FELIZ 2009! Para ler ouvindo.


Poderia ser o poema do Drummond: "para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser." O artigo do Gustavo Corção: "porque na verdade fingidor não é só o poeta, nem é ele que quase merece este título como definição de seu absurdo modo de ser, não; fingidor é o mundo inteiro. Finge tão ruidosamente que chega a fingir que espera do Ano Novo o que ainda já dos dias só desespera." A frase do Rubem Braga, como é mesmo? " Desejo a todos um ano novo de muitas virtudes e alguns pecados suaves e bem aproveitados." Por que é tão difícil falar do futuro, que é ao que nos remete um Novo Ano, sem que soe assim meio engraçado, entre o sincero e o educado, entre o chavão e a frase criativa, entre a emoção e a formalidade? Nós que aqui estamos, que aqui nos conhecemos mesmo desconhecidos, anônimos viajantes, para onde vamos, quem somos? Amigos? Irmãos virtuais? Ilustres passageiros? O mapa ao lado mostra um avião - "vai meu irmão, pega este avião, você tem razão..."- que cruza o mundo, um mundo cheio de pontinhos que representam gente que aqui se encontra durante um ano inteiro para quê? Para um mundo melhor! Então, o que de mais bonito encontrei para abraçar a todos e todas vocês é que "nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia..." Que 2009 venha em ondas de felicidade para todos nós.

Sydney, 2009.


O primeiro comício do terceiro mandato.

Lula disse tantas asneiras em seu discurso de ontem, desde a jumenta desgraçada que lhe mordeu a barriga até pedir uma salva de palmas pela paz entre árabes e judeus, que o trecho abaixo passou batido:

" Companheiros, eu tenho dois assuntos a tratar com vocês. Eu nunca imaginei fazer comício no dia 30 de dezembro. Eu acho que o nosso espírito agora está pensando em chegar ao final do ano, passar com a nossa família, quem bebe estoura um champanhe, quem não bebe festeja o champanhe estourado pelo outro. Mas eu não poderia deixar de vir aqui cumprir este último compromisso com meu companheiro João Paulo. Ele diz sempre que é uma questão de demarcação do campo de classe, mas o meu orgulho..."
Para quem tinha alguma dúvida que Lula está em plena campanha eleitoral, usando o poste apenas para reforçar a sua luz, a frase é reveladora. Ontem Lula não inaugurou um monumento a si mesmo. Ontem Lula lançou, oficialmente, a campanha para o terceiro mandato. Em Pernambuco, sua terra natal, onde tem popularidade recorde.

De vilão a mocinho.

O dólar, que havia deixado de ser investimento, termina o ano com valorização de 31,34% diante do real, a primeira registrada no governo Lula. A moeda norte-americana encerrou 2008 cotada a R$ 2,334. Ontem, o dólar caiu 3,35%, em decorrência dos ajustes de fim de ano feitos por tesourarias de bancos e empresas. Mas encerrou dezembro ainda com alta acumulada, de 0,82%. Os especuladores que perceberam antes a oportunidade tiveram grandes lucros. Já empresas de ponta como a Sadia, Aracruz, Votorantim, foram pegas com as calças na mão na especulação com derivativos e comprometeram a sua saúde financeira por uns bons anos.

De estrela à vilã.

O ano de 2008 foi o pior da Bovespa em mais de três décadas, para desespero dos estreantes no mercado acionário: desde 1972 a Bolsa não sofria perdas tão elevadas quanto os 41,22% registrados neste ano que se encerra. Além disso, foi o segundo pior ano para o índice Ibovespa desde sua criação, em 1968, como demonstra levantamento realizado pela Economática. Desde 2002 a Bolsa de Valores de São Paulo não fechava o ano no vermelho. Investidores de primeira viagem acompanharam, desesperados, Petrobras e Vale desabarem levando junto as suas economias.

Renan: ele manda, não pede.

Uma ofensiva junto aos governadores peemedebistas, capitaneada pelo senador José Sarney (PMDB-AP), garantiu o apoio da maioria dos senadores do partido ao nome de Renan Calheiros (PMDB-AL) para o cargo de líder da legenda em 2009, exatos 14 meses depois do parlamentar alagoano ter renunciado à presidência do Senado em meio a denúncias de corrupção. A liderança faz parte do pacote com que a cúpula peemedebista e o Planalto trabalham para evitar disputa entre o PT e o PMDB na sucessão do Senado. Leia mais aqui.

Contra-inteligência.

Da Folha:

O ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Felix, criticou ontem a decisão da Justiça brasileira de pedir ajuda aos Estados Unidos para quebrar senhas de discos rígidos de computadores do banqueiro Daniel Dantas apreendidos pela Polícia Federal durante a Operação Satiagraha."Ninguém acha estranho que o FBI [a polícia federal dos EUA] ou a CIA tomem conhecimento de uma coisa que a Abin não pode. Não dá para entender. A Abin não pode compartilhar aquilo que a PF apura, mas mandam para o FBI ou para CIA?", disse o general à Folha.O conteúdo dos computadores permanece uma incógnita porque a PF não conseguiu quebrar o sistema de criptografia que protege os HDs. Na semana passada, o juiz da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Fausto De Sanctis -o mesmo que condenou Dantas-, autorizou a remessa dos discos rígidos aos EUA. Caberá ao governo norte-americano definir qual órgão cuidará do assunto.Além da indignação com a remessa de dados de Dantas aos órgãos de inteligência dos EUA, o general reafirmou a necessidade de parceria entre PF e Abin. "Não só pode, como é uma obrigação legal trabalhar junto", argumentou Felix, um dia depois da exoneração do diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda, por ter cedido mais de 60 agentes para, entre outras funções, analisar grampos.O general não apenas defendeu a parceria entre as duas instituições brasileiras, como anunciou que o processo de reestruturação da Abin continua. "Agora a idéia é mexer mais um pouco na legislação que regula a atividade." Na lista de mudanças, está um pleito antigo da instituição: licença para grampear.A Abin é proibida por lei de fazer escutas e, por isso, é alvo de inquérito da PF que apura o suposto grampo com o diálogo entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Suspeita-se que um agente da Abin vazou a transcrição da conversa.Mesmo diante da polêmica, o general é a favor da mudança na lei para permitir à agência fazer escutas com autorização judicial. "Hoje é uma ferramenta importante, não só a escuta telefônica como a escuta ambiental. Agora, quem tem que decidir é quem faz as leis, é o Congresso", afirmou.
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O nosso caro "general melancia" executa a primeira ação de contra-inteligência, após a promoção de Paulo Lacerda, ex-diretor geral da ABIN. Dá munição para a defesa de Daniel Dantas, rebelando-se contra a decisão do juiz De Sanctis de autorizar que os HDs do banqueiro sejam decifrados pelo FBI, solicitação feita pela PF sem a participação da ABIN, que será a última a saber. Ao mesmo tempo, defende os seus arapongas, dizendo que PF e ABIN devem trabalhar juntas, que a lei deve ser mudada para permitir que isso seja feito, claramente. Por fim, o general quer uma lei que dê à ABIN o direito de grampear, mas ressalta que esta é uma decisão do Congresso, desconsiderando uma possível inconstitucionalidade que acabaria no STF. Pura contra-inteligência no sentido estrito do termo. Sobre a demissão-promoção de Paulo Lacerda, o assunto do dia, não deu um pio.

Lula: coming soon.

Do Painel da Folha:

Ação! O diretor Fábio Barreto começará a rodar em 20 de janeiro seu filme sobre a vida de Lula. As primeiras tomadas serão feitas em Caetés, ex-distrito de Garanhuns onde o presidente nasceu.
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Um dia alguém ainda vai fazer a conta de quanto a Famiglia Barreto recebeu de dinheiro do estado brasileiro para fazer cinema. Já sobre o filme, poderia ter um pouco de todos os gêneros, mas com certeza o que deveria predominar seria o policial.

Enquete encerrada.

QUAL O PERFIL IDEAL DE UM “PRIMEIRO-DAMO” PARA SER O COMPANHEIRO DA CANDIDATA DILMA ROUSSEFF, SE ELA FOR ELEITA PRESIDENTE? A nossa enquete está finalizada. Com 30% dos votos, o escolhido é " alguém como o Shrek", por motivos óbvios. Em segundo lugar, com 15% dos votos o blog sugeriu "um militante escolhido pelo PT, em convenção", tecnicamente empatado com "um fabricante de cofres", que alcançou 14% das preferências. O Coturno Noturno, no dia em que a desgraçada da jumenta do Lula foi destaque, espera ter contribuído para tão importante decisão da sucessora. Sucessora do Lula, não da jumenta.

Chile deve ter presidente de centro-direita.

O empresário bilionário de centro-direita Sebastián Piñera confirmou sua liderança na preferência do eleitorado na disputa pela presidência do Chile, que ocorrerá ano que vem. O ex-presidente Eduardo Frei é o melhor colocado entre os candidatos da situação, revelou uma pesquisa na terça-feira. Na pesquisa do Centro de Estudos Públicos (CEP), uma entidade privada, Piñera conseguiu 41 por cento das intenções de voto, o que não bastaria para vencer o pleito no primeiro turno. Frei teria 31 por cento dos votos, e atrás dele está seu adversário pela candidatura da situação, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza. Piñera, que é sócio da companhia aérea LAN, de um canal de televisão e da sociedade que administra o time de futebol Colo Colo, vem liderando todas as pesquisas de opinião deste ano, o que poderia significar o fim de quatro governos consecutivos da coalizão de centro-esquerda Concertación. Leia mais aqui.

Lula, umas e outras (2).

Lula também falou da desgraçada da jumenta, no seu último discurso de 2008:

Mas a obra mais importante que nós vamos ver é o Canal do São Francisco, esse canal que Dom Pedro, em 1847, tentou resolver o problema da seca no Nordeste, pois não deixaram ele fazer a transposição. De lá para cá, todos os governos se amofinaram. Eu falei: nós vamos fazer essa obra. Sabem por que? Porque uma vez eu fui buscar água numa jumenta que minha mãe tinha, estávamos eu e Maria baixinha, ela sempre foi baixinha assim. Não é que a desgraçada da jumenta deu uma queda na gente e começou a morder a minha barriga? E você tinha que encher o pote d’água, colocar no balaio para trazer para casa, rapaz. Um padrinho meu, padrinho não, um homem que se chamava Padrinho Quezinho – eu lembro os nomes ainda – pegou essa jumenta, deu um corte nela aqui, e ela me largou. Já pensou o Lulinha ser comido por uma jumenta? Vocês não me teriam agora de Presidente, falando, quando todo mundo quer estar almoçando a essa hora.

