mundo gosta dele (eu, inclusive) e cunhou a frase: "descobri que na verdade sou odiado". Como blogueiro, sou atacado e ameaçado por muita gente, sendo que vários comentaristas me desejam a pior sorte e até atentam, virtualmente, contra a minha integridade física. Se eu fizesse um post avisando que contraí um câncer de faringe, muita gente entraria na área de comentários para comemorar. Faz parte da luta política. Eu não desejo mal físico algum para o Lula. Tem gente que deseja, que cada um viva com a sua consciência, com a sua ética, com o seu senso de justiça. A lição que os fiéis admiradores do Lula estão tirando deste episódio é que ele é odiado com a mesma intensidade que é amado. Não fiquem indignados. A Luciana Genro não estourou uma champanha comemorando o ataque às Torres Gêmeas? Vocês agem da mesma forma. É da natureza humana. Ou seria desumana? Deixa o povo falar.
A última mensagem de Lula antes do câncer.
sábado, 29 de outubro de 2011 às 14:18:00
E abaixo a mensagem da presidente Dilma Rousseff, emitida agora:
Em meu nome e de todos os integrantes do governo, junto-me neste momento ao carinho e à torcida de todo o povo brasileiro pela rápida recuperação do presidente Lula.
Graças aos exames preventivos, a descoberta do tumor foi feita em estágio que permite seu tratamento e cura. Como todos sabem, passei pelo mesmo tipo de tratamento, com a competente equipe médica do Hospital Sírio Libanês, que me levou à recuperação total. Tenho certeza de que acontecerá o mesmo com o presidente Lula.
O presidente Lula é um líder, um símbolo e um exemplo para todos nós. Tenho certeza de que, com sua força, determinação e capacidade de superação de adversidades de todo o tipo, vai vencer mais esse desafio. Contará também, para isso, com o apoio e a força de D.Mariza.
Como Presidenta da República e ex-ministra do presidente Lula, mas, sobretudo, como sua amiga, companheira, irmã e admiradora, estarei a seu lado com meu apoio e amizade para acompanhar a superação de mais esse obstáculo.
Dilma Rousseff - Presidenta da República
Médicos vão " buscar preservar" voz de Lula. Depois "vão avaliar caminho a seguir".
às 13:39:00
O tratamento ao qual será submetido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscará preservar os orgãos afetados pela doença (supraglote, glote e subglote), segundo o oncologista Artur Katz, um dos médicos que assina o boletim do Sírio Libanês. Katz falou ao O GLOBO enquanto trabalhava nos exames do ex-presidente.
- O tratamento tem caráter curativo e não deve afetar a voz do ex-presidente - disse o médico. Segundo ele, a quimioterapia, realizada em três ciclos, será o primeiro passo do tratamento. - Depois vamos avaliar qual caminho seguir. Ainda de acordo com o médico, o tumor do Lula é um carcinoma epidermoide. Segundo a Associação Médica Brasileira, o carcinoma é um câncer de origem epitelial, tecido que reveste cavidades internas de determinado órgão. Este tipo de tumor representa 90% de todos os tumores malignos da faringe. Katz disse que a doença foi diagnosticada hoje e que o estado de saúde do presidente é "bom".(O Globo)
Lula está com câncer na garganta. Chances de cura são 68%.
às 11:46:00
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi diagnosticado com tumor na laringe, segundo boletim médico divulgado na manhã deste sábado pelo Hospital Sírio-Libanês. Lula terá de fazer tratamento com sessões de quimioterapia. A doença foi confirmada após avaliação multidisciplinar. Ainda segundo boletim, Lula encontra-se bem e deverá realizaro tratamento em caráter ambulatorial. A equipe médica que o acompanha é formada por Roberto Kalil, Paulo Hoff, Artur Katz, luiz Paulo Kowalski, Giberto Castro e Rubens V. de Brito Neto.
Abaixo, íntegra do boletim:
"O ex-Presidente da República, Sr. Luís Inácio Lula da Silva realizou exames no dia de hoje no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, tendo sido diagnosticado um tumor localizado de laringe. Após avaliação multidisciplinar, foi definido tratamento inicial com quimioterapia, que será iniciado nos próximos dias. O paciente encontra-se bem e deverá realizar o tratamento em caráter ambulatorial. A equipe médica que assiste o Ex-Presidente é coordenada pelos Profs. Drs. Roberto Kalil Filho, Paulo Hoff, Artur Katz, Luiz Paulo Kowalski, Gilberto Castro e Rubens V. de Brito Neto".(O Globo)
Veja como é o câncer de laringe:
As neoplasias de laringe são 2% das neoplasias malignas do Brasil com oito mil casos novos por ano. Compreendem 3,8% das neoplasias malignas no homem e 0,6% nas mulheres, correspondendo a três mil mortes por ano. A doença é predominante na idade entre 50 a 70 anos e representam 20% dos casos de câncer de cabeça e pescoço. O tipo histológico mais prevalente é o carcinoma epidermóide em mais de 90% dos pacientes com câncer de laringe. O local mais freqüente de neoplasia maligna na laringe é na glote, seguido da supraglote, com 25% de freqüência aproximada e, por último, a subglote, com menos de 4% de freqüência. O câncer de laringe tem origem na prega vocal em, aproximadamente, 75% das vezes. Quando conduzido adequadamente, é considerado como um dos processos neoplasicos malignos de maior chance de cura, com taxa de 68%. Rouquidão que persiste por mais de duas semanas é um forte sinal para que o paciente e o médico façam avaliação das pregas vocais para o diagnóstico apropriado, especialmente em pacientes tabagistas e/ou etilistas.