Lula, umas e outras(1)

Hoje Lula fez o que esperamos seja o último discurso do ano. Explicou a crise no Oriente Médio:

Agora, eu queria terminar dizendo uma coisa para vocês, para ir embora e deixar vocês em paz: vocês estão acompanhando pela televisão os ataques lá no Oriente Médio. Uma organização palestina chamada Hamas, que ataca com bombas do lado de Israel, e Israel, com muito mais poderio, que ataca com bombas do lado palestino. Eu acabei de ligar para o ministro Celso Amorim e pedi para ele conversar com o Primeiro-Ministro da França para ver se a gente consegue convocar uma reunião de emergência para a gente tentar discutir isso, porque o que está provado é que a ONU não tem coragem de tomar uma decisão, de colocar paz naquilo lá. E não tem coragem porque os Estados Unidos têm o poder de veto e, portanto, as coisas não acontecem.Há duas explicações que a gente pode analisar, de longe, do conflito. É verdade que o Hamas é um grupo muito radical, mesmo contra a Autoridade Palestina, mas é verdade também que o potencial armamentista de Israel, perto dos palestinos, é como se um estivesse com um palito de fósforo e o outro com uma bomba, é muito maior.Portanto, o que está acontecendo ali? Tem eleição este ano, no próximo ano, e eu temo que as pessoas, com a pesquisa na mão, achando que devem atacar, fazem o que o presidente Bush fez na guerra do Iraque. Ele tinha a pesquisa, porque o povo americano era favorável, então resolveu fazer a guerra do Iraque para ganhar a eleição no segundo mandato. Acontece que violência gera violência, não vai fazer um (incompreensível) de paz.Então eu não vou fazer um apelo daqui porque eles não conseguem ver a nossa televisão lá em Israel e nem na Palestina. Mas eu penso que nós, do Brasil, vamos trabalhar para a gente fazer um esforço muito grande junto aos outros países, para ver se a gente encontra um jeito daquele povo parar de se matar, daquele povo parar de se violentar. Também não pode apenas os Estados Unidos ficarem negociando, porque eles já provaram que não dá certo. Então, se alguém está fazendo essa guerra por conta de eleição, é um erro. Agora, também pode ser o seguinte: o presidente Bush está saindo no dia 20. Quem sabe o ministro da Defesa de Israel falou: “Deixa eu fazer logo o que tenho que fazer, antes do Obama vir, porque o Obama pode não querer que eu faça isso”. Ou seja, também é uma coisa que não é correta.Como o Brasil vive com a comunidade judaica em paz, com a comunidade árabe em paz, eu acho que nós poderíamos fazer um apelo para que Israel, os palestinos, construíssem a paz definitivamente, porque o mundo precisa de paz. Um país se constrói na paz. Então eu queria, Eduardo, que a gente aqui, carinhosamente, batesse palmas bem forte pela paz no Oriente Médio, para que tanto árabes quanto judeus possam ouvir o nosso apelo de paz neste final de ano.

Semestre vermelho.

As expectativas da indústria para os próximos meses atingiram o pior nível de todos os anos, aponta a Sondagem Conjuntural da Indústria da Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador "situação dos negócios para os próximos seis meses", um dos itens que compõe o Índice de Confiança da Indústria (ICI), chegou aos 87,7 pontos, o pior desde o início da coleta desse dado, em 1995.Os trabalhadores são os que mais têm motivos para se preocupar no início do próximo ano. A má notícia está relacionada ao indicador "emprego previsto", que encerrou o mês em 83 pontos, o pior desde abril de 1999, quando atingiu 81 pontos. Do total de empresários consultados, quase um terço (32,5%) prevê demissões nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Há apenas seis meses, em junho, a tendência era exatamente inversa - 35,7% dos empresários previam contratações. Leia mais aqui.

Internet no USA.

Depois de alavancar sua campanha lançando mão de vários recursos participativos da internet para conquistar eleitores, o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, poderá usá-los novamente para facilitar seu futuro governo. É o que aponta um estudo lançado nesta terça-feira pelo instituto de pesquisas Pew Research Center for People and the Press. A pesquisa indica que Obama poderá aproveitar a enorme rede social que criou em seu site de campanha para pressionar os parlamentares americanos em favor de suas medidas. A lista de e-mails de Obama, por exemplo, tem 13 milhões de pessoas inscritas. Durante a campanha, eles arrecadaram US$ 500 milhões para o candidato democrata e criaram 2 milhões de perfis no site MyBarackObama.com. Essa enorme comunidade poderia ser mobilizada durante a votação de um projeto de lei, por exemplo. Leia mais aqui.

Internet em Cuba.

Acabo de falar com um cubano que chamarei de Yago. Ele informa que a internet, há cerca de sete meses, está liberada em Cuba, inclusive para ser instalada em casa. O custo, no entanto, é elevadíssimo e poucas pessoas têm condições para pagar. Com a liberação do uso de hotéis pelos cubanos, é hábito os mesmos procurarem as lan houses montadas dentro dos próprios estabelecimentos para enviar e-mails e fazer contato com parentes em outros países. Quando ele está lá, em férias, usa o Hyatt para seus contatos via internet. Yago está no Brasil com visto de trabalho. Ganha cerca de U$ 150 mil por ano e manda dinheiro para a família. Comunica-se com a mesma via celular. Obviamente, não posso revelar a sua identidade. Creio que esta informação pode explicar um pouco o fenômeno dos blogs em Cuba, entre os quais o Generación Y.

Uma estátua para Lula.

Olhando o monumento abaixo, que mostra a família de Lula vindo para São Paulo, é de se ficar pensando como poderia ser uma estátua a ser construída pelo seu protegido, prefeito Luiz Marinho(PT), que representasse o nosso presidente em São Bernardo do Campo, onde cresceu e apareceu? Mande sua sugestão.

Lula inaugura monumento à sua família.

A família de Lula virou um monumento no Parque Dona Lindu.

Do Diário de Pernambuco

Em meio a protestos dos moradores da região, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou o Parque Dona Lindu, em Boa Viagem. O presidente foi duro com a oposição e disse que a obra só foi questionada porque era em homenagem a uma retirante – sua mãe Eurídece Ferreira de Melo, conhecida como Dona Lindu.“A doença mais grave de todas é o preconceito”, acusou Lula. “Se ao invés de uma mulher retirante e seus filhos, colocassem uma aristocrata pernambucana, não teria havido protesto”, concluiu. O presidente também aproveitou seu discurso para responder às pessoas que dizem que o parque não tem área verde. “Sei que tem gente que fez protesto dizendo que aqui não tem árvore. A gente vai plantar, mas seria bom que quem diz isso pegasse um pouco do seu dinheiro e plantasse uma árvore também”, provocou. Lula falou ainda que o povo precisa de um Dona Lndu. “Este parque terá tudo o que o povo precisa. Quem mora em um apartamento em Boa Viagem, não precisa de nada porque já tem todo o conforto, mas o povo precisa de uma estrutura como esta”, finalizou.
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O governador petista de Pernambuco, João Paulo, aproveitou o evento para atacar os adversários do parque: “Tudo isto aqui teve a resistência de uma direita conservadora que não se reciclou para democracia que vivemos, mas, pela vontade do presidente e do nosso governo conquistamos este parque a partir de muita polêmica, luta, garra e determinação”, declarou. Em seguida, João Paulo lembrou dos percalços que a obra sofreu, com embargos que atrasaram a conclusão – prevista para dezembro e atrasada para março de 2009. Mais uma vez, João Paulo culpou a oposição. “Foram oito ações na Justiça, vindas de uma direita atrasada, que teve a ousadia de questionar uma obra de Oscar Niemeyer, enquanto o júri internacional o reconhece como um dos maiores gênios vivos do mundo”, alfinetou.

Por relevantes serviços prestados.

A exoneração do delegado Paulo Lacerda, da direção-geral da Abin (Agência brasileira de Inteligência), e sua posterior nomeação para um cargo criado especialmente para ele em Portugal terão atenção especial da oposição na CPI das Escutas Telefônicas. O objetivo é confrontar informações, com base em investigações, e indicar que Lacerda foi compensado com a função no exterior por sua eficiência e obediência a ordens superiores. Leia mais aqui.

2010 sem Lula.

Do El País, analisando as opções de Lula após 2010:

"Ao mesmo tempo, (Dilma Rousseff) não é a candidata que queria seu partido(de Lula), o PT, já que a ministra tem pouca vivência na sua estrutura, nunca teve um cargo nele e é vista muito mais como uma tecnocrata. E sobretudo, Rousseff carece de carisma pessoal. Para mudar este último inconveniente, seus assessores de imagem já começaram a trabalhar: tiraram os seus óculos, substituindo-os por lentes de contato, mudaram a cor dos seus cabelos e nestes dias foi submetida a uma cirurgia plástica."

Leia aqui a matéria em espanhol.

Paredón virtual.

De vez em quando, postam aqui acusações contra o Blog Generación Y. Ele seria, na verdade, um instrumento de propaganda da ditadura cubana, consentido para alardear uma falsa liberdade de expressão inexistente na ilha-prisão. Os acusadores promovem um verdadeiro julgamento virtual que nunca se completa com provas de culpabilidade, mas que julga e condena sem direito de defesa. "Como Yoani, a blogueira, consegue tantas facilidades de acesso, onde a internet é proibida?" "Como possui o último modelo de notebook?" "Por que tem recebido tantos prêmios internacionais?" Não revelam que a blogueira não foi autorizada a sair do país para receber qualquer um deles. Ou que tem sido frequentemente chamada a responder interrogatórios diante da polícia cubana. Ou, ainda, que o seu Blog só não foi fechado e proibido em função do sucesso e da grande repercussão internacional que alcançou. Os detratores do trabalho desta jovem blogueira cubana deveriam ler o post intitulado Red Ciudadana , publicado em julho de 2008, para entender um pouco mais sobre a Cuba de hoje. Colocar Yoani Sanchez no paredón virtual não é diferente dos fuzilamentos sumários que são a marca registrada da revolução cubana.

Caixa dois na Grampolândia.

Do Estadão:

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) formalizou ontem perante o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pedido de "providências necessárias à elucidação da divergência de dados" sobre o total de grampos telefônicos autorizados judicialmente.Cézar Britto, presidente nacional da entidade - com assento constitucional no órgão de controle do Judiciário -, quer saber qual informação é correta: a que foi divulgada pelo próprio CNJ (11.486 linhas sob monitoramento) ou a das operadoras de telefonia (225 mil interceptações no País, em 2008).No documento que enviou ao ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal e do CNJ, o advogado sugere que o conselho encaminhe ofícios às companhias para que informem a quantidade exata de determinações judiciais que dão respaldo aos procedimentos de escuta.O CNJ informou que, desde outubro, caiu em 30% o número de grampos solicitados por autoridades policiais e autorizados pela Justiça.

Chefe da quadrilha quer anistia.

Acusado de ser o chefe da quadrilha do mensalão, pelo procurador geral da República, José Dirceu quer anistia. De novo. Quer ser reincidente em anistia. Deu entrevista ao Estadão, onde afirma, entre outras coisas: " Sou o José Dirceu e na medida em que represento uma parte da história da esquerda brasileira, da luta contra a ditadura, da resistência armada, da luta na clandestinidade, uma parte da construção do PT, nesse sentido eu tenho uma representatividade para participar da vida política do País e ajudar o PT, o governo e a esquerda." Leia aqui.

Plim plim.

Da coluna de Jânio de Freitas, na Folha:

"A gravação em vídeo da cena apontada como tentativa de suborno dos delegados da Operação Satiagraha, dada como de autoria da Polícia Federal em um restaurante paulistano, ao ser reexaminada na nova investigação do caso, proporcionou uma revelação surpreendente e cômica. Algo como as velhas anedotas de polícia secreta em certo país na beira da Europa.A tentativa, como descrita no inquérito e no processo da operação, envolve quatro pessoas: os delegados Protógenes Queiroz e, como aparente negociador pela PF, Victor Hugo Ferreira; pelo lado de Daniel Dantas, apontado como ofertante de US$ 1 milhão, Humberto Braz, ex-diretor da Brasil Telecom, e Hugo Chicaroni, ambos presos em razão do episódio. A revisão do vídeo, porém, mostrou o inesperado e da maneira mais inesperada: em vez de câmera instalada pela PF, houve um cameraman em ação, nem sequer mencionado nos relatórios e autos.O início verdadeiro do vídeo não é o citado no inquérito, que vem a ser o mesmo exibido, inúmeras vezes, na TV. Como qualquer espectador, os que precisaram examinar o original, em busca de pormenores talvez informativos, esperavam que fosse. O que encontraram foi uma cena também original, mas em outro sentido.Antes do que viria a ser o flagrante do encontro de intermediários e policiais, o cameraman quis testar seu equipamento. E o fez no toalete do restaurante. Em frente ao espelho. Ótimo, equipamento OK -portanto, com a gravação do próprio cameraman refletido no espelho. A confissão atestada de um participante deliberadamente omitido. E até agora identificado como da equipe da TV Globo ou prestador de serviço à TV Globo.Faz parte das investigações sobre a Satiagraha a descoberta (seu valor é apenas interno na PF) de quem e como vazou, para a reportagem da TV Globo, a ida de policiais à casa de Celso Pitta para prendê-lo. Pelo que ficou então, tratou-se do aproveitamento jornalístico de uma informação policial, o que, em condições normais, não implica desvio ético no jornalismo. É claro que constituiu privilégio à Globo, mas quem o concedeu não foi a própria Globo, foi a Polícia Federal. Incorporar-se a uma ação de polícia, no entanto, seja como repórter, fotógrafo ou o que for, é diferente: é agir como polícia, não pior nem melhor do que o jornalista como função, mas em incompatibilidade com o jornalismo."

Demitido pelo interino.

Tarso Genro deixou para o número dois do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, secretário-executivo da pasta, tratar da demissão de Paulo Lacerda, ex-diretor geral da Polícia Federal e ex-diretor geral da ABIN, o guardião dos segredos mais recônditos do governo Lula. Tentaram, assim, transformar a demissão sumária em medida administrativa. E a ida do defenestrado para Portugal em "exílio político amigável". A verdade é que há culpa no cartório e a força de Daniel Dantas é muito maior dentro do Palácio do Planalto do que dentro dos tribunais superiores.

Por onde andas?

Por onde andará Dilma Rousseff e o seu novo rosto? Quanto mistério...

STF:oposição entra contra Fundo Soberano.

Do STF:

Partidos de oposição ajuizaram nesta segunda-feira (29), no Supremo Tribunal Federal (STF), uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4179) contra os artigos 1º e 4º da Medida Provisória 452/08. A intenção dos autores – o Democratas, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o Partido Popular Socialista (PPS) – é impedir o Tesouro de emitir títulos da dívida pública mobiliária federal a serem empregados no Fundo Soberano do Brasil (FSB). Os três partidos argumentam, na ADI, que a Constituição Federal proíbe o presidente da República de editar MP sobre créditos suplementares ou especiais (artigo 167, V) e restringe os extraordinários aos casos urgentes. Além disso, defendem que o repasse ao Fundo deve ser previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias e feito por meio do Orçamento federal, e não por MP, uma vez que o artigo 62 veda edição de MPs para créditos suplementares.De fato, a lei de criação do Fundo (11.887/08), aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República, prevê que os recursos do Tesouro serão repassados caso sejam “consignados no orçamento anual, inclusive aqueles decorrentes da emissão de títulos da dívida pública” (artigo 4º). Ela, inclusive, prevê que as fontes e recursos que o formarão serão provenientes das dotações do orçamento anual (aprovado pelo Congresso), ações de sociedades de economia mista federais e resultados de aplicações financeiras.Na ADI, as três legendas lembram que o Orçamento do governo para 2009 destinou R$ 1 milhão ao Fundo. Leia mais aqui.

Cadê o laudo?

"Vamos esperar. O Paulo Lacerda é um extraordinário profissional brasileiro. Feliz do país que tem um profissional do gabarito dele. Ele foi afastado até para garantir a honradez dele. Quando tiver um laudo que chegar na minha mão, que o Ministério da Justiça me der, eu então tomarei a decisão", disse Lula em entrevista concedida a portais de Internet, em 10 de outubro passado.
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Comentário: Agora o Brasil espera que Lula revele os detalhes do laudo que recebeu do Ministério da Justiça, que deve comprometer inteiramente Paulo Lacerda, na medida em que a decisão de Lula foi pela exoneração e transferência para Portugal, para um posto insignificante e sem nenhuma relevância administrativa ou política. Onde está o laudo do ministro Tarso Genro, Presidente Lula? Qual o seu conteúdo? O que existe neste laudo para que o investigado seja mandado para fora do país? Apareceu a famosa fita do grampo no presidente do STF?

490.000 virgens.

Cerca de 7 mil estudantes basiyies (fiéis aos aiatolás) das universidades de Isfahan, na região central do Irã, alistaram-se para participar de ataques suicidas contra Israel, informou a agência de notícias semi-oficial iraniana Fars. A agência cita um membro do conselho central da Associação dos Estudantes Basiyies (milícias armadas dos Guardiães da Revolução), identificado como Muhamad Zafiri. Que trabalheira, hein profeta? Para cada um destes " mártires" , 70 virgens esperando no Paraíso. 490 mil virgens é um número e tanto nestes tempos de crise. Com todo o respeito, não seria mais fácil parar com o foguetório e sentar para negociar?

Caiu de vez.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou em definitivo Paulo Lacerda do cargo de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Afastado da função desde setembro, com a divulgação da Operação Satiagraha , Lacerda vai trabalhar agora como adido policial da Embaixada Brasileira em Portugal. A nomeação dele para o novo cargo, sem relevância política, foi uma saída "honrosa" de Lacerda de Brasília na avaliação de pessoas próximas do presidente Lula.
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Pelo seu histórico no Brasil, Paulo Lacerda vai se dar bem em Portugal, um país que tem uma longa tradição na área da inteligência. E, com certeza, terá um convívio muito mais amigável com o pessoal do serviço secreto de lá, que também prima pela discrição. Você vai ver, Lacerda. Siga a dica abaixo e tenha uma grande recepção dos colegas e aliados portugueses.
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Ao chegar em Portugal, siga os acordos internacionais. Procure em primeiro lugar o chefe do Serviço Secreto Português. Não vai ser difícil. Ao chegar em Lisboa, pegue um taxi cujo motorista será um sujeito peludo, com a mão peluda e um bigodão. Não se engane. Suba no carrro e mande tocar para qualquer hotel. No caminho, estabeleça o diálogo descrito abaixo - em bom português - que certamente você vai chegar ao seu destino.

Lacerda- Estou à procura um homem de nome Manoel. Será que o senhor o conhece?

Motorista-Raios! Aqui tem muita gente com esse nome. O dono da padaria chama-se Manoel, o dono da farmácia também chama-se Manoel. Conheço três mulheres que são viúvas de homens que se chamavam Manoel. Esse é o nome mais comum aqui em Lisboa. Eu mesmo me chamo Manoel.

O primeiro passo foi dado. Então faça um teste com o motorista, Lacerda: diga de uma maneira bem casual, a frase-senha:

Lacerda- O dia está calmo e as pessoas estão felizes. Há poucos carros nas ruas.

E não se surpreenda se o motorista, um legítimo agente secreto lhe mostrar a carteirinha e responder:

Motorista- Ah! Muito prazer, colega! O senhor é o agente secreto brasileiro, aquele das gravações clandestinas no Brasil! Da Abin! O meu chefe Manuel trabalha na central de espionagem logo ali, naquele edifício onde está escrito lá em cima, ó pá: SERVIÇO SECRETO PORTUGUÊS. Já levo o colega lá!

Inchaço.

Último dia de Lula com agenda carregada e ela não está presente. Na agenda da Casa Civil, nenhum compromisso. Não é só a máquina pública que acaba o ano inchada. Parece que a cara da ministra Dilma Rousseff também. Depois da cirurgia plástica, ninguém mais a viu.

A resposta.

O petralha imbecil que foi ao Blog Generación Y falar bem da ditadura cubana, fato destacado em post de ontem, recebeu a seguinte resposta na área de comentários:

485 - Armelio Pavon dijo: Diciembre 28, 2008 , 10:30

Especial para Eduardo de Guimaraes, desde Brasil, hermano brasileiro desde aqui te saludo y dire como mismo en 1994 le dije a un turista Colombiano que por supuesto estaba de pareja con una de nuestras Jineteras, el muy descarado hablava bien de Fidel y a la su revolucion defendia, en pleno hotel Itabo en Playas del este. Yo le dije:Si es que tanto te gusta porque no te lo llevas para tu pais, hermano, pero luego no te quejes de que por comer te de una libreta, y si hablas mal o simplemente te quejas solo recibiras puros palos, si tratas de sobrevivir y el invento por trabajo escojes a la carcel, digo a un campo de concentracion, no me equivoque al infierno iras a parar, que hay si a cultivar tomates o a picar la dulce graminea te mandan de voluntario como un chino, que pasa si quieres salir y a otros pueblos conocer de seguro la ciudadania pierdes y no te llamaran mas cubano sino gusano, vende patria y mucho mas. Que va querido hermano tu de Lula tienes perspectiva de salir puedes decidir por tu vida en fin eres libre y a nadie perteneces. PERO SI ES QUE TANTO TE GUSTA EL TIRANO LLEVATELO PARA BRASIL PERO LUEGO NO TE QUEJES MI HERMANO.