Fatores de risco
Vários fatores de risco têm sido associados ao desenvolvimento de câncer de laringe, especialmente, tabaco, álcool, exposição ocupacional e radiação. Alguns outros fatores estão relacionados, porém, não bem estabelecidos, como infecções por papiloma vírus e tipo de nutrição.
Fumo e álcool
O câncer de laringe é extremamente raro em não-fumante. O risco é proporcional ao número de cigarros fumado por dia e o risco de adquirir câncer de laringe pode ter um “odds ratio” de 13,2 vezes maior em fumantes do que em não-fumantes Foi considerado um risco de 4,4 vezes maior de câncer de laringe para quem fuma meio maço por dia e até 10,4 para quem fuma dois maços por dia. Foi estabelecida uma relação nítida entre o câncer de laringe e o álcool, com o dobro de risco para os etilistas. Também ocorre um sinergismo entre o álcool e o fumo, aumentando o risco de desenvolvimento de câncer de laringe.
Ocupação
Há algumas atividades de risco para o câncer de laringe, dentre elas estão aquelas onde ocorre exposição ao níquel, gás mostarda, granjeiro, marceneiro e maquinistas. Desde 1970, a exposição a asbesto tem sido considerada como fator de risco, inclusive por meio de estudos de caso-controle. Exposição a ácido sulfúrico pode ocasionar, também, câncer de laringe, assim como trabalhadores expostos à cimento e à madeira.
Nutrição e dieta
Estudos caso-controle indicaram que alto consumo de alimentos salgados e gordurosos são associados com câncer de laringe. Por outro lado, consumo de legumes e vegetais in natura, frutas, tem efeito protetor em outros estudos caso controle.
Vírus
HPV tipos 16,18 e 33 podem estar relacionados com câncer de laringe, porém, após estudos grupo controle, sem tabagismo ou etilismo, não houve diferença estatisticamente significativa.
Refluxo gastroesofágico
Um estudo caso controlado, com controle de idade, gênero e tabagismo, demonstrou um aumento significativo de câncer de laringe em pacientes com RGE, mas uma metanálise de 18 artigos mostrou pouco suporte a esse possível fator etiológico.
Genético
Estudo brasileiro caso-controle, mostrou um alto risco de carcinoma epidermóide entre indivíduos com parentes de primeiro grau com câncer de via aerodigestiva superior.
Fonte: www.fcm.unicamp.br
A USP é a UNB amanhã.
às 09:18:00
“Os policiais não são trabaliadores, são o braço armado$ dos exploradores”. A foto do cartaz com erros de português – ao lado de rapazes com o tronco à mostra e os rostos cobertos por camisetas – poderia ter sido tirada em alguma rebelião da Febem. Não foi. Quem aparece nas imagens são estudantes da Universidade de São Paulo (USP), uma das 100 melhores instituições de ensino superior do mundo. As cenas de fúria do bando de jovens se atracando com policiais militares e os gritos de “fora a imprensa golpista” berrados da janela do prédio transformado em bunker da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), poderiam ter sido pinçadas de um documentário sobre as manifestações estudantis contra a ditadura militar. Não foram – embora os manifestantes pareçam decididos a acreditar que continuam estacionados em 1968.
Ao mesmo tempo em que o retrocesso pairava sobre a USP, a Universidade de Brasília (UnB) dava um exemplo de evolução. Nesta quinta-feira, a Aliança pela Liberdade, única chapa que não era composta por militantes profissionais, alimentados com recursos de partidos políticos, venceu a eleição para o Diretório Central dos Estudantes (DCE). As propostas da nova diretoria passam longe da reforma agrária, da destruição do capitalismo global ou da defesa de Fidel Castro. Suas bandeiras são o aumento da segurança, o incentivo a parcerias com fundações privadas e a melhoria na gestão da burocrática instituição de ensino. Leia mais no site da Veja.
Bomba-relógio no colo de Haddad, o Exterminador do ENEM.