Lula: Brasil só depende dele mesmo.

" Única e exclusivamente" . Esta foi a expressão que Lula utilizou hoje, no seu último Café com o Presidente, para dizer que o Brasil não depende de mais ninguém para escapar da crise internacional. Tomara que esta seja a última imbecilidade do ano. Porque em termos de bobagens saídas da boca do presidente, este ano de 2008 foi o melhor da história deste país.

Empacadinho.

Da Folha de São Paulo:

Lançado em janeiro de 2007, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) encerra seu segundo ano atingindo 15% da meta global de investimentos públicos e privados previstos até 2010. É a primeira vez que o governo apresenta números consolidados de todos os protagonistas do PAC.Dados do comitê de monitoramento do Gabinete Civil da Presidência da República, obtidos com exclusividade pela Folha, mostram que, nos dois primeiros anos do programa, os investimentos privados e públicos (o que inclui desembolsos da União e das estatais) foram de R$ 98,2 bilhões.A execução do Orçamento da União nos dois últimos anos é a menor parte, R$ 16,9 bilhões em recursos pagos. Nesse valor estão as despesas liquidadas e de restos a pagar de 2007 e 2008 até o dia 31 de novembro. De acordo com o comitê de monitoramento, os gastos com parte das 2.198 ações que integram o PAC foram completados com investimentos de R$ 24 bilhões em projetos de geração e transmissão de energia elétrica e mais R$ 57,3 bilhões nos setores de petróleo e gás.A estimativa revisada de investimentos em obras de infra-estrutura social e urbana, energética e de logística e transporte (os três eixos que formam o PAC) é de R$ 636,2 bilhões no quadriênio 2007-2010.Os números revelam o tamanho do desafio do governo federal para cumprir as metas traçadas para o PAC. E, a despeito da crise e de desconfianças, o governo promete que o PAC deslancha em 2009. Mas a tarefa não é pequena.A partir do dia 1º de janeiro, União, estatais e setor privado terão, para cumprir a meta do programa, de desembolsar o restante dos R$ 538 bilhões, o que vai exigir investimentos diários de R$ 736,98 milhões em todos os 730 dias que restam ao atual presidente até a entrega da faixa ao sucessor.Será tarefa exeqüível? O setor privado, que cobra há tempos do governo mais agilidade na execução do programa, acha que a toada de 15% até agora é o possível -tomada a estrutura do Estado disponível atualmente. "O governo montou um acampamento na Casa Civil para acompanhar o PAC, onde há uma estrutura de primeiro mundo. Mas, nos ministérios onde tudo acontece, da estruturação dos projetos à execução das obras, as condições são precárias. Junte tudo isso e veja o monstro que aparece", disse José Mascarenhas, presidente da Comissão de Infra-Estrutura da CNI (Confederação Nacional da Indústria).A entidade acompanha pari passu a execução orçamentária do governo federal, que é uma parte do PAC. É quase impossível saber o que acontece com a parte do programa sustentada por estatais e empresas privadas que possuem obras no PAC.Segundo o governo, 56% do programa está nas mãos de estatais, como a Petrobras, dona da maior parte, a Eletrobrás, a partir das subsidiárias Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul, e a Valec, entre outras. O setor privado, afirma o governo, é dono de 17% dos investimentos totais de R$ 1,111 trilhão, somados aí os R$ 636,2 bilhões para o quadriênio 2007-2010, mais os R$ 474,9 bilhões de aportes em infra-estrutura previstos para além de 2010. A ONG Contas Abertas também critica essa deficiência nos dados do PAC, afirmando que apenas uma fatia menor do programa pode ser acompanhada. O TCU (Tribunal de Contas da União) já emitiu até um parecer contestando números de desempenho anunciados pelo governo sobre investimentos no programa.
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O papel e o microfone aceitam tudo. O palanque também. Na hora de produzir e de fazer aparece a grande gestora Dilma Rousseff, a mãe do PAC empacadinho, a rainha do power point.

Entrelinhas.

Hoje a Folha de São Paulo publica uma longa entrevista com o procurador da República Rodrigo de Grandis, responsável pela investigação da Satiagraha. As duas primeiras perguntas da entrevista são esclarecedoras:

FOLHA - Como o sr. avalia os desdobramentos da Satiagraha, em que o delegado virou investigado e o juiz Fausto De Sanctis foi representado?
RODRIGO DE GRANDIS - Minha avaliação é específica da investigação sobre crimes financeiros, lavagem de dinheiro e corrupção. O único motivo que posso atribuir a essa movimentação, que não diz respeito propriamente ao processo, é o fato de termos atingido um conjunto de pessoas relativamente populares, como o ex-prefeito Celso Pitta, o empresário Naji Nahas e o banqueiro Daniel Dantas. E, evidentemente, o interesse cresceu por conta de algumas manifestações sobre os procedimentos adotados na Satiagraha, em especial do presidente do Supremo Tribunal Federal [Gilmar Mendes].
FOLHA - Mendes disse que o juiz, a Procuradoria e a PF atuaram como milícia. O sr. concorda?
DE GRANDIS - O que existe é um trabalho institucional, como a lei determina. O inquérito policial ou qualquer outra investigação policial é feita com uma única finalidade: dar provas para que o Ministério Público ofereça uma ação penal. Por isso é natural que o Ministério Público acompanhe o inquérito. Na Satiagraha não foi diferente. O Judiciário foi chamado só nos momentos em que a lei exige essa intervenção, como para autorizar a quebra de sigilo telefônico. Acho indevido falar em qualquer tipo de consórcio. Não houve isso, mas uma articulação que, na minha opinião, é profissional, principalmente diante de crimes complexos.
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A primeira resposta é uma confissão de culpa e comprova a acusação de Gilmar Mendes. O procurador considera que atingiu pessoas populares, em conluio com o delegado e o juiz. Se fosse diferente, teria dito, por exemplo, que "a investigação atingiu um conjunto de pessoas" em vez de " termos atingido um conjunto de pessoas". Ato falho?

Parque o quê?

Amanhã Lula inaugura um lindo parque na bonita praia de Boa Viagem que fica na bela Recife. Projeto de Oscar Niemeyer. O complexo inclui quadra esportiva, rampa de skate, parque infantil, ciclovia e pista de cooper, além de áreas para atividades físicas e convivência de adultos e crianças, um pavilhão para exposições, teatro e restaurante. Para conhecer, assista aqui ao vídeo estrelado por ninguém mais, ninguém menos do que Alceu Valença. A área de 33.000 m2 foi doada pela Aeronáutica. Esperava-se, assim, que o nome do parque homenageasse grandes nomes da aviação brasileira como Santos Dumont, Ricardo Kirk, João Ribeiro de Barros, Newton Braga ou o brigadeiro Eduardo Gomes. Ou que pelo menos reverenciasse um grande pernambucano como José Lins do Rego, Manoel Bandeira, Gilberto Freire ou Luiz Gonzaga. Não, o nome do parque será Dona Lindu, que não fez absolutamente nada pela aviação do país e tampouco pela história de Pernambuco. Dona Lindu era uma senhora analfabeta, pobre, retirante, que junto com os sete filhos, num pau-de-arara, veio embora para São Paulo. Nunca mais voltou ao estado natal. Só que tem um pequeno detalhe: um dos sete filhos chamava-se Luiz Inácio Lula da Silva. De um estado dominado pelo PT e de um presidente como Lula não se poderia exigir lá muitos pruridos éticos no trato de um tema que envolve a coisa pública, dinheiro do povo e respeito à história. Da Aeronáutica, que doou o terreno, desta sim, o Brasil poderia e deveria esperar que não partilhasse de um projeto meramente politiqueiro e que tivesse exigido, na cessão da área, que o parque homenageasse um grande vulto da aviação ou de Pernambuco. Só que esta mesma Aeronáutica concedeu a Medalha de Honra ao Mérito Santos Dumont para a primeira dama Dona Marisa Letícia, pois a considerou uma cidadã brasileira que prestou relevantes serviços à Força Aérea Brasileira, quando todos sabemos que esta senhora jamais mexeu um dedo por nada neste país. Fiquemos, pois, com o Parque Dona Lindu. Já pensou se fosse Parque Dona Marisa Letícia?

Grampos têm queda de 30% nas "vendas".

Do Estadão:

Caiu em 30% o número de grampos telefônicos no País, informou ontem o Conselho Nacional de Justiça (CNJ)Dados atualizados sobre as interceptações no País foram repassados pelas operadoras a Gilmar Mendes. Dados atualizados sobre as interceptações foram comunicados pelas operadoras de telefonia ao ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal e do CNJ. O golpe na cadeia de grampos é uma vitória de Mendes. "Isso mostra que juízes que andavam concedendo indiscriminadamente autorizações para grampos agora estão pensando duas vezes antes de fazê-lo", avalia o criminalista Alberto Zacharias Toron, conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). "Essa medida só deve recair nos casos em que houver estrita necessidade. Do jeito que estava era inaceitável." Leia mais aqui.

Blog cubano é o melhor do mundo.

Para desespero de toda a esquerda e de alguma direita, o Blog Generación Y, da cubana Yoani Sanchez, acaba de ganhar o The BOBs. Saludos!
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Agora vejam a " pérola" que um comentarista brasileiro postou no blog campeão e transcreveu lá no blog do mascate da mão ligeira e peluda:
Enviado por: Eduardo Guimarães

Nassif,postei no blog da moça o seguinte comentário:

“Estimada Yoani.soy brasileño y le escribo desde São Paulo. Ubiqué su blog en el blog de un periodista famoso de Brasil.Veo que usted lucha en contra el regimén de su país y que te molestas por la falta de aparatos electronicos modernos y demás productos que en el capitalismo se puede comprar, pero le quiero contar algunas cosas de los paraísos capitalistas que hacen algunos cubanos pensar que es mejor la vida en un país como el mio.Si, en mi país ud. puede conseguir los coches más ricos que hay, las televisiones, las ropas, las cremas para la piel, todos los bienes caros y sofisticados que pueda imaginar, pero vas a tener que cerrar los ojos a los niños pediendo plata o vendiendo caramelos - o, hasta mismo, sus cuerpos - en las calles, o a las familias que duermen bajo los puentes en un país de 200 millones de personas donde la plata queda en las manos de 5 mil famílias.Si, yo sé que en tu país no se puede hablar o escribir lo que se quiera, pues es un país que, aún que no sepas, tiene el mayor poder de la Tierra queriendo imponer a ustedes su forma de vida. Cuba se encuentra en estado de guerra con el imperio estadunidense. No te olvides, y no creas que su pueblo iba a estar mejor en el capitalismo. Cuando mucho, un grupito de pocos podria disfrutar de las delicias capitalistas.Saludos desde Brasil. “

Ultrapassando os limites.

"Os países-membros do Mercosul manifestam sua preocupação e repúdio à escalada da violência e intimidação na Faixa de Gaza", afirmou um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Paraguai, que exerce a Presidência semestral do bloco.Os membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) "lamentam o trágico saldo de quase 200 mortos" e centenas de feridos "entre a população civil" causado pelo bombardeio israelense em Gaza, iniciado no sábado e que continuou na madrugada deste domingo. O Mercosul não consegue nem mesmo instituir uma tarifa aduaneira única e agora é transformado em bloco político, manifestando-se em nome de países soberanos sobre um assunto tão delicado quanto o conflito de judeus com palestinos. Deixou de ser um bloco econômico? Já a UNASUL com certeza não se manifestará. Lá existe Álvaro Uribe, presidente da Colômbia.

Cuba, duas visões.

Da Folha, onde podem ser lidas as entrevistas completas.

A esquerda fala dos 50 anos da revolução de Cuba:

FOLHA - Mas é uma abertura sem incluir liberdades civis.

DIETERICH - Isso é uma característica desse modelo de modernização. Assim foi na Alemanha, no Japão, na Coréia do Sul. É um partido e um Estado que controlam o poder, não há muita democracia formal. A leitura que faz Cuba da União Soviética é a de que se tentou mudar demasiadas coisas de uma vez e se perdeu o controle. Nesse sentido, eles seguem o modelo chinês, de modernizar uma variável principal, a economia, e não todas ao mesmo tempo. Cuba liberou alguns direitos civis. Raúl disse que é absurdo que os cubanos não pudessem se hospedar em hotéis do país nem ir ao exterior. Ele liberou a compra de eletrônicos. Há abertura em certas liberdades formais, mas controlada. O que eles não cederão antes de mudar o bloqueio americano é o monopólio de poder do partido. O partido único é indiscutível.

Heinz Dieterich é um cientista político alemão, ex-assessor do presidente venezuelano Hugo Chávez.

A direita fala dos 50 anos da ditadura imposta ao povo cubano:

FOLHA - Como a Revolução Cubana chega aos seus 50 anos?

ROGER NORIEGA - É um evento histórico que dura 50 anos contra todas as adversidades. Mas é uma tragédia para o povo cubano. Quando Fidel Castro tomou o poder, ele estava na vanguarda dos movimentos de libertação latinos confrontando ditaduras e regimes não-representativos. Mas hoje o restante da América Latina tem, em grande medida, ampliado a democracia, e as pessoas não tiveram de sacrificar a sua liberdade para ter essa realidade. Cuba, que foi um dos melhores países em termos de alfabetização e riqueza, caiu para níveis de Haiti e Bolívia em termos de bem-estar material.

Roger Noriega foi Subsecretário de Estado dos EUA para a América Latina entre 2003 e 2005.

Eu já sabia.

Hummmmmmm ¬¬

Telegráficas(quase): (LER PRIMEIRO O POST ABAIXO!)

1- Tá vendo,Filó, quando eu digo que...?

2- A questão ali de punir quem dá entrevista, por exemplo,me lembrei do Helenão.Houve muita discussão se feria ou não a disciplina e a hierarquia,também se como militar poderia vocalizar opiniões políticas sobre o governo(qualquer governo?).Na petição teve um militar que fez um comentário dizendo que o general Heleno tinha ferido a hierarquia e que isso era inadmissível sob qualquer pretexto.Tive de deletar mesmo identificado e tudo.Era do Rio,oficial de alta patente.Como a petição era de apoio não deveria ter assinado então, só pra dizer que era contra...

3-De tenetismo em tenentismo, de capitanismo em capitanismo,vamos caindo no abismo.

4- Capitão deveria se lembrar que num passado não muito distante militar nem votava.Agora vota e se isso não é uma baita conquista democrática então ele não sabe o que é democracia.Claro, não é só eleição e voto, mas pra uma insituição que já usou até chibata...Às vezes desconfio que a proibição do voto pra certas categorias não era má idéia...

5- Quem não gosta de regras, disciplina, hierarquia não deve entrar pras FFAA,[né , Filó?] nem nada que imponha com mais ou menos rigor tais condições,como as Polícias.Se o serviço militar ainda é obrigatório por um tempo curto, ficar e fazer carreira não é,capitão.Pode pedir baixa quando quiser.Mas que se anote: mesmo nos EEUU, quem já se achava quites com sua parte de serviço em missões militares foi CONVOCADO para servir no Iraque...Até os que formalizaram desligamento da folha de pagamento,quanto mais os que ficaram recebendo sem estar trabalhando como militar.

6- Convém "escrarecer" ao capitão e demais simpatizantes que a liberdade, a democracia, a amaciada que ele pretende, tanto em pequenos deslizes como não fazer barba e cortar cabelos,fardamento desleixado,ou coisas mais graves como roubar doações pra flagelados ,não existe em exércitos comunistas,não pode nem pensar alto ou baixo, melhor não pensar nada e obedecer.E mexe a cabeça na hora do desfile militar nas ruas pra ver o que acontece!Sugiro que o mandem emprestado por 20 anos pro exército chinês,que leve a família junto,com despesas pagas pelo governo de lá.Ok, concedo que paguemos as passagens só de ida...Ele,com certeza, não sabe que matar um companheiro que roubou um pão ou transou com uma angolana entre uma ação e outra dá bala na cabeça,como defendia o Che.

7-Moura Castro, da revista Veja,quando voltou para o Brasil, escreveu um belo texto sobre Educação no qual dizia que " na família,universidade e FFAA não existe democracia"¹Já anda mudando o tom,é certo,deve ser influência das fontes pagadoras dele aqui,está mais "progressista" no lero pedagógico, editorial inclusive...Mas a frase foi lapidar.(¹)se nem nas universidades deve haver tanta a ponto de voto de aluno pesar demais em eleições pra reitor,que dizer dos andares debaixo, onde aluno só tem direitos e não pode ser cobrado em deveres e regras porque é "dimenor"?

E,claro está,o capitão que deve ficar lindão metido naquela beca,já está devidamente iniciado e doutrinado, o discurso é altamente revelador,com os termos da língua de pau fluindo fácil e docemente para fingir uma mansidão que está longe de traduzir..."Criminalização de movimentos sociais"? Não sabia que FFAA agora eram movimentos sociais...E nem vou citar os nomes que ele declina,a defesa que faz do Lula e quejandos.Não quero ter uma AVC fulminante. Hoje não...Quero ver onde e em que tudo isso vai dar, só pra ter o prazer de constatar com um "eu sabia"...

Da Lia, que é uma das comentaristas que fazem da área de comentários o que existe de melhor no Coturno Noturno.

O exército vermelho do Brasil.

Da Folha:

O mineiro Luis Fernando Ribeiro de Sousa, 32, cresceu e até hoje vive no meio militar. É um capitão do Exército que acredita que a democracia pode melhorar as Forças Armadas. Ele integra um movimento que defende mais participação política na corporação, e se prepara para concorrer em 2010 a deputado federal. Para evitar punições, ele falou à Folha enfatizando que todas as idéias são pessoais e não representam a corporação.

FOLHA - Como surgiu esse movimento?
LUIS FERNANDO RIBEIRO DE SOUSA - Mudanças que poderiam melhorar as Forças Armadas, para que ela tenha papel importante, só acontecem por meio de participação política. Qualquer coisa que a gente pode fazer passa pela via política. Precisamos de deputados e senadores para promover qualquer transformação. Assim começamos a nos organizar.
FOLHA - Qual o objetivo do movimento?
SOUSA - O regulamento disciplinar do Exército não contempla um monte de garantias que a Constituição contempla. O movimento é para dizer que o documento maior é a Constituição [e não regimentos internos]. Deve-se ter direito à liberdade de expressão, de associação para fins pacíficos.
FOLHA - Querem mais democracia no Exército?
SOUSA - Dentro das Forças Armadas, até certo ponto tem democracia e até certo ponto não tem. O processo para que todos os direitos do artigo 5º e do artigo 6º [da Constituição Federal] cheguem aos militares não será de uma hora para a outra. Precisa haver democracia para toda a sociedade, inclusive para o Exército. O que está errado é o regulamento disciplinar. Lá na Constituição, que é a arma que nós empunhamos, diz que ninguém pode ser preso senão em flagrante delito. Temos que fazer mudar o regulamento disciplinar do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, fazer um regulamento da Defesa unificado e pedir que os governos estaduais também façam isso com as polícias militares.
FOLHA - Querem menos disciplina?
SOUSA - Há setores mais conservadores, ainda da ditadura militar, que dizem que estamos querendo acabar com a hierarquia e a disciplina. Muito pelo contrário. Será uma disciplina verdadeira. Como uma pessoa pode ser punida por dar uma entrevista, por se associar?
FOLHA - O Exército está boicotando o movimento?
SOUSA - O Exército sabe que nosso objetivo é ter um candidato por Estado. O que ele fez? Transferiu [os oficiais]. As ligações políticas locais são quebradas. A meu ver, foi uma medida pensada para desarticular esse movimento. Querem evitar que haja interferência política em assuntos do Exército.
FOLHA - Ao falar em participação política dos militares, não há como não se lembrar da ditadura...
SOUSA - A gente não tem nada a ver com a ditadura militar. Eu não quero entrar no mérito [e dizer] se foi certo ou errado. Cabe a nós pensar para frente, somos capitães, tenentes. Nosso pensamento é desenvolver o Brasil, um lugar para a gente crescer, com a não-criminalização dos movimentos sociais.
FOLHA - O que é o capitanismo?
SOUSA - É um movimento que constrói a democracia. É uma adequação da estrutura secular das forças militares à realidade pós-88. É fazer chegar a Constituição também ao meio militar.
FOLHA - Quantos os senhores são?
SOUSA - Eu não quero identificar ninguém, porque a retaliação pode vir pesada. Mas eu recebo cerca de cem e-mails por dia, de todo o Brasil. São pessoas de todas as Forças Armadas com o mesmo sentimento.
FOLHA - Como os senhores estão se organizando para 2010?
SOUSA - Estamos discutindo os candidatos. Definimos que vamos apoiar quem o presidente [Luiz Inácio] Lula [da Silva] apoiar. Vemos o Lula como uma pessoa mais desenvolvimentista. Não é uma opção pela direita ou pela esquerda. É desenvolvimento, onde há projetos de usinas nucleares, de submarino nuclear, de tecnologia militar, de fortalecimento da indústria militar de defesa. Queremos um país forte, uma América Latina integrada.
FOLHA - Quando você entra nas Forças Armadas, você sabe do regulamento ao qual deve se submeter.
SOUSA - Regulamento que não contempla direitos. Um regulamento que te coloca uma rédea curta. Ele pode ser totalmente diferente sem estragar nada. O grande problema, que os generais não aceitam, é a [eliminação da] pena restritiva de liberdade. Você ficar preso dentro do quartel. Eu fui preso e meu filho foi me visitar. Imagina o que o menino pensa: "Meu pai é do Exército ou é traficante?" Prisão é para criminoso. Quem está com cabelo grande não é criminoso.
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Aqui, o próprio Capitão Souza, que já deu entrevista na Carta Capital e que até ganhou espaço em importantes blogs, descreve o Capitanismo. E aqui, o Capitão Souza escreve um artigo para o Movimento Esquerda Socialista, da deputada Luciana Genro.