às 09:12:00
O Inep tem até 13h45min de segunda-feira para se manifestar sobre o pedido de anulação total ou parcial das provas do Enem feito pelo Ministério Público Federal no Ceará. O prazo foi dado nesta sexta-feira pelo juiz da 1.ª Vara da Justiça Federal local, Luís Praxedes Vieira da Silva. Uma equipe do MEC chega a Fortaleza no domingo para contestar o pedido do MPF. Vieira da Silva prometeu dar sua posição sobre o caso na própria segunda. O pedido de anulação foi feito procurador da República Oscar Costa Filho, por meio de uma ação civil pública. Nela, Costa Filho pede a anulação total das provas do Exame. Mas também aponta uma segunda opção que seria a anulação apenas das 13 questões que vazaram para alunos do Colégio Christus, de Fortaleza. Embora o procurador fale em 13 questões, o MEC já admitiu que os estudantes tiveram acesso a 14 itens da prova.
Ao contrário do que o MEC anunciou, que fará uma nova aplicação do Enem somente para alunos do Christus, Costa Filho disse que o ideal seria a anulação do exame, total ou parcial, no País inteiro. "O concurso é nacional. A quebra da igualdade foi para todos. Vão fazer exame de DNA para saber quem teve ou não acesso às questões vazadas?", ironizou. Segundo o procurador, obrigar apenas os alunos do Christus a refazer o Enem é puni-los antecipadamente por algo que ainda está sendo investigado. "É preciso corrigir no plano onde houve a contaminação. Do contrário, estão apenas elegendo bodes expiatórios." ( Do Estadão)
Haddad, o Exterminador do ENEM, anda fazendo campanha em horário de trabalho. Nada mais petista.
às 09:09:00
Em plena crise, a terceira, o Exterminador do ENEM, Fernando Haddad, correu para debaixo da asa do Lula e, depois, foi fazer reunião fechada com apoiadores à sua candidatura à prefeitura de São Paulo.
Pré-candidato do PT à Prefeitura, Fernando Haddad ficou irritado ontem ao ser perguntado se não estava em atividade partidária durante o expediente de ministro da Educação. O questionamento foi feito quando ele participava de uma reunião do mandato do vereador Ítalo Cardoso, líder do PT na Câmara Municipal.Ontem foi feriado dos servidores públicos, mas o Executivo transferiu o ponto facultativo para o dia 14, uma segunda-feira, fazendo a ponte do fim de semana com o Dia da Proclamação da República. Haddad negou que tivesse tirado o dia de folga e disse que despachou de São Paulo. 'O feriado foi transferido, Eu tinha uma gravação hoje que não tive como remarcar e, por isso, fiquei', justificou o ministro.
Haddad viajou para São Paulo na quinta-feira, para a festa de aniversário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal defensor de sua candidatura a prefeito. A gravação da manhã de ontem, segundo Haddad, era do PT, mas não teria relação com sua candidatura. 'Gravei até as 9 horas e fui trabalhar. Depois vim para cá (Câmara)', disse. Questionado sobre onde estaria trabalhando, ele afirmou que despacha de sua casa e da Unifesp, na zona sul, e ofereceu o celular para mostrar as ligações. 'Como eu trabalhei sábado e domingo em Brasília, que são dias de folga, eu tirei a manhã de hoje para fazer a gravação.' A assessoria de imprensa do MEC afirmou que 'em nenhum momento Haddad se ausentou de suas funções como ministro' e que 'comandou todo o processo de defesa do Enem durante o dia de ontem por telefone'. ( Do Estadão)
E o PT aparelhou o carnaval.
às 08:54:00
O Carnaval 2012 promete colocar em lados opostos o ex-presidente Lula e sua sucessora Dilma Rousseff.Há meses, a Gaviões da Fiel anunciou que o ex-presidente é inspiração para o enredo que levará ao Anhembi no ano que vem: "Verás que o filho fiel não foge à luta _ Lula, o retrato de uma nação". Dilma, por sua vez, será homenageada pela atual campeã do Carnaval de São Paulo, a Vai Vai, que tem o enredo "Mulheres que Brilham _ A força feminina no progresso social e cultural do país". É certo que a deferência à presidente é menos direta do que a feita a Lula pela escola corintiana. Mas a letra da Vai Vai não deixa dúvidas de que Dilma também conquistou os corações sambistas. "Senhora da vida/guerreiras na lida/hoje és presidente e me rendo a teus pés/pra sempre te amarei mulher", diz o samba da escola do bairro do Bixiga.
Integrantes da Vai Vai esperam que a presidente deixe de lado o estilo reservado e participe do desfile, marcado para o dia 17 de fevereiro. Esta seria uma chance de Dilma participar da festa paulistana. No ano passado, já em campanha, a presidente assistiu ao desfile das escolas de samba do Rio e fez aparições nos carnavais de Recife e Salvador. Neste ano, preferiu descansar no litoral do Rio Grande do Norte. Já Lula será a estrela do Anhembi na noite seguinte. A Gaviões só escolheu o samba no dia 8 deste mês. Foi a última escola a definir a canção, que faz referências à vida do ex-presidente, lembrando a origem nordestina, a luta operária e o enfrentamento ao governo militar. E chama de "nova era" o combate à desigualdade. O peculiar é que a festa ocorre num Estado governado há 16 anos por tucanos. ( Da Folha de São Paulo)