Cartilha do SNI deve fazer a ABIN gargalhar.

O Estadão publica hoje uma matéria sobre uma espécie de cartilha do MEC, distribuída em 1970, destinada a combater a subversão. O jornal publica como se fosse uma prova contundente de que havia repressão e que métodos "violentos"eram utilizados. Ao ler a matéria, não existe uma só linha que descreva práticas que, hoje, a Polícia Federal e a ABIN não utilizem, estas sim com uma violência inexplicável, já que, ao contrário de 1970, vivemos em plena democracia. Vejamos alguns trechos:
  • "Se hoje,nos países democráticos, a psicologia prática,aliada à sagacidade e à experiência dos inquiridores, tem dado ótimos resultados, os métodos violentos e brutais ainda são utilizados por algumas organizações, não obstante a sua total ilegalidade e pequena eficiência", descreve o manual, na sua página 17. Chega a admitir que "por mais democrático que seja o interrogatório, será sempre um ato de coação psicológica, visto o interrogado encontrar-se em situação de inferioridade em relação ao inquiridor". Ora, o que está colocado no documento é a ilegalidade da tortura, bem como uma descrição sobre interrogatórios até hoje aceita em qualquer academia de polícia ou órgão militar. Tarso Genro, em vez de querer rever a anistia, deveria ver o que os órgãos de segurança praticam nas prisões brasileiras.
  • "Convém assinalar que uma busca clandestina mal sucedida poderá conduzir ao ridículo um órgão e até mesmo um serviço de informações. A montagem de uma busca clandestina deve ser meticulosa e detalhada. A execução deve ser entregue a agentes experimentados...Decidida a realização de busca clandestina, a meticulosidade deve ser a tônica em todos os itens do planejamento, pois que dois fatores essenciais devem ser conciliados: eficiência e segurança. Sendo uma operação sem cobertura legal, a compartimentação rigorosa, em todos os escalões e em todas as suas fases, é básica para a segurança da operação em si e para a salvaguarda da organização que a ordenou". Novamente parece que estamos lendo um relatório interno redigido pelo delegado Protógenes Queiroz, orientando agentes da PF e da ABIN a como realizarem grampos telefônicos, filmagens e,também,invasões a empresas e residências, sem falar em computadores. A filosofia é a mesma, mudaram apenas as técnicas que permitem grampear "clandestinamente"até mesmo o Presidente do STF.
  • "Os profissionais da imprensa escrita, falada e televisionada devem constituir o primeiro objetivo de quem planeja a contrapropaganda. Uma vez influenciados e orientados, tornar-se-ão os veículos das idéias, sentimentos e atitudes que se pretendem incutir em qualquer público". Estão falando do Luiz Nassif, do Mino Carta ou do César Tralli? Ou dos "grampos" realizados contra jornalistas para intimidá-los? Ou dos "bolsistas-internet", petralhas pagos com dinheiro público para espalharem mentiras em blogs e portais jornalísticos?
  • "O terrorismo é uma arma poderosa, particularmente para perturbar a segurança interna. Tem como alvo, sempre, as populações e contra elas dirige seus ataques. Como os agentes terroristas têm a vantagem da iniciativa, da escolha dos alvos e da oportunidade, o contraterrorismo é uma atividade difícil, de caráter eminentemente preventivo." Alguma inverdade dita sobre o que era o terrorismo? Aqui fica explicado o objetivo do manual. Impedir que se formassem novos núcleos terroristas dentro das instituições de ensino, de onde saíram os maiores bandidos e assassinos que assaltaram, seqüestraram, explodiram bombas e mataram inocentes durante a Revolução. Impedir crimes deve ser considerado crime?

Está mesmo na hora de abrir os tais "arquivos da ditadura". Terão a surpresa de ver que os tais "órgãos de repressão"eram mais democráticos do que a ABIN e a Polícia Federal dos dias de hoje que, por sinal, agora obedecem ordens de ministros que foram os terroristas de ontem.

Real: da estabilidade à instabilidade.

O real tem sido a moeda mais instável do mundo nos últimos quatro meses, com prejuízos extraordinários para os negócios, especialmente no comércio exterior e nos investimentos. Desde lá as empresas tiveram que planejar e replanejar várias vezes, frente a cenários cada vez mais adversos. Especialmente, sem uma política governamental clara e com várias vozes do governo falando de forma desconexa, ao mesmo tempo. No dia 12 de setembro, véspera da quebra do banco de investimentos americano Lehman Brothers, o dólar valia R$ 1,781. Na última sexta-feira, fechou em R$ 2,370. Se já não bastasse a expressiva desvalorização no período (24,9%), o real oscilou brutalmente. Nesse intervalo, o dólar chegou a valer R$ 2,519. Comparando-se as cotações máxima e mínima do período, a oscilação supera os 40%. O won da Coréia, que ficou em segundo lugar no levantamento da B&T Associados, variou 36%. "É um grau de volatilidade inaceitável", disse o consultor Nathan Blanche, um dos maiores especialistas em câmbio do País. Leia mais aqui.

Vem aí a Dilma "Chuchu".

Lendo algumas coisas sobre a campanha eleitoral de 2006, concluí o quanto o apelido "picolé de chuchu" causou estragos na campanha presidencial de Geraldo Alckmin. Foi cunhado pelo José Simão e usado pelos petralhas como síntese para definir um candidato inodoro, incolor e insípido. Um presidenciável sem charme, sem capacidade de comunicação, sem ao menos um visual marcante. O que aquele Alckmin asséptico tinha a dizer contra uma expressão com tanto apelo popular? Que havia feito muitas obras e que tinha dado um choque de gestão em São Paulo. Contra o humor, só lhe restava falar sério, pois quando tentava ser bem humorado soava ainda mais "chuchu". O "picolé de chuchu" foi devastador ao ponto de Alckmin perder até para ele mesmo, fazendo menos votos no segundo do que no primeiro turno. Quatro anos depois, a história vai se repetir. Quem é Dilma Rousseff além de um novo "picolé de chuchu"? O que Dilma Rousseff tem a mostrar mais do que Geraldo Alckmin mostrou? Tem charme? Tem popularidade? Tem cheiro? Tem sabor? Tem cor? Ou é apenas a gestora e a "tocadora" de obras do PAC? Que capital político amealhou Dilma Rousseff, que nunca foi eleita para cargo algum? Alguém imagina Dilma brincando e fazendo graça? Cá entre nós, o nome dela não poderia ser Dilma "Chuchu", com toda a propriedade? A história se repete: os petralhas, quatro anos depois, vão ter que carregar o seu "picolé de chuchu". Um "chuchu" selvagem, com uma biografia mais violenta do que nascer em Pindamonhangaba, mas sempre "chuchu".

E Lula reina soberano.

Uma Medida Provisória assinada por Lula, publicada ontem no Diário Oficial, mudou justamente o que a Lei aprovada antes do recesso pelo Congresso proibia: a emissão de títulos públicos para compor o Fundo Soberano do Brasil criado pelo governo petista. Assim, em seu primeiro dia de existência, o FSB foi alterado para que Lula possa fazer o que bem entender com mais de R$ 14 bilhões. É a grana da pré-campanha de Dilma à presidência. Logicamente, a MP terá que ser aprovada no Congresso, mas se isto não ocorrer boa parte do dinheiro já terá sido gasto. O mais provável é que o que não for gasto seja loteado entre os senadores, cada um levando a sua parte no bolo. Aquele velho e bom jabá que Lula sabe distribuir como ninguém, aquele cala-boca tão apreciado pelos nossos políticos. No final, depois de alguns discursos inflamados, a grande articulação será para nenhum dos nossos senadores saia derrotado. Entre mortos e feridos, todos beneficiados. A Oposição sabia que isto iria acontecer, mas ninguém é de ferro, é tempo de festas e tchau para o trabalho. Lula tem lá os seus méritos, pois ficou trabalhando em favor do seu projeto, enquanto os oposicionistas voltavam às bases para confraternizar. Até o dia 31, Lula terá feito o dever de casa: o Fundo Soberano do Brasil estará organizado e montado dentro do exercício. Já a oposição informa que, na segunda-feira, entrará no Supremo Tribunal Federal. Como diz Arthur Virgílio(PSDB-AM): "com toda a força". Cuidado, senador, ao fazer tanta força para não borrar as calças, já que o adversário é o Lula.

Mensaleiro petista vira dono de refinaria (2)

As ligações do petista Marcelo Sereno com a área de petróleo remonta aos idos de 2003. Por ordem de José Dirceu, então na Casa Civil, e intermediação de Marcelo Sereno, então seu chefe-de-gabinete, foi indicado para a ANP um engenheiro que montou um esquema fraudulento de importação de solventes. Leia aqui uma reportagem da Veja, de 2003.

Mensaleiro petista vira dono de refinaria.

Da Folha:

O ex-secretário Nacional de Comunicação do PT Marcelo Sereno comanda a recém-criada Grandiflorum Participações, que há dez dias comprou o controle acionário da refinaria de petróleo de Manguinhos.Os grupos Repsol e Peixoto de Castro, que controlavam a refinaria, venderam o controle acionário da empresa por R$ 7 milhões. Ela deve R$ 40 milhões a bancos e fechou o primeiro semestre com prejuízo de R$ 17 mi. Os novos proprietários anunciaram que contratarão 400 empregados -hoje ela tem menos de 100- para retomar a atividade de refino.Sereno foi braço direito do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e deixou a direção nacional do PT em 2005, acusado de envolvimento no mensalão. Consta que, desde então, dava consultorias na área sindical.O nome dele aparece no banco de dados da Serasa como acionista da Grandiflorum ao lado do empresário João Manuel Magro, do grupo Magro, dono de distribuidoras e postos de combustíveis. Procurado pela Folha, Sereno negou ser sócio da Grandiflorum e disse que seu papel se restringe ao de principal executivo da empresa. Ele deu a declaração por intermédio de um assessor, e disse não ser hora de dar entrevista sobre a compra da refinaria.O grupo Magro também negou que o ex-dirigente do PT tenha participação acionária na nova controladora da Refinaria de Manguinhos e disse que a empresa pertence a João Manuel Magro e à Ampar Fomento Mercantil, também da família Magro. A ANP (Agência Nacional do Petróleo) disse que ainda não recebeu informações sobre quem são os novos controladores da refinaria.Segundo o grupo Magro, Sereno foi escolhido para presidir a empresa por sua experiência no setor público, por sua atuação sindical e conhecimento da economia do Rio: "A experiência do sr. Sereno no movimento sindical ajudará a refinaria na busca de retomada das operações de refino, que deverá gerar a recontratação de mais de 400 empregados. E o sr. Sereno será o responsável pela negociação junto ao sindicato nesse processo de recontratação".A Grandiflorum foi registrada em setembro, com endereço de um escritório de contabilidade no Rio. Sereno assumiu a presidência da Glandiflorum em 28 de novembro, 20 dias antes do anúncio da comunicação da compra da refinaria à Bovespa. Na ata da posse de Sereno enviada à Junta Comercial consta que ele e o acionista majoritário da companhia terão remuneração simbólica -de até R$ 9.069 ao ano. Para presidir a holding, Sereno recebe R$ 830 por mês, menos de dois salários mínimos.
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Pode mudar o nome da empresa de Grandiflorum para Grandiestella Participações. Estava demorando muito para a sofisticada organização criminosa entrar no promissor negócio do pré-sal. Quem não gostaria de ter como sócios os "laranjas" daqueles que vão mandar nos investimentos e na legislação?

Clone do Lula.

Ele diz que "não nos assustam os comentários de que passaremos por problemas econômicos muito sérios ano que vem". Ele diz que os problemas serão resolvidos de forma "oportuna" por sua equipe econômica. Ele comparou sua estimativa de crescimento do PIB em 6,5% com a média do crescimento de 3,5% no PIB conseguido, segundo suas palavras, nos governos "neoliberais" do passado. Ele também quer "burlar"a burocracia, pois "não é que o Estado não tenha dinheiro para investir, mas há problemas com a burocracia em níveis municipais, regionais e do próprio governo, e estes realmente atrasam os investimentos". Quem é ele? Evo Morales, o clone do Lula.

Natal magro no varejo.

O garoto-propaganda das Casas Bahia fracassou. Bem que tentou, mas há coisas que a popularidade não compra: o instinto de sobrevivência do brasileiro e a sabedoria popular, por exemplo, frente a uma crise que ele insiste em negar. As vendas de Natal no varejo do País cresceram apenas 2,8% entre os dias 18 e 24 de dezembro na comparação com o mesmo período do ano passado, quando cresceram 5,3%. Os dados são do Serasa. Em São Paulo, o desempenho foi ainda mais fraco, com crescimento de de 1,1%. Na avaliação da Serasa, os juros altos e o maior endividamento levaram o consumidor a uma atitude mais cautelosa na hora da compra, principalmente em relação ao crédito e aos produtos de maior valor. A entidade destaca que as instituições financeiras e o varejo também foram mais conservadores na concessão de crédito. Ou seja: na hora da crise, nem 150% de popularidade podem mudar o mercado.

Lula premiado na Espanha.

Lula acaba de ser avisado que ganhou o prêmio Ramón Rubial, da fundação espanhola que leva o mesmo nome. Foi na categoria "defesa da democracia e da liberdade", que é uma das cinco conferidas. É um prêmio novo. No ano passado, o vencedor nesta categoria foi Iñaki Gabilondo, famoso radialista daquele país. Assim como a maioria nunca ouviu falar no Gabilondo aqui no Brasil, Lula também é quase um desconhecido na Espanha.
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Ramón Rubial é o Lula deles. Um socialista do país basco que começou a vida como torneiro mecânico, formado pelo SENAI de lá: a Escuela de Artes y Oficios. Não é revelado se perdeu algum dedo, mas fez parte do Sindicato dos Metalúrgicos da União Geral dos Trabalhadores. Em seguida, ingressou também nas Juventudes Socialistas e no PSOE, Partido Operário Socialista Espanhol, o qual presidiu por 20 anos, até 1999. Organizou diversas greves, sendo preso e condenado várias vezes. Bem, mais informações sobre o Rubial, já falecido, você encontra aqui.

Pobre Cuba.

Da EFE, Havana:

O déficit comercial de Cuba subiu em 2008 devido a um aumento de 43,8% das importações de bens frente a um aumento de 2,1% das exportações, informou a imprensa local nesta sexta-feira. Ao abordar a questão diante da comissão do Parlamento cubano encarregada do setor externo, o ministro do Comércio Exterior, Raúl de la Nuez, afirmou que um dos principais desafios da economia cubana é reverter esta situação. Além disso, o programa de substituição de importações que o governo impulsiona ainda está "muito abaixo do que pode ser alcançado", ressaltou, durante seu discurso perante os deputados, que ao longo da semana prepararam a última sessão do Parlamento de 2008, convocada para amanhã (27). O ministro destacou que este ano será um dos piores para a balança comercial de Cuba, devido ao aumento dos preços de combustível, alimentos e matérias-primas, além de uma queda no valor dos bens de exportação cubanos, como o níquel e o açúcar. De acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas, em 2007, Cuba importou produtos no valor de US$ 10,083 bilhões e exportou US$ 3,701 bilhões em mercadorias.

Perspectiva 2009, por Jeffry Frieden

Da Veja:

A crise financeira americana de 2008 deve parecer familiar aos latino-americanos, uma vez que é muito similar àquelas causadas por dívidas que há anos flagelam os países da América Latina. Desde 2000, os Estados Unidos tomaram emprestados de outras nações 5 trilhões de dólares. A dívida externa financiou uma grande expansão econômica, e então um boom, e então uma bolha, em particular nos setores financeiro e imobiliário. A bolha agora estourou e a economia se encontra em uma espiral descendente.
Embora haja diferenças entre as crises de dívida americana e latino-americana, as semelhanças são esmagadoras. Para começar, a iniciativa partiu do governo, que contraiu empréstimos internacionais pesados para financiar grandes déficits. O setor privado seguiu o exemplo, usando fundos estrangeiros para expandir o consumo, especialmente no mercado imobiliário. Operações financeiras especulativas alimentaram e ampliaram o impacto dos empréstimos estrangeiros. Por quase uma década, o país viveu além de seus meios: consumiu mais do que produziu, investiu mais do que poupou, e o governo gastou mais do que arrecadou.
O rescaldo inevitável de uma crise financeira também é bem conhecido dos latino-americanos: estabilização, ajuste e reforma. Estamos agora na fase de estabilização, em que a principal tarefa é limitar os danos imediatos e impedir um colapso econômico mais extenso. Esta fase salienta uma grande diferença entre a atual crise americana e as crises latino-americanas anteriores: a americana não levou a um cessamento súbito da disposição estrangeira em emprestar ao governo americano. Isso significa que o governo pode se valer do gasto agressivo, mesmo em situação de déficit, para tentar estimular a economia e tornar o golpe menos doloroso. Isso é uma ótima notícia, tanto para os americanos como para o mundo. Se o governo dos Estados Unidos se visse impedido de contrair empréstimos, a recessão sem dúvida seria muito mais profunda, e seu impacto sobre o restante do mundo, sem dúvida, muito mais sério. Entretanto, é quase certo que haverá uma recessão grave nos Estados Unidos, e que levará pelo menos dois anos até que a economia americana volte a crescer.
Mesmo depois de restaurado o crescimento econômico, porém, os Estados Unidos terão de enfrentar os desafios do ajuste de médio prazo: havia anos a situação econômica do país já era insustentável. Todos os anos, desde 2001, os Estados Unidos tomam emprestado entre meio trilhão e 1 trilhão de dólares. Esse dinheiro é dirigido ao financiamento dos déficits maciços do governo, assim como dos imensos déficits da balança comercial e financeira do país para com o restante do mundo. Isso não pode perdurar. Assim que a crise mais imediata esteja contida, o governo terá de reduzir seu déficit orçamentário, e o país terá de passar a consumir menos e poupar mais, importando menos e exportando mais. Novamente, isso deve soar familiar aos latino-americanos, que já atravessaram essas experiências. Elas nunca são agradáveis. Nos Estados Unidos, o processo exigirá que se aumentem os impostos e se reduza o gasto do governo, forçando uma redução dos salários para aumentar as exportações, e elevando as taxas de juros para estimular a poupança. No geral, o resultado será uma redução dramática no padrão de vida de muitos americanos. Mas o ajuste é necessário para que se restaure o equilíbrio macroeconômico.
O ajuste macroeconômico não constituirá a etapa final do rescaldo desta crise, pois as instituições econômicas do país necessitam de reformas mais fundamentais. Em primeiro lugar está a demanda por uma regulação mais abrangente e eficaz dos mercados financeiros. Até que esta crise termine de fato, os contribuintes americanos podem ter de despender algo como 2 ou 3 trilhões de dólares para socorrer o sistema financeiro do país. Os americanos estão inflexíveis na convicção de que essa experiência não pode vir a se repetir, e de que a ausência de uma supervisão regulatória foi em grande parte responsável pelo desastre. Então o Congresso, o presidente e os reguladores terão de elaborar uma nova estrutura regulatória – provavelmente em conjunto com os governos de outras nações – para enfrentar as novas realidades financeiras.
Nenhum desses estágios será fácil. Somados, eles implicam uma guinada dramática em relação às políticas dos anos Bush. Haverá mais envolvimento do governo na economia, e mais supervisão pública dos mercados financeiros. Haverá também impostos mais altos e consumo reduzido, enquanto o pesadelo fiscal dos últimos oito anos for gradualmente desfeito.
Embora os desafios econômicos no caminho dos Estados Unidos sejam sérios, os desafios políticos talvez sejam ainda mais temerários. A crise certamente inflamará paixões políticas poderosas. Mesmo antes dela, havia um grande ressentimento em torno do abismo crescente entre ricos e pobres nos Estados Unidos; a maior parte das benesses da expansão econômica dos últimos dez anos foi colhida pelos 10% mais ricos da população, ao passo que os americanos médios não experimentaram grandes melhoras em suas condições.
Agora se pede aos americanos que se sacrifiquem para remediar os excessos de seu sistema financeiro. Os americanos ricos foram os principais beneficiários das políticas econômicas recentes. Quando essas políticas falharam, foi aos americanos pobres e de classe média que se pediu que socorressem a economia e amparassem aqueles que conduziram o país à sua presente crise.
Seja esse ponto de vista totalmente justificado ou não, o fato é que muitos americanos compartilham dele. Os americanos estão indignados, e o novo governo terá de dar respostas a essa indignação ao mesmo tempo em que trabalha para recuperar a confiança dos investidores domésticos e estrangeiros nos Estados Unidos. Essa será uma missão extraordinariamente difícil. O novo governo enfrenta a tarefa de pôr a economia americana, assim como o sistema político americano, no caminho de uma recuperação saudável. O presidente eleito, Obama, conta com uma grande reserva de boa vontade, em casa e fora dela, à qual recorrer; e precisará dela toda para que ele e seu governo possam renovar a política econômica americana.

Jeffry Frieden é professor da Harvard University e autor do livro Capitalismo Global.

Guiné: deposto agradece e apóia junta militar.

Os novos governantes militares da Guiné receberam o apoio do primeiro-ministro destituído, Ahmed Tidiane Souare, na quinta-feira, e o vice-presidente da junta militar disse que membros do antigo governo podem se juntar à nova administração. Souare afirmou que ele e outros membros do governo que acaba de ser derrubado em um golpe após a morte do presidente Lansana Conte, na segunda-feira, estão prontos para trabalhar com os militares."Sr. presidente, membros do Conselho Nacional pela Democracia e Desenvolvimento, nós agradecemos a vocês e ficamos à disposição", disse ele ao chefe da junta, o capitão Moussa Dadis Camara, em comentários transmitidos pela rádio França Internacional. Os Estados Unidos, a União Africana e a União Européia condenaram o golpe de Estado, que representa mais uma ameaça à democracia na África -- a Mauritânia sofreu um golpe em agosto e há crises pós-eleitorais no Quênia e no Zimbábue. "Os direitos humanos de todos os cidadãos devem ser respeitados, principalmente os do primeiro-ministro Souare e dos membros de seu governo". Leia mais na Reuters.

Nada como um dia depois do outro.

Os jornais de hoje informam que o setor de telecom vai investir R$ 19 bilhões em 2009, apesar da crise. Faltou dizer que o mesmo só pode ostentar tanto vigor financeiro porque foi privatizado, transformando-se em um dos setores mais ativos da economia brasileira, tirando o Brasil do atraso cubano em que vivia. Se continuasse como Lula e o PT queriam até 2006, quando detonaram Geraldo Alckmin com o tema durante a campanha eleitoral, a realidade seria bem diferente. Os números de 2008 são impressionantes e demonstram o quanto a privatização promovida por FHC dinamizou o setor:
  • Faturamento anual de R$ 170 bilhões
  • Participação de 6% no PIB
  • R$ 40 bilhões de impostos
  • 450 mil empregos diretos

Somente nos seis anos do governo do Lula e do PT, o setor de telecom pagou R$ 180 bilhões em impostos. O Sistema Telebras, que pagava zero de impostos e era um cabide de empregos, foi privatizado por R$ 22 bilhões. Jamais teria capital para fazer os altos investimentos realizados pela iniciativa privada. À época, petistas e comunistas entraram com 89 liminares contra a privatização e promoveram várias manifestações contra a venda. O MST invadiu a sede do BNDES para protestar contra o financiamento concedido aos vencedores dos leilões. Hoje a importância econômica é tanta que o Lula e o PT estão "reprivatizando" o setor de telecom, com a fusão da Brasil Telecom com a OI, operação amplamente financiada pelo BNDES. Lula e o PT mudaram a lei para beneficiar um dos maiores doadores das suas campanhas eleitorais. Não vai ter leilão, não vai ter concorrência. Agora vai lá ver se o MST vai invadir o BNDES e o Banco do Brasil que estão financiando a fusão. Nada como um dia depois do outro.

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Caro C.Mouro: a carga tributária é de 42%, mas é calculada sobre a receita operacional líquida. Entre neste link, que o material dá uma visão completa do setor. Para 2008, vai até o terceiro trimestre e,por isso, foi feita uma projeção.

Ruína global.

O papa Bento 16 afirmou que o mundo cairá em ruína caso o egoísmo continue prevalecendo sobre a solidariedade em tempos de crise econômica global. Na sua mensagem de Natal, Bento 16 abordou o que chamou de "considerável crise econômica" que está gerando demissões e falências. Disse que sua mensagem de Natal se aplica "a todos os lugares em que um futuro crescentemente incerto é visto com apreensão, mesmo nas nações mais ricas"."Em cada um desses lugares, que a luz do Natal brilhe forte e encoraje todas as pessoas a fazerem sua parte num espírito de autêntica solidariedade", afirmou o pontífice. "Se as pessoas olharem apenas para seus próprios interesses, o mundo certamente irá se arruinar." O papa Bento 16, ao contrário do Lula, não mandou os fiéis comprarem cada vez mais como solução para a crise.

Centrais sindicais nadam em dinheiro.

Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) ficam com 10% do total, mesmo valor que recebe o Ministério do Trabalho e Emprego. Estas "centrais"reconhecidas por Lula ganharam, além do status legal, uma parcela de R$ 61 milhões, retiradas do bolo do que é arrecadado anualmente com o imposto sindical - valor equivalente a um dia de trabalho por ano, descontado do empregado. Esse dinheiro é hoje a principal fonte de recursos das "centrais", que recebem ainda mensalidade dos sindicatos filiados. A "pelegada" está nadando em dinheiro, comprando prédios, pagando viagens e promovendo festinhas de protesto. Leia mais aqui.

Praças da juventude.

O ministro da tapioca, Orlando Silva(PCdoB), é responsável pelos maiores sumidouros de dinheiro público no Brasil: Jogos do Pan, Copa 2014 e Rio 2016. O TCU, ao que parece, frente aos gastos estratosféricos foi devidamente silenciado, bem como a oposição fajuta que existe no Brasil. Pois agora o ministro dos Esportes quer construir 19 "praças da juventude" nas periferias das grandes cidades, com quadra esportiva, ginásio coberto e centro de convivência, por R$ 1,5 milhão cada. Lula deverá inaugurar parte em 2009. Uma dica para os deputados e senadores que ainda se preocupam com estes detalhes referentes ao dinheiro público: investiguem, em Santa Catarina, a quem pertence uma ONG que aprovou entre R$ 16 milhões e R$ 18 milhões no programa "Segundo Tempo", do mesmo ministério dos Esportes. Vejam quem comanda e quem dela participa. No mínimo, houve tráfico de influência e, conhecendo-se a índole dos comunistas que tomaram conta da área no país, a coisa vai virar em caso de polícia. Como o Pan, a Copa 2014, a Rio 2016...e a tapioca com cartão corporativo.
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O nome da ONG é Instituto Contato e, em 2007, já recebeu mais de R$ 4 milhões do Programa Segundo Tempo, envolvendo as estatais como Eletrosul e BESC na execução do programa. O presidente do Instituto Contato é Rui Oliveira, filiado ao PCdoB. O assessor especial do Ministério dos Esportes é João Ghizoni, que coordenou a campanha Inovar Florianópolis, do PCdoB, à prefeitura da capital. É um dos participantes fundadores do Instituto Contato e já exerceu cargos como a presidência da Fundação Catarinense de Esportes. No último dia 24 de novembro, seria lançado o Programa Segundo Tempo para Santa Catarina, com a presença da senadora Ideli Salvatti(PT-SC) e do ministro Orlando Silva(PCdoB). A cerimônia foi suspensa em função das chuvas em Santa Catarina. O valor liberado, segundo informações extra-oficiais, é de R$ 16 milhões.

800.000 acessos(2)

Um petralha passou por aqui para dizer que, além de copiar o Noblat e o Reinaldo Azevedo, os 800.000 acessos do Coturno Noturno atestavam uma audiência ridícula. Não concordo com a afirmação de cópia, pois tenho o máximo cuidado para que isso não ocorra e, quando existe alguma coincidência, o Blog registra e reconhece. Concordo com o petralha de que, para o mundo dos blogs profissionais, a audiência do Coturno Noturno é baixa. O Paulo Henrique Amorim, por exemplo, que é blogueiro profissional e âncora de programa de TV tem uma média de 7.000 visitas por dia. O Luiz Carlos Azenha, outro jornalista que virou blogueiro e é um ícone da esquerda, alcança uma média de 3.500 visitas ao dia. E o José Dirceu, cujo blog é referenciado pela imprensa, atinge a "expressiva" média de 2.000 visitas ao dia. Os números são do Alexa. Desta forma, o Coturno Noturno, com a sua média anual de 2.500 visitas/dia realmente é um nanico. Mas um nanico com mais acessos do que o Pedro Caroço. E uma audiência qualificada, porque petralha aqui não entra e não bate ponto.

FBI interroga Obama.

Nas três últimas décadas, todo presidente americano foi obrigado a falar com procuradores federais em algum momento. O presidente eleito Barack Obama, porém, pode ter alcançado mais um recorde ao fazê-lo antes mesmo de tomar posse, observa o diário "The New York Times" nesta quinta-feira. Conforme o jornal, na semana passada, Obama teve uma reunião com dois procuradores e dois agentes do FBI (a polícia federal americana) sobre a denúncia de que o governador de Illinois, Rod Blagojevich, tentava vender a vaga dele no Senado. Obama compareceu com o advogado pessoal, Robert F. Bauer, e um sócio dele. Leia mais na Folha Online.
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Se no Brasil fosse assim, Lula já não seria mais presidente do Brasil, após ter confessado caixa dois na sua campanha de 2002. Que falta faz um FBI.

Crise atinge mercado de carros.

O mercado de carros usados levou um tombo ainda maior que o de novos. Nas vendas e nos preços. Modelos que há um mês e meio eram cotados a R$ 43 mil, caso de um Corolla 2005, hoje valem R$ 30 mil no antigo reduto de veículos usados, a Rua Barão de Limeira, no centro de São Paulo. Em pouco mais de 30 dias, a desvalorização atingiu 30%. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros novos, em vigor desde o dia 12, foi mais um golpe para os usados. "Depois da medida, tivemos de cortar mais os preços", diz a gerente nacional de vendas da revenda Unidas Seminovos, Jaqueline Viccari. Leia mais aqui. Em tempos de crise, não adianta cobrir um santo para descobrir outro